24° Episódio.

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Serpente narrando.
(O transporte de drogas.)

Já estava tudo pronto, e bem organizado.  Eu e o Ganso estávamos indo pra rodoviária. O DG estava vindo atrás de nós num carro comum. Logo avistei os policiais, e mencionei no radinho.

Menciono no radinho:
Serpente: o bagulho é o seguinte, quando os policiais se aproximarem do meu carro e pra iniciar a troca de tiro. Tlgd? Quando eles se afastarem, a gente vai passar, e vocês vão ficar cuidando deles. Cuidado pra não ser pegos.
  - câmbio desligo.

Estava tudo indo bem, chegando mais pertinho dos policiais, na nossa frente havia um caminhão da nossa equipe. Eu entrei com o carro, e fechei a porta de trás.

Após se aproximarem do caminhão, logo escutei a trocação de tiro. Ouvi meu radinho apitando e coloquei perto do ouvido.

Mencionaram:
Xxx: os policiais tão atirando também serpente, dei a volta e ecooei a missão. O DG ferido, e eu levando ele pro hospital.
- câmbio desligo.

Meu chão caiu. Pedi pra ecoar a missão, e rapidamente já estávamos voltando pro Rio. Meu coração começou a doer, ao pensar que DG não aguentaria até chegarmos no hospital do Rio. No desespero, comecei a chorar.

Menciono no rapidinho:
Serpente: pede pra ele pressionar o sangue, caralho!
- câmbio desligo.
Xxx: ele pressionando, que eu acho que não está funcionando.
- câmbio desligo.
Serpente: acelera esse carro porra.
- câmbio desligo.

Depois de 1 hora chegamos no hospital, saí do carro correndo e entrei no hospital. Na hora, eu não queria saber se era arriscado, até sentir alguém me puxar pelos punhos.

Ganso: deixa que eu entro, você não vai poder. - ele diz tirando seu colete e suas armas.

Serpente: quando voltar, me trás notícias boas dele. Por favor. - ele faz positivo com a cabeça e entra com ele nos braços.

O que eu vou fazer agora? O meu melhor amigo levou um tiro, e nem entrar no hospital, eu posso. Que porra! A raiva é a angústia tomam conta do meu corpo, e meus olhos são tomado pelas as lágrimas.

Depois de 20 minutos, o Ganso apareceu pra me dar notícias. Eu levantei rapidamente do chão, e vi seu rosto frustrado.

Serpente: fala logo o que aconteceu, porra! - digo nervosa e impaciente.

Ganso: ele não resistiu.. - ele abaixa a cabeça chateado.

Eu gritei, e expressei todo meu ódio. Estava com raiva de mim mesma por colocar ele em perigo, por deixar ele sozinho com um imbecil dentro daquele carro. O meu mundo caiu, eu perdi o meu único companheiro de crime e de amizade.

Ganso: fica calma. - ele me segura ao me ver caindo no chão.

Serpente: ele era o meu único amigo, porra! Eu vou fazer todos aqueles filhas da puta pagarem pelo o que fizeram com ele. - não consigo conter o choro e acabo chorando no colo de Ganso.

Eu não queria saber de nada, só queria que meu amigo voltasse a vida. Tirei minhas armas da cintura, e das costas, e adentrei o hospital. Procurei DG em todas as salas, e quando vi ele deitado, encima daquela maca, cheio de fios pelo corpo com médicos em volta. Minha ficha tinha caído.

Serpente: acorda DG! - eu balanço seu corpo. - ACORDA PORRA!

Minhas lágrimas cai sobre seu rosto, e nenhum sinal de vida eu recebia. Eu me deito do seu lado na maca, e abraço seu corpo.

Serpente: por favor acorda. Não me deixa aqui sozinha.. - eu soluço de tanto chorar.

E muito ruim quando você perde alguém muito importante pra sua vida, por exemplo, essa é a segunda perca mais importante pra mim. A primeira foi a minha mãe, quando eu estava com 5 anos. E a segunda foi o meu único amigo. E uma dor inexplicável que ninguém saberia explicar. De lembranças suas, só restaram um colar e uma pulseira de prata, que eu lhe dei de presente, após completarmos 1 ano no crime. Coloquei em meu pescoço, e desabei no seu colo. Meu amigo se foi. O DG se foi.

Em meio tantas lágrimas, acabei dormindo ali mesmo. Quando acordei, vi que sua avó estava lá. Levantei, e abracei a mesma que estava chorando.

Cláudia: porque você levou ele pra fazer essa operação idiota? - ela me empurra.

Serpente: peço desculpas.. - abaixo a cabeça me sentindo culpada.

Cláudia: por culpa sua, meu filho morreu. Se você não tivesse metido ele nisso, ele estaria vivo! - não consigo conter as lágrimas e elas começam a descer.

Eu sai daquela sala, e fui pra fora do hospital. Fechei os olhos ao sentir o sol batendo no meu rosto, e quando abri, tive uma alucinação do DG.

Alucinação:
DG: volte pra sala, e peça pros médicos ligarem os aparelhos.

Serpente: é você mesmo? - eu corro e tento abraçar ele.
  - Alucinação off.

Antes de eu abraçar DG, ele some. Corro pro hospital novamente, e peço pros médicos ligarem o aparelho, e fazerem pressão no seu peito pro ar voltar. Eu imaginei que aquilo fosse um sinal, então, eu estava torcendo pra ele voltar.

O clima tenso se instala na sala, e os médicos fazem a pressão no peito do DG. Eles desistiram, e fizeram pressão de choque. Eu não estava vendo nenhum resultado de vida.

Xxx: ele não volta a vida. Infelizmente, não podemos fazer mais.. - ele é interrompido pelo barulho da máquina.

Eu gritei de felicidade, finalmente o seu coração estava batendo de novo e rapidamente os médicos ligaram a máquina respiratória.

O meu amigo voltou a vida porra, e a minha ficha não tinha caído ainda. Eu sai da sala, e chorei de felicidades.  Eu realmente tinha falado com ele, Deus não deixaria  ele ir desse jeito.

Depois de um bom tempo agradecendo, e falando com Deus. Os médicos me chamaram, e disse que eu poderia ver DG, pois ele já estava acordado.

Quando adentrei a sala, vi seu sorriso novamente, e abracei o mesmo. Ficamos horas conversando, e relembrando o qual significativa era sua amizade pra mim.

Depois de um longo tempo, ele disse que iria descansar, e eu falei que quando ele melhorasse, iríamos comemorar com um churrasquinho e futebol. Logo após, eu deixei ele descansar e fui pra casa. Pois, estava exausta da noite anterior. Dormir naquela cama era desconfortável, até porque, estava eu e DG junto. Na hora eu não liguei, mais agora minhas costas dizem qo contrário.

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