05: Hold on...

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Aguenta firme...

Já fazia sabe lá Deus quantas semanas eu estava aqui, cada dia, cada momento que eu continuava sequestrada, era um pedaço da minha esperança que ia embora, morrendo.

Eu rezava, implorava para Deus e os anjos que me tirassem, mas eu continuava no fundo do poço.

Havia alguns dias que tiraram o corpo de May do meu quarto, eu já estava me acostumando com o cheiro de cadáver em decomposição.

Eu não tomava um banho apropriado há dias e estava me sentindo nojenta, por mais que eles tenham me "lavado" e me dado uma camisa gigantesca velha, eu intercalava entre essa roupa e a roupa que eu estava quando aconteceu.

Desde que o chefe havia me... tocado, ele estava ausente, então seus capangas faziam o que bem entendessem comigo, eu tentava me comportar bem para que eles tivessem um pingo de compaixão, mas eles continuavam a me torturar e me fazer de boneca.

Eles me batiam, me chutavam, me xingavam e riam enquanto faziam.

Meu corpo todo estava dolorido, eu chorava todas as noites com dor, medo, pânico e desânimo.

Minhas costelas pareciam quebradas de tão dolorosas e estavam vermelhas e roxas, sempre tinha alguma coisa sangrando, ou meu rosto, ou barriga, ou braços e pernas.

Eu havia desistido de viver, desistido de tentar os fazer parar, desistido de acreditar que algum dia eu vou sair desse inferno.

Antes, eu não acreditava em inferno, no diabo e demônios, mas, o diabo é real e o inferno é onde eu estou, convivendo todos os dias com demônios.

Eu acordava todos os dias sem ter dormido quase nada, nesse colchão que se assemelha mais ao chão do que um colchão, suja e machucada, deprimida e com pensamentos suicidas.

Não me deram um alimento há cinco dias, e honestamente, não me faz falta, eu nunca comi muito mesmo.

Eles me davam água, mas raramente, e me deixaram tomar "banho" uma vez também.

— Tira as roupas, agora. — Klaus ordenou para mim, seus braços cruzados enquanto ele esperava eu me levantar.

— Quê? Não. — Eu respondi, me levantando.
Eu às vezes tentava intimidar eles, mas são dois homens com mais de 1,90.

— Caralho, Mabel! Tira a porra da roupa e fica de roupa íntima, se achar ruim vai ficar pelada! — Ele grita, eu reviro os olhos e começo a tirar minha blusa.

Era estranho eles me chamarem pelo nome? Sim, já que eles me tratavam como um animal, mas eu pedi por dias que fizessem, até que eles começaram.

Eu ouvi uma conversa deles que foi o chefe que mandou me chamarem pelo nome, o chefe que até hoje eu não sei o nome.

Assim que tirei minha roupa, eles abriram a porta e pegaram uma mangueira e a jogou para mim, depois uma barra de sabonete.

— Vai, cinco minutos. — Stefan disse, cruzando os braços.

Eles ligaram a água, que congelou todo meu corpo, peguei o sabonete e rapidamente me limpei.

Eu não podia ficar sem supervisão com a porta aberta como estava agora, então eles sempre estavam me observando, as verdadeiras babás do inferno.

Depois desse "banho", eles tacaram a blusa que eu mencionei em meus braços, fui para frente do espelho para vesti-la, mas a imagem que eu vi me assustou.

Era uma garota com o cabelo todo bagunçado, olheiras profundas e pele pálida e sem brilho, olhos cansados, corpo todo machucado e vermelho e com uma magreza assustadora.

The devil is real... || Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora