Capítulo 9

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Capítulo 9
Clara
1247 palavras

Minha mãe me olha com um enorme sorriso em seus lábios quando desço a escada, já pronta para o jantar na casa dos tais vizinhos.

O meu vestido é simples, mas pomposo. O tecido é pesado para aguentar a noite fria, o tom de azul combinando parcialmente com minha pele e a capa o cobre para que não sinta frio pelo caminho em minhas orelhas ou qualquer parte que não esteja coberta pelo vestido. O cachecol se destaca bem no seu tom branco, contra o azul do vestido e o do tom de minha pele.

Meu cabelo solto roça em meus ombros enquanto tento me acostumar, como sempre, com os sapatos apertados.

- Está encantadora – ela me elogia – E eu, como estou? Perguntei para seu pai, mas ele sempre diz que fico bela de qualquer forma.

Meu pai levanta do sofá que estava, coloca o livro que estava lendo na lareira apagada, vem por trás de minha mãe e coloca suas mãos na cintura dela espontaneamente, fazendo com que a mesma solte um gritinho agudo.

- Roney! - ela exclama, divertida enquanto pousa sua cabeça no peitoral do mesmo.

- Emma, minha esposa belíssima que sempre está bela! - imita meu pai.

Por mais que eu diga que não quero me casar, quando eu os olho, é somente isso que eu queria nessas condições de sociedade.

Mulheres são destinadas a casar com homens mais velhos ou ricos, ou os dois diariamente.

Algumas mulheres têm sorte de encontrar o amor em um desses destinos que marcam para elas ou simplesmente acharem.

Isto aconteceu com meus pais.

Minha mãe foi prometida a casamento com outro homem com dezesseis anos, a homem mais velho que ela quase o quádruplo de sua idade.

Pelo o que ela disse, minha mãe o odiava.

Nisto minha mãe me conta que conheceu meu pai quando ele foi ajudar seu pai no trabalho no palácio, em um baile, eles se conheceram por acidente e os dizem que foi amor a primeira vista.

Ela largou tudo que tinha, a classe alta, os vestidos chiques e consequentemente, seu futuro marido rico para fugir e se casar com um filho de um ferreiro.

Uma história realmente emocionante. Minha mãe tem uma caixa cheia de cartas que meu pai começou escrever para ela quando conversavam.

Um verdadeiro romance com felizes para sempre.

Mas isto não me entusiasma em encontrar alguém para viver minha vida, porque quem escolhe não sou eu. Não ainda.

Pigarreou, sem muita ação, seria para eu interromper...?

- Estamos prontos? - pergunta meu pai.

- Sim – responde minha mãe tirando sua cabeça de seu peitoral dele  e indo atrás de sua cesta na mesa – Eu fiz uma torta das minhas divinas frutas do jardim enquanto vocês duelavam no quintal.

- Você viu, querida? Acreditava que seria um segredo de pai e filha – ela assente.

- O barulho das espadas estava dando para escutar até nas outras casas, querido.

- Ok, nisto você está certa, querida.

Esse é o apelido deles, “querida” e “querido”.
Na maior parte eu tento evitar as caretas que temem em surgir em minha face, por mais que seja a coisa mais fofa que meus ouvidos já puderam escutar, porém ao mesmo tempo é um pouco irritante e até mesmo meloso, já que eu terei que interromper porque precisamos sair.

OS QUATROS ELEMENTOS, A MULHER E A COROA Onde histórias criam vida. Descubra agora