A mente

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Pov Lavínia

Acordo em um lugar totalmente diferente pelo qual me lembrava. Observo a minha volta com muita calma, analisando o quarto branco e sentindo a luz do sol iluminar meu rosto, é como se eu tivesse acordado de um coma de mais de dez anos.

Coloco-me de pé, sentindo o tapete sob os meus pés. Aquele sentimento me causava felicidade. O que houve comigo? Dormi por quase vinte anos?

— Os céus! - Exclamei quando observei meu retrato no espelho. — O que... - Toco meu rosto ainda desacreditada.

Eu estou tão desnutrida e parecendo deprimida. Não esperava que meu futuro fosse deste jeito, afinal sempre tive inseguranças com a minha magreza e fazia o que podia para não emagrecer mais.

Aquela versão mais velha de minha pessoa me assustou. Crescer é finalmente entender que a vida não é só sobre você?

Analiso minhas mãos, a aliança em um dos dedos. Eu sou casada? O que exatamente está acontecendo aqui?

— Onde estou? - Sussurro baixo. — E quanto a Hogwarts... - Sinto-me tão fraca que minha visão escurece.

Quando me coloco sentada a cama outra vez com o intuito de atrasar meu possível desmaio, minha atenção se volta para a porta, por onde passam dois homens.

Meu coração dispara, o que imediatamente faz com que eu me afastasse dos dois com medo. Quem eram aqueles e o que estavam fazendo ali?

— Lavínia, meu amor, não tenha medo. - Diz um deles, aproximando-se muito rapidamente de mim.

Ele segura meu rosto com facilidade, é como se já o tivesse feito milhares de vezes, então acaricia meu couro cabeludo enquanto me agacho rente a parede, sentindo-me fraca e prestes a perder a consciência.

— Eu sou Tom, você pode confiar em mim, certo? - O som de sua voz diminui. — Você está bem? - Sinto algumas gostas de suor escorrerem pelo meu rosto.

De repente tudo ficou frio e calor ao mesmo tempo, analisei o rosto do homem enquanto esse pronunciava mais algumas palavras, embora eu não pudesse ouvi-lo. Logo minha visão escureceu outra vez, mas agora muito violentamente.

Respirei fundo quando senti fortes braços agarrarem meu corpo, transportando-me até a minha cama, só aí que minha visão e audição voltaram, de forma lenta.

— Senhora Riddle, a senhora pode me ouvir? - Questionou o outro homem que julguei ser o medibruxo. — Está consciente? - Balancei a cabeça positivamente.

" Senhora Riddle?"

Autora

O lorde se questionou por muitas vezes como explicaria tudo a sua esposa. Ele sentia medo de que ela o odiasse e de que tentasse afastá-lo de sua vida e de seu filho.

— Nós somos casados, Lavínia. - Ele explicou de forma simples a ela, segurando a mão dela ao lado da sua. — São muitas coisas para explicar... - Selou seus lábios contra o dorso da mão dela. — Mas o que deve saber é que eu a amo e que jamais a machucaria. - Ela o encarou quieta.

— O que aconteceu comigo, Tom. - Pronuncia o nome dele com dificuldade enquanto afasta seu corpo do dele. — Por que perdi minha memória? - Questiona colocando-se de pé.

— Você estava doente... - Ela analisou a paisagem noturna. — Sua doença estava em estágio terminal, é como dizem no mundo trouxa. - Ele também se coloca de pé. — Então encontrei uma cura que a faria se recuperar, entretanto, suas memórias desapareceriam. Efeito da cura. - Ele a analisa.

Riddle havia mais uma vez se fascinado por sua esposa. Ela obtinha a mente de uma jovem de dezesseis anos, então vestiu-se, falou e agiu como tal, o que liberou um sentimento nostálgico para o mesmo.

— Certo... - Ela volta seus olhos para ele. — Eu tenho a sensação de já tê-lo encontrado... É como se sentisse a sua falta. - Ele sorri. — Embora eu não consiga me lembrar. - Tom colocou uma mecha do. cabelo dela atrás da orelha da mesma.

— Preciso contar a você... - Ele suspirou. — Mas preciso que não se desespere. - Afastou-se. — Lembre-se, suas memórias desapareceram, você não tem mais dezesseis anos e é casada. - Ela pareceu preocupada. — Lavínia, meu amor, você está grávida, nós teremos um filho. - Houve silêncio entre eles.

A ruiva voltou seu rosto em direção a paisagem, sentindo a brisa fresca da noite. Ela não havia raciocinado, Smell ainda estava tentando compreender.

Sua cabeça se inclinou para baixo de forma lenta, analisando o certo volume em sua barriga. Ele definitivamente não estava mentindo.

O lorde a observa em silêncio. Suas reações para ele são algo esquisito. Ou ela estava em choque, ou ainda não havia acreditado em uma só palavrada dele.

— Olha... - Ela se coloca de pé. — Isso tudo é realmente muita coisa para mim. - Tom também está de pé. — Entendo que isso não é uma brincadeira, mas eu não quero essa responsabilidade no momento. - Ela o encara seriamente.

— Lavínia. - Disse sua voz seria, finalmente atraindo atenção para si. — Este é o nosso filho e você precisa aceitar isso a partir de agora. - Ela o encarou intensamente.

Suas palavras frias ascenderam um certo tipo de ódio nela, mas também a fizeram sentir tristeza, é como um ciúme disfarçado.

Ela caminha para dentro de casa, batendo a porta como uma garota de dezesseis anos, que afinal ela não era, embora seu cérebro pensasse que sim.

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Sinto que já estamos quase no fim

Amor Corrosivo - Tom RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora