24: I hate him.

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MABEL POV.

– Ele estava tentando me sequestrar! – Grito, farta de seus berros para mim, me culpando de tudo.

Eu fui culpada, por tudo, mas já não basta eu mesma estar me martelando, ele também tinha que me deixar pior ainda?

Eu só precisava de silêncio e solidão, para acalmar os pensamentos que estavam em minha mente, milhares e milhares de pensamentos.

Tom fica quieto, sem se mexer, sua feição estava pálida e seu rosto era bravo.

Mas então ele volta a me encarar com intensidade.

– Você tinha que matar o cara?! – Ele volta a gritar, Kaulitz parecia estar com raiva, e estava descontando em mim, me culpando por querer não ser levada, de novo. – No que estava pensando?!

Então sinto uma onda de fúria passar por mim, como um tsunami.

Eu não estava mais aguentando, estava exausta.

Só queria que o dia acabasse e pulasse para o amanhã logo.

Precisava de paz, longe de festas, longe de gangues, longe de bebidas, longe de Tom...

Talvez eu tenha aprendido com você. – O encaro raivosa, sentindo meu corpo quente.

Seu rosto se torna macabro, escuro e tenso.

Seus olhos castanhos se tornam cinzas, bravos.

Suas sobrancelhas se cruzam, e até consigo ouvir seus dentes se rangendo.

– Que porra você disse?! – Kaulitz diz sério e enfurecido, com o maxilar marcado.

Continuo o encarando, com lágrimas de fúria nos olhos, que ainda não caíam.

E então ele dá alguns passos para frente, em minha direção, rápido demais para eu ao menos raciocinar.

Fecho meus olhos, tentando fazer Tom desaparecer do quarto.

Ainda com os olhos fechados, me deito na cama, virada para a parede, e cubro o rosto com o travesseiro.

E me deixo chorar, soluçar.

Lágrimas escorriam sem parar de meus olhos, tentando parar aquela dor no coração.

Eu ainda não conseguia assimilar tudo que havia acontecido, tudo doía, da minha cabeça aos meus pés.

Só hoje eu havia ido a uma festa cheia de criminosos, visto um cara morrer, fugir da festa, quase ser sequestrada e ter matado alguém.

E tudo isso martelava minha cabeça, eu estava confusa, exausta, brava, com medo.

Brava comigo, brava com Tom, por seu comportamento de babaca.

Com medo de tudo que havia visto.

Eu estava traumatizada, honestamente, traumatizada.

Meus soluços e suspiros reverberavam pelo quarto, e o colchão abaixo de mim era molhado pelos rios que saiam de meus olhos.

Eu ainda estava com aquele vestido desconfortável, com aquele penteado puxado, e com aquelas luvas apertadas.

Mas eu não tinha forças para me levantar, nem ânimo.

Eu sentia como alguém ou algo tivesse sugado toda minha energia, como um ser do mal.

Aquelas imagens passavam por minha mente como um filme, um filme horrível e traumatizante.

Até que percebo que o quarto estava em silêncio, que eu não conseguia ouvir ninguém além de mim.

The devil is real... || Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora