Amor Corrosivo - Tom Riddle

Ilusões

Observando o teto, Lavínia suspira. A luz do sol já iluminava o quarto e as brisas diurnas sopravam tão forte e deliciosamente quanto seu bom sono.

Ela coloca sua mão sobre sua barriga, acariciando-a lentamente. Smell estava triste, não acreditava que havia perdido toda a sua memória, ela não lembra quem é o homem que ama, mas lembra as sensações que o fazem amá-lo.

Duas batidas a porta são audíveis por Lavínia. Ela não permitiu que seu esposo chegasse perto desde o momento na varanda, na verdade ela estava sozinha desde lá.

Tom pensa que ela precise de um pouco de tempo para aceitar tudo, e que agora ela é a garota que ele conheceu há quase 20 anos, contudo, ainda é sua esposa.

— Lavínia. - Ele adentra o ambiente de forma calma, fechando a porta e caminhando até ela que se colocou sentada. — Nós precisamos conversar. - Ela suspira.

— Eu não conheço você, mas você faz com que eu me sinta segura e quente, sinto-me sua propriedade, mas ainda assim, não consigo me lembrar do seu rosto. - Ele a analisa. — E nós vamos ter um filho. - Ela suspira outra vez. — Não é como se eu pudesse desfazer isso, então decidi aceitar tudo e tentar ser o que já fui para você. - Ele tom a mão dela.

— Minha perfeição... - O lorde agarra o corpo dela, abraçando-a. — Você pode mudar o quanto quiser e eu ainda vou amá-la e fazer com que se sinta segura para sempre. - Acaricia o rosto dela.

Tom é muito esperto. Ele descobriu que retomar aos hábitos antigos de uma pessoa que perdeu a memória pode fazer com que ela lembre de algo ou pelo menos saiba que já lhe foi mencionado.

Desta maneira, ela parece esquisita, exatamente como previu, ela pensou sobre como ele se dirigiu a ela, chamando-a por " minha perfeição " seu apelido preferido e o mais importante para ela, tal fato, reconhecido pelo lorde.

— Vou fazer com que se lembre de mim, meu amor. - Sua voz manipuladora atrai o olhar dela. — E se não se lembrar, farei com que se apaixone outra vez. - Ela sorri falsamente, tentando se afastar do contato dele.

— Desculpe por isso. - Ela se coloca de pé, afastando-se dele. — Eu não consigo por agora. - Suspira. — Preciso de um tempo, que ainda seremos como antes. - Ele a segue.

— Lavínia. - Ela entrega sua atenção a ele. — Vamos tornar isso mais fácil, sim? - Ele parece sério. — Tente facilitar, eu sei que não é fácil, mas quero que saiba que sou seu porto seguro e estarei aqui para ajudá-la e apoiá-la para sempre. - Ela gostou das palavras dele.

— Eu realmente quero tentar me lembrar, Tom. - Houve um breve silêncio. — E vou precisar de sua ajuda. Talvez pudéssemos começar com fotos... A mesma rotina que eu seguia... Eu não sei, o que o doutor recomendou? - Ela questionou um tanto docemente, entregando sua antiga eu de uma forma mais madura.

— Preciso avisa-lá, meu amor... Antes de tudo, quero que voltemos ao hospital. - Ele suspira. — Odeio aquele lugar, mas é preciso para que tenhamos certeza de sua recuperação. - Ele se aproximou dela. — Vamos devagar, certo? - Ele sorri para ela, que assente com um sorriso no rosto.

Ele tenta se aproximar outra vez, esperando por uma reação dela, tal que não o agradou. Lavínia se afastou dele, caminhando até o banheiro sendo observada por ele com seriedade. O lorde já imaginava que seria cansativo, mas jamais desistiria dela.

— Minha família? - Ela se voltou para ele, observando o homem segurar a maçaneta da porta. — Onde estão meus pais... Medaline? - Ela questiona, observando-o pensativo.

— Bem, seus pais não estão no país agora... - Ele suspira. — Eu os mandei para fora. — Ela parece confusa. — E quanto a... Me-Medaline? - Ela assente. — Desconheço sua pessoa. - Respondeu friamente.

— Espere um momento... - Ela pediu. —Você não a conhece? - Ela questiona, preocupada.

— Eu devo conhecê-la, mas não me recordo de sua pessoa, querida, desculpe. - Ela suspira, agradecendo seu marido. — Bem, eu vou buscar alguns álbuns de fotos e seu café da manhã, sim? - Ela sorri, adentrando o banheiro.

Tom pensou consigo mesmo que ela parecia tão jovem e feliz. Ele também considerou a voz dela, que há apenas alguns dias era um tanto que mais engrossada, agora ela havia se tornado doce como antigamente.

Lavínia parecia uma memória viva.