Capítulo 11
Clara
760 palavras
Feliz 2024!!!
A professora Margot dá volta na sala, sua postura magnífica e seu nariz fino não é a melhor coisa para a primeira aula do dia.
- Srta. Riley – ela diz para Lana ao meu lado – Por favor, ajeite sua postura.
Aula de etiqueta, acredito que eu não tenho o que explicar.
- Sr. Clark, este não é modo em que ensinei a segurar uma xícara - quando ela vira as costas para o garoto, o mesmo lhe lança uma careta, fazendo diretamente o contrário do que ela pediu.Eu não tenho certos problemas com esta aula, não é algo tão complexo, como a minha postura, minhas costas já estão acostumadas com meus treinos de rotina e segurar talheres ou xícaras não é algo muito incompreensível.
A professora alta e magra passa ao meu lado sorrindo para meus modos, balanço minha cabeça, retribuindo, rapidamente.- Como você consegue? - me pergunta Lana, cochichando na verdade, para que a professora não a ouça.
- Finja que é a rainha - não é exatamente o que eu penso, mas vai que, pensar em ser da realeza a ajude – Pense exatamente como deveria comportar se fosse a rainha.
Ela assente, sorrindo em seguida.
- Agora, relembramos como segurar corretamente uma xícara, quero relembrar como segurar corretamente os talheres – e lá vamos nós de novo.
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- Odiei a aula de etiqueta – diz Lana – Essa professora é cheia de quiriquiqui, nem minha mãe com meus irmãos é assim.
Nós estamos sentadas em uma das mesas redondas de madeira do refeitório, nossos pratos são idênticos, tirando o fato que já comi mais que ela pelo menos trinta porcento. Lana aparenta esquecer da comida quando começa a papear, logo a mesma daqui a alguns minutos se encontrará fria.
- Ela é boa, mas exigente – digo dando outra garfada na comida – Se conseguir fazer o que ela pede nas aulas, ela vai gostar muito de você, já que a maioria está ali por obrigação e não faz nem um terço do que ela proposta.
- Ótimo - ela diz sorrindo – Estou neste grupo – balanço minha cabeça em movimento negativo, desviando meu olhar – Ok, ok, tentarei. Mas, mudando de assunto, me conte um mais pouco sobre você.
Levanto meu olhar e ergo uma sobrancelha com curiosidade.
- O que quer saber? Acreditei que teríamos tirado todas as nossas dúvidas ontem à noite - pergunto, pousando o garfo e a faca no prato, em seguida a encaro duvidosa.
- Mas tiramos nossas dúvidas de nossas personalidades e conversamos sobre livros e costura, não sei nada mais sobre você. Bem... – ela pensa por alguns segundos e faz finalmente as perguntas:- O que gosta de fazer? Qual é sua idade? Seu animal preferido? Não sei, não é isso que fazem para
começar uma amizade? Conhecer a pessoa?
Não sei? Eu quero fazer amizade com ela? Bom, sinceramente eu poderia sair e fingir que nunca conheci essa garota, mas como ontem nós tivemos uma noite consideravelmente agradável, não posso fazer este ato.
- Gosto de lutar... - eu suspiro, desviando seu olhar - tenho dezessete anos, meu animal preferido é uma raposa e não sei como se começa uma amizade, Lana.
Quando meus olhos pousam nela, seu cenho está franzido e sua boca, comprimida.
- Me desculpe, mas que garota gosta de lutar?! E por que uma raposa? Você já viu uma de verdade?
Acomodação.
Eu considero a prática desta palavra nas mulheres, mulheres que devem ter aprendido a teoria e no final saiu melhor na prática. E eu faço parte disso, e não julgo as outras.
Nós não questionamos o porquê dessa acomodação, nós não colocamos nossos questionamentos para fora, não perguntam, não sentem, só fazem.
As mulheres, por mais que não tenham os direitos de tal vida digna, elas se acomodaram demais na cadeira e não conseguem quebrá-la. Uma voz é pouca, mas várias vozes podem fazer paredes caírem, as paredes poderiam ser os homens. Mas com tudo, com todas as inseguranças, nós nos fechamos em torno de nós mesmas.
E é por isso que eu entendo a exclamação de Lana, eu também faria a pergunta neste tom.
- Eu sou diferente – respondo no final – As raposas se parecem comigo e a luta é uma parte minha, Lana, você não entenderá até me ver lutar.
Ela assente lentamente.
- E por que... por que aqueles garotos não tiram os olhos de você? - me viro para trás e encaro um trio de garotos.Cada um olha para mim com maldade, sorrisos maliciosos se abrem quando meus olhos correm pelos três e eu, eu estou correndo para o banheiro mais próximo ou qualquer cômodo que eu possa me trancar.
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OS QUATROS ELEMENTOS, A MULHER E A COROA
Fantasy"Para todas as garotas que querem um lugar no mundo, essa é para vocês." E se por algum acaso você, que nasceu em um mundo controlado pela Natureza, onde os homens são privilegiados com os quatros elementos, seja uma mulher, que tenta se contentar c...