Capítulo 06 👽 - Jantar

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Rael.

– Ele..ele.– Ela sussurra.
– Sou o namorado dela.– Digo, eu vi um humano dizer isso naquela coisa quadrada e de vidro na sala, talvez funcionasse comigo também, não é?
– O quê? – Ely sussurra.
– Que maravilhoso! Qualquer dia venham almoçar aqui! – A mais velha diz, porque parece que ela queria fazer mais perguntas?
– Tudo bem mas se não importa, agora eu realmente quero entrar em casa.– Ely diz.
– Claro, claro, vá descansar menina.– A vizinha conclui, Ely então segura meu pulso e me puxa para dentro.
Ela se senta no sofá da sala e coloca as mãos na cabeça.
– Você está bem? – Indago, colocando as sacolas sobre a mesa da cozinha, dali eu tinha a visão da sala.
– Eu só...fiquei com medo.– Ela solta a respiração.– Se você não tivesse chegado lá...– Ela solta.
– Eu te prometi não foi? – Digo me aproximando.– Enquanto eu estiver nesse mundo, ninguém vai te machucar.– Reafirmo.
Estico a mão para ela e ela parece pensativa, mas então pega a minha mão a apertando.
– Bem vindo ao meu mundo.– Diz, finalmente acreditando em mim.
– Obrigado, Ely.– Sorrio.
– Agora vem que eu vou te ensinar a cozinhar, afinal, nem todo dias eu vou fazer nosso almoço e janta,  vêm!-– Afirma me puxando pela mão de volta para a cozinha.
Ela tira as coisas da sacola e começamos a cozinhar, claro que ela me explica o que fazer, e sinceramente? Arroz, feijão, bife, salada e suco foram as coisas mais gostosas que eu já comi na vida, a ração do meu planeta é horrível mas agora, eu vou comer muito aqui.
– De sobremesa, pudim de chocolate.– Diz, me entregando uma taça pequena cheia, minha barriga estava cheia mas eu quis muito experimentar aquilo, dou uma colherada e então...era como luzes dentro do meu corpo, era muito bom.
– Não quero ir embora nunca mais e se eu for vou levar tudo isso!– Solto, arrancando uma risada dela.
Era estranho mas estávamos nos dando bem, éramos aquilo que os humanos dizem ser...amigos?!

Ely.

Pela manhã desço as escadas me sentindo leve, tomei um banho, fiz minhas higienes, me vesti e agora estou descendo para fazer o café, não sei explicar mas um laço surgiu ontem, uma amizade, eu senti que não estava mais tão sozinha nesse mundo e acabo me lembrando do pedido que fiz á Deus quando enterrei meu pai, eu pedi que ele enviasse alguém para que eu não ficasse sozinha, um parente desconhecido, um amigo novo, um anjo, qualquer pessoa que quisesse meu bem e então Rael caiu literalmente do céu.
– Olá.– Ele diz descendo as escadas, estava encharcado, ele gostava de ficar molhado porque disse que aqui é um planeta quente.
– Que ração diferente.– Diz, olhando o café ser coado.
– Tem que parar de falar "ração" e dizer comida, no meu planeta, "ração" se dá aos animais.– Afirmo.
– Mas os humanos também não são animais? – Questiona se sentando.
– Sim, somos mas a diferença é que pensamos, temos consciência, os outros não.– Afirmo.
– Entendo.– Diz, eu lhe entrego uma xícara de café e vejo sua reação.
– Porque depois de beber isso me sinto mais acordado? – Indaga.
– Porque é isso que ele faz, além de ser muito bom, a maioria das pessoas toma isso pela manhã junto com isso.– Digo, pegando pão do armário e margarina da geladeira e adivinhem? Ele comeu quatro pães!
– Esqueci de lhe dar isso ontem.– Confesso, entregando a ele o bolinho de dinheiro.– Tirei apenas o concerto do telhado e um pouco para a comida e contas, afinal agora somos dois comendo e vivendo aqui.– Explico.
– Não precisa explicar, eu estudei a moeda e a economia dos países no meu planeta, não se preocupe.– Diz se levantando.
– Onde vai? – Indago.
– Preciso de ferramentas para concertar o seu telhado e a minha nave.– Diz.
– Você ao menos sabe onde vende ferramentas? – Indago, vendo ele fazer cara de cachorrinho "pidão"
– Pode me levar lá, Ely? Por favor.– Pede.

Andrômeda || Luan Santana Onde histórias criam vida. Descubra agora