Capítulo 17

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Capítulo 17
Clara
2462 palavras

Uma infinidade de quadros toma minha visão por completo.

A câmara que Eduardo dissera foi, finalmente, o fim do extenso túnel, ela é simplesmente vazia, se não tivesse vários quadros pendurados ao longo das paredes do cômodo e com um baú pequeno na extremidade da parede.

Quadros coloridos em meio a um lugar cinza. Pores do Sol em meio as flores inteiramente intensas e graciosas; casas no meio do mato, com fadinhas voando pelo céu; olhos de variadas cores, olhando para uma estrela de quatro pontas; e inúmeras artes que eu passo meu olho em torno de todas.

Eduardo me coloca no chão, apoio minhas costas na parede e logo depois olho para minha perfuração.

- Quem pintou estes quadros? - pergunto enquanto percebo que o sangramento cessou.

- Eu mesmo - responde ele e logo depois vai em direção ao baú que está ao meu lado. E então começa a caçar algo nele.

- Você?!

- Por que eu iria mentir, Aldrich? Isto são obras que iriam valer milhões se fossem vendidas.

Respiro fundo, para fingir que não me incomodei pelo seu tom convencido.

Ok, são lindas, o que me faz perguntar que foram mesmo este garoto que as pintou. Essas obras transmitem paz, graça e amor, nada que parece que ele tem.

- Até os malvados tem algum dom, foguinho - ele ri da própria fala e se agacha à minha frente - "Foguinho" é um ótimo apelido, não acha? Você parece que irá uma hora explodir e queimar tudo como o fogo e bem, seu cabelo o lembra.

Meu cenho se franze.

- O cavalheiro deveria ter mais respeito por minha pessoa - respondo - E se não se incomoda, porque sinceramente se você se incomoda, infelizmente este problema será seu, eu quero que não dirija mais a palavra a mim por alguns minutos para que eu me controle o suficiente.

Meu sangue ferve.

Não de um sentido bom porque acredito que não exista sentido bom quando parece que você vai atacar uma pessoa por uma frase boba.

Respiro fundo e isto parece animar o garoto. Me ver irritada parece ascender algo dentro dele, de um lado positivo.

Observo que ele está com um algodão e ele está úmido. Ele rapidamente segue meu olhar e suas sobrancelhas se erguem, esse algodão vai pra minha perna e eu sinto uma ardência.

- Por que fez isto?

- Eu teria falado se você não tivesse a segundos atrás me impedido de fazer isto - ele responde e a pressão fica maior - Só estou tentando limpá-lo antes de colocar algo para cobrir ele.

- E por que tem um baú de primeiros socorros? - a ardência virou, apenas, uma dor aguda de leve em segundos.

- Porque eu já imaginei que eu poderia cair.

Assinto. Meus olhos se voltam para os quadros.

- De onde pensou nessas imagens? - pergunto olhando para um campo verde com uma única árvore com folhas secas, caindo em volta de si.

- Certamente eu não pensei nesse reino - respondeu ele e logo retira o algodão manchado de sangue velho. Ele se volta para o baú, retirando agora dele um pano.

- Isto eu já havia decifrado, já que o reino é pequeno e a coroa não se interessa nele - respondo e pego o pano de sua mão, recebendo um olhar curioso de sua parte. Eu o coloco em cima do meu machucado e começo a enrolar pela minha perna - Nós temos terras boas, mas eles se preocupam
mais em fazer casarões para nobres, por isso que nosso reino é considero com menos população e bem, ele pode ter uma enorme floresta e estradas longas, mas não temos campos.

OS QUATROS ELEMENTOS, A MULHER E A COROA Onde histórias criam vida. Descubra agora