Não Tem Como Dar Errado

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P. O. V. LAISLA HERNANDEZ

- Infelizmente o Dr. Dias não faz mais parte do nosso hospital. Ele pediu o desligamento ontem e seus pacientes estão sendo transferidos para os médicos remanescentes. - Estranho a resposta da recepcionista ao meu pedido para chamá-lo.

- Yo no entendo, ontem ele estava aqui e tem pacientes sob sua responsabilidade... Inclusive ficou de me passar as últimas recomendações para que liberasse o Garcia Júnior... - A mulher me lança um olhar compreensivo.

- Aqui entre nós, eu também não entendi porque ele decidiu fazer isso de uma hora para outra... Mas estão dizendo por aí que ele recebeu uma proposta para sair do país. - Compreendo o que ela diz.

- Bien, desejo que ele tenha sucesso onde quer que vá. Obrigada pela informação. - Lamento internamente por no ter tido a chance de conhecê-lo melhor, me pareceu um hombre interessante e divertido. - Consegue verificar qual é o novo médico designado para o paciente Lucas Garcia?

- Claro, só um minuto. - Sorrio para ela enquanto aguardo.

Penso no meu dia cansativo, amo meu trabalho, mas odeio a papelada que preciso preencher sempre que concluo uma missão. Muito burocrático e me deixou com preguiça de terminar hoje, yo sou uma mulher de ação e no de escritório. Admiro quem consegue, mas es muy entediante.

- Juro que eu não entro mais naquele quarto... O que ele tem de bonito, tem de ruim. - Escuto um casal de enfermeiros conversando em tom baixo, enquanto passam pela recepção.

- Aquele filho do dono é só mais um desses playboys mimados que se acham donos do mundo. Se acha bom demais até mesmo para comer a sua dieta, isso porque a dona Suzi fez questão de comprar os mantimentos de melhor qualidade. - Me interesso pelo assunto, fui muito clara quando disse para aquele hombre se comportar bien.

- Ela foi muito boa, né? Fez questão de pensar em todos os pacientes e em nós. Viu a área de descanso nova? - Eles emendam um assunto diferente.

Eu vou atirar naquele idiota, talvez ainda dê tempo de colocar na papelada que os ferimentos dele o levaram a óbito.

- Senhora? - A recepcionista chama minha atenção. - No sistema consta que o responsável agora é o Dr. Antônio Vargas.

- Gracias. - Agradeço e em seguida me despeço, indo para o quarto.

Entro sem bater e tenho a impressão de que interrompi uma reunião de família, na qual Suzani parece realmente irritada e Allan... Bom, se parece com ele mesmo.

- Boa noite. - Falo ao receber a atenção dos presentes. - Sinto muito por no bater antes de entrar, no sabia que estavam por aqui. - O horário de visitas já encerrou, ser o dono tem suas vantagens.

- Laisla! - Suzani não perde tempo em me receber com um abraço caloroso. - Não se preocupe, estava tentando colocar um pouco de juízo na cabeça do meu filhote, mas é teimoso feito o pai. - Ela sussurra a última parte, acredito que para o marido no escutar.

- O que aconteceu? - Pergunto querendo entender a situação.

- Você não estava aqui para cuidar de mim, foi isso o que aconteceu. - Olho para o Garcia Júnior sem entender. - Onde estava até essa hora? Com quem? - Aperto meus olhos em sua direção.

- Yo já disse que no lhe devo satisfação da minha vida. - Observo a forma como sua postura se torna rígida, mas no dou tempo para que continue agindo estranho. - Se alimentou? - Questiono já sabendo a resposta pela conversa que ouvi a pouco.

Intocável Garcia - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora