Capítulo 5

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Capítulo 5
Clara
1279 palavras

Estamos agora indo guardar o material, Lana está me seguindo para todos os lugares, até mesmo se eu der um passo. Ela se comprometeu.

Andando pelo corredor com lama no avental e no meu rosto após tentar plantar uma Planta Carnívora, quase perdi o dedo três? Quatro? Cinco vezes, no mínimo.

- Agora temos aula com o professor que é, bem... não gosto de usar adjetivos positivos para tal – observo seu nariz franzido enquanto espera que eu pegue meu livro – Como sua matéria é de história dos elementos, ele cita muito sobre como os homens conseguiriam tais poderes, mesmo que nos livros não digam como exatamente aconteceu, sendo assim sua preferência são dos garotos.

Ela olha para mim, assentindo, já acostumada possivelmente com isso.

- Na antiga escola que estudei, os professores agiam de tal forma, às vezes esquecendo que somos nós que damos à luz a eles! - ela fala alto e eu a repreendo com um aceno de mão. Não seria nada bom se alguém a ouvisse.

Assinto, ignorando último acontecimento.

- Exatamente. Bom, é melhor nós irmos – digo pegando o livro da matéria e o segurando firmemente em meu braço.

Estamos andando pelo corredor cheio de alunos andando para lá e para cá, para a segunda aula do dia.

Vamos para última sala de aula no corredor, quando entramos já se encontrava uma quantidade consideráveis alunos, o professor está ao lado da sua mesa, em pé, exibindo sua altura que eu não tenho nem um terço.

- Srta. Aldrich e...

- Riley – digo antes de Lana ter chance de responder.

- E, Srta. Riley se sentem ao lado de um garoto, que dizer, - ele examina a sala - Srta. Aldrich sente-se ao lado do Sr. Eno - ele se vira para Lana, com uma das sobrancelhas erguidas -, e você... o Sr. Cousin.

Tento não expressar tão visualmente que estou desgostada de tal ordem, não é muito agradável fazer dupla com uma pessoa que eu não gosto e não gosta de mim.

Vou em direção ao fundo, passando pelas mesas duplas de madeira e se afastando do professor e da Lana, onde o Eno está sentado ao lado da parede.

Quando me sento observo que Lana está procurando onde deve estar o garoto que o professor a mandara ir. Inclino a cabeça para um dos únicos sem um par, do outro lado da sala; a mesma vê e sorri aliviada.

Organizo as minhas coisas do meu lado da mesa, me sentindo observada.

- O cavalheiro está precisando de algo? – solto e olho para o mesmo.

- Se estiver, tenho certeza de que não será a senhorita a solução deste problema.

Me viro e me forço o impulso de revirar os olhos para ele. Se ao menos não fosse nesta aula, com este professor e com essa dupla eu não estaria com este impulso.

O professor atravessa a sala e fecha a porta lentamente, ele se vira para os alunos, nós.

- Bem, bom dia - começa enquanto cruza as mãos em frente ao seu tronco – Na aula passada eu lhes dei um resumo completo das propriedades de cada elemento que se expressa, naturalmente, em cada homem. Mas pelo que estou observando terei que citar algumas prioridades, para que nenhum aluno coloque a culpa em mim se não souber – ele ajeita a postura e sinceramente, nos dar
um sorriso aterrorizador, que se não estivesse acostumada teria feito uma careta – Bom, alguém poderia me dizer quais são os sentidos que um homem do grupo do elemento de fogo sente quando começa a utilizar seu poder?

Eu levanto minha mão e Eno faz o mesmo em seguida. Mas o professor ignora que foi eu que levantei primeiro a mão e aponta para o garoto ao meu lado.

- Por favor, senhor – diz o professor, indicando Eno ao meu lado.

- Normalmente o homem do elemento de fogo sente teoricamente calor, o sangue ferver e uma emoção muito forte se espalhar por todo seu corpo – ele faz uma pausa dramática, olhando para os lados e colocando sua cabeça apoiada em sua mão - Na prática não podemos comprovar se o livro diz a verdade ou não, alguns homens sentem todas essas causas, outros somente uma ou duas das e outros nenhum.

- Muito bem cavalheiro! - o professor o elogia – Agora, portando, do elemento água, alguém?

Levanto novamente minha mão, somente eu.

- Ninguém? - ele passa novamente o olhar pela sala e continua ignorando-me - Bom, o homem de tal elemento sente frio, calmaria e sente seu sangue na mesma velocidade que as ondas do mar, pelo que os livros dizem em teoria. Aproximadamente pela pesquisa que eu mesmo proporcionei, quarenta e cinco alunos com mais de dezessete anos disseram que sentem esses sintomas, já outros quarenta e cinco alunos disseram que não sentiam. Isso é a metade de noventa alunos do elemento água, com mais de dezessete anos que estudam aqui. Então significa que cinquenta porcento de alunos não consideram verdade, enquanto os outros cinquenta porcento consideram.

Ele continua a falar sobre sua pesquisa, sobre seu próprio elemento, como se isso fosse fazer com que a água se curvasse para o mesmo.

Eu somente volto a prestar minha atenção quando ele faz uma pergunta, sobre o outro elemento, a terra.

Eu rapidamente levanto minha mão, mas como todas as outras vezes ele dá a chance para outro garoto.

- O elemento terra na teoria, os homens desse elemento irão sentir o chão mais firme sobre si, talvez alguns leves temores e seu peito ficará mais pesado, como se seu coração virasse pedra – o garoto em minha frente não responde mais nada, mas recebe um singelo elogio do professor.

- Então, por fim, o elemento ar, cavalheiro... Senhor Eno?

Eu já estou com a minha mão levantada desde o momento que ele começou a falar, mas eu já deveria ter imaginado que minha determinação se transformaria em frustração.

- Me desculpe, professor, mas... - ele olha de canto para mim rapidamente, antes de voltar seu olhar para o homem à nossa frente – a senhorita ao meu lado, por mais que seja extremamente irritante a sua força de vontade, você poderia atendê-la?

Meus olhos pousam nele por uma fração de segundos, com raiva e desgosto.

Ele chamou a atenção do professor, da classe para cima de mim. Como se eu fosse uma sabe-tudo irritante, e egoísta ao ponto de querer responder todas as questões.

Então, por fim, fez com que minhas bochechas ficassem calorentas e que a vergonha tomasse conta de mim. Eu não levanto minha mão todas as vezes porque quero ter destaque alto, somente porque
eu sei, e que se alguém lhe faz uma pergunta que você sabe a resposta, você não responderia?

- Me perdoe, cavalheiro – o professor diz para Eduardo ao meu lado e se vira para mim, seus olhos semicerrados e sua boca comprimida é o suficiente para saber que não queria que fosse eu a responder sua pergunta – Então, senhorita com força de vontade, irá nos responder?

Assinto suspirando, escutando risadas pela sala.

- O elemento de ar é dito pelos livros que os homens que pertencem a este elemento sentem, aproximadamente, seu corpo flutuando, pressão nos ouvidos e uma leveza no corpo, como o próprio ar – digo rapidamente, olhando para minhas mãos e ignorando os olhares em cima de mim.

Não era bem isso que eu estava querendo quando eu levantei minha mão.

Bem, realmente tenho que admitir que eu imaginava que ele não me atenderia, por isso a frustração logo em minha frente, mas não posso dizer que eu queria que o professor pedisse para que eu o respondesse.

Certamente não era por um pedido do Eduardo Eno que eu queria ganhar isto. E com toda certeza que não com tantos olhares.

OS QUATROS ELEMENTOS, A MULHER E A COROA Onde histórias criam vida. Descubra agora