Capítulo 18

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Capítulo 18
Clara
587 palavras

A escada é longa, passamos por dois andares antes de Scott parar em um e segui-lo.

Faço o mesmo e logo estamos passando por um corredor curto, com apenas duas portas. Scott entra na primeira, que fica ao lado de um quadro de um homem, escrito logo embaixo, com uma placa: "Eduardo Eno", mas certa não é o quadro do Eduardo que possivelmente está dentro deste
quarto.

O príncipe dá duas batidas leves na porta, que logo percebo que está escrito com a própria
madeira: "aposento do herdeiro".

Eduardo logo abre a porta, já sem o cachecol, sem a capa do uniforme e a gravata.

- Você Eduardo o que? - pergunto o encarando e logo recebo um olhar confuso.

- Eno?

- Não, eu quero dizer que vi que tem um quadro ao lado da porta de seu aposento que está escrito "Eduardo Eno", então possivelmente seu nome tem um, "Eduardo Eno III" ...

- Já entendi onde você pretende chegar, Aldrich - diz - Sou Eduardo XIII.

- Por quê?

- Porque minha família tem como tradição que todo homem primogênito tenha o nome Eduardo, senhorita bisbilhoteira.

Scott pigarreia antes que eu tivesse qualquer reação, positiva ou negativa, para ele.

- Senhores, por favor, isto é um aposento calmo e tranquilizador, não um canto para brigas sem motivos.

Encaro lugar que estou e vejo o quanto "tranquilo" pode ser apenas um singelo apelido.

Tem uma bela combinação de verdes, as almofadas, lençóis e cortinas, mas as mobílias são inteiramente feitas de madeira, com uma cama enorme centralizada com uma estante do lado direito que tem livros que supostamente já são antigos; já do lado esquerdo tem uma mesinha de
cabeceira, com uma lamparina desligada e logo acima um quadro com quatros integrantes loiros.

Ao lado de Eduardo se encontra um espelho grande, bem ao lado de um enorme guarda-roupa. E atrás de mim tem uma mesa pequena, com um banquinho, velas e algumas penas com tinteiro.

- Por isto mesmo, alteza, que o senhor poderia ir se apressando para nos contar qual foi o acordo que fez com os senhores?

Scott suspira e se senta no banquinho da mesa, virado para nós dois.

- Eles me fizeram prometer que eu iria contar para seu pai sobre o que aconteceu com você sobre os cavalheiros - o encaro confusa, cruzando meus braços - Eles me ameaçaram contar tudo isto para meu pai e, como sei que ele anda muito ocupado e possivelmente iria ser persuadido por aqueles senhores, eu resolvi fazer um acordo. Eu posso ser o príncipe, mas meu pai continua acima de mim. É claro que eles queriam lhe punir, Clara, mas como eu estou ao seu lado, torna isto muito mais complexo.

Lágrimas ameaçam cair de meus olhos, mas eu logo pressiono minhas unhas contra as palmas de minha mão. Tudo que eu evitei se tornou realidade.

Tudo que eu fiz pra evitar que isto acontecesse.

As noites que eu corria e me trancava no meu quarto, logo no dia seguinte mentindo, dizendo que tudo estava bem; quando eu era obrigada a usar roupas longas para esconder os hematomas e agora eu vou ver tudo vir à tona.

Respiro fundo.

- Eu vou lhe acompanhar e tornar isto o mais agradável possível para senhorita - Scott se adiantou - Eles acreditam que isto possa ser outra forma de punição, já que seu...

- Alteza - Eduardo chama sua atenção -, desculpe, mas isto não está ajudando. O que ela precisa são de palavras positivas, mas não será eu que as citarei.

- Eu vou estar com você, ok?

- Ok, alteza.

OS QUATROS ELEMENTOS, A MULHER E A COROA Onde histórias criam vida. Descubra agora