09: Crazy girl

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Garota maluca

MABEL POV.

Havia alguns dias desde o incidente, que foi proposital...

Minha intenção não era de me matar ou me senti como estou me sentindo, era só vê-las de novo, mas não funcionou.

Claro que não funcionou, por que funcionaria? Eu não mereço nada de bom.

Esses dias eu tenho me sentido vazia, desnutrida e deprimida.

Parece que todo o peso do mundo caiu sobre meus ombros, eu não saía do quarto há uns três dias.

Não comia nada, me traziam comida todos os dias, três vezes por dia, mas os pratos só empilhavam na minha porta

Às vezes Isabel vinha e tentava conversar comigo, mas eu não tinha ânimo.

Estava deitada na minha cama, ocupando o mínimo espaço, quando alguém bateu na porta.

— Oi. Mabel, né? — Uma voz masculina falou abrindo a porta, olho para o mesmo e reparo em seus cabelos loiros e óculos.

— Sim. — Digo baixo me sentando na cama.

— O Kaulitz tá te chamando lá na sala. — Ele fala fechando a porta, levanto da cama e vou me olhar no espelho, me ajeitando.

Abro a porta e desço as escadas lentamente, vejo Tom esparramado pelo sofá vendo televisão.

Desço até o final da escada, os olhos castanhos profundos do garoto se fixam no meu, descendo pelo meu corpo.

Kaulitz desliga a tevê e levanta do sofá, indo para a área da piscina, e eu fico parada lá.

— Vai ficar plantada aí? — Tom pergunta, quebrando o silêncio pairando entre nós.

Saio do meu lugar e ando rapidamente, parando ao seu lado.

Kaulitz tirou um maço do bolso e acendeu um cigarro, soltando a fumaça devagar pela boca e nariz.

O silêncio entre nós era desconfortável, seu corpo alto e forte parado do lado de meu, meu ombro quase roçando em seu braço.

— Pode começar. — Ele fala, seus olhos sombrios voltando a me encarar, fazendo arrepios correr por todo meu corpo.

— O que? — Minha voz sai falha, estava me sentindo fraca, prestes a cair.

— Por que fez aquilo, quero saber por que fez aquilo. — Sua voz era firme e levemente rouca, meu coração pulou uma batida, era muito pessoal...

Fiquei em silêncio sentindo minha respiração acelerada, olhei para baixo, estalando meus dedos.

— Mabel. — Tom fixou seu olhar em mim, calafrios em todo meu corpo, olhei para ele, em seus olhos escuros.

— Tom, por favor... — Pedi, meus olhos ardiam, mas ele continuava a encarar fundo em minha alma. — Uhm... Eu só, eu só queria ver elas novamente.

— Como assim? — Ele perguntou baixo, meus olhos já haviam lacrimejado.

Kaulitz saiu do meu lado e foi para minha frente, estava olhando para os meus pés quando senti sua mão indo para o meu queixo, levantando meu rosto e me fazendo o olhar.

— Mabel, me explica. — Sua voz estava perto do meu ouvido, seu hálito quente e mentolado batia em meu rosto.

— Gideon me deu pílulas alucinógenos, eu tinha que tomar todas as noites. E honestamente, era a melhor hora do meu dia, eu conseguia ver Greta e minha mãe. — As lágrimas escorriam em minhas bochechas rosadas e quentes.

The devil is real... || Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora