Prólogo

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P.O.V LUCAS GARCIA, VULGO, LUQUETE

Eu já ouvi muitas histórias sobre os homens da grande família a qual pertenço. Histórias de superação, de tretas épicas, de como cada uma das "The One" foi conquistada, de como a grande família se tornou o que é hoje, do peso e do significado que cada sobrenome carrega. Mas nunca, nunca mesmo, ouvi história sobre um homem com coração partido como o meu nessa família.

Aparentemente eu sou a exceção, o Garcia fora do padrão.

Prazer, meu nome é Lucas Garcia. Sentiram o peso desse sobrenome? Herdado de ninguém mais que Allan Garcia, o dono dessa cidade, aquele quem dita as regras e está acima da lei. Bom, pelo menos fora de casa, porque do lado de dentro quem manda é a dona Suzani Garcia, a melhor profissional da Psicologia e conhecida por mim como mamãe.

Meus pais sempre se orgulharam de terem se reencontrado pelo acaso depois de anos, dizem que é a prova de que o amor verdadeiro existe e que não há como se esquivar, não importa o quanto já tenha sofrido com a vida, uma hora ele vai chegar e bagunçar tudo aquilo que você levou anos para reorganizar e você vai deixar, vai deixar porque o amor verdadeiro é inevitável. Forte o suficiente para ser intocável por meros mortais.

De acordo com o meu pai, para os homens da grande família o amor não é igual aos dos demais, um Garcia, um Salvatore e um Baker não são homens que amam mais de uma vez. Não há como fugir daquilo que está destinado a ser seu.

Meu pai sempre me disse que no dia em que eu menos esperasse, seria o dia em que eu encontraria a minha "The One". Teoricamente, meu mundo passaria a girar em outra velocidade e por mais que eu tentasse resistir, no fim, eu me renderia ao inevitável e só então conheceria a verdadeira felicidade. Eu sei, vocês devem estar rindo desse monólogo que mais parece um conto de fadas, mas o ponto é: Eu cresci pronto para quando o meu momento chegasse.

Eu sempre me perguntei, por que alguém lutaria contra algo inevitável?

Assisti de perto a derrota dos meus companheiros que tentaram ir contra ao amor. O primeiro cair foi Caíque Vitorazze, a prostituta foi literalmente para a guerra, preferiu colocar sua vida em risco a aceitar os seus sentimentos pela princesinha da família, vulgo Lívia Salvatore. Acham que adiantou alguma coisa? Claro que não! Hoje estão noivos e criando dois filhos, Bianca e Willian, são a personificação de família feliz.

O segundo a cair foi Erick Salvatore, o mais velho do trio de irmãos, se dizia incontrolável, e realmente achava que enganava alguém com aquela conversa de que era incapaz de amar. Qual é? Só tapados não viam que ele lambia o chão onde minha prima pisava, não que atualmente tenha mudado. Essa prostituta ficou anos tentando suprimir seus sentimentos, até que chegou o dia em que não conseguiu mais ser apenas um "primo de consideração", manipulou ninguém menos que Jade Miranda Baker – e agora Salvatore – a integrante mais maluca dessa família, para conseguir o que queria. Hoje eles são casados e estão esperando achegada dos trigêmeos mini terroristas.

O último companheiro a cair foi o prostituto do Klaus Salvatore, existir alguém mais puto que ele na época em que era solteiro é impossível, no entanto, foi nocauteado em milésimos de segundos pelo destino inevitável assim que colocou seus olhos sobre Alice, a garota marcada como mercadoria. Se até mesmo o sempre indomável e rebelde Klaus se deixou domar tão facilmente e agora fica suspirando feito um idiota pelos cantos, quem poderia ir contra ao amor?

Depois de tudo isso, todo esse histórico familiar, como eu vou contar para os meus pais que não faço parte do padrão da nossa grande família? Que a minha escolhida não me escolheu e agora tudo o que eu tenho é um passado fodido e um coração partido? Sempre estive acostumado a ser quem destrói e não quem é destruído, mas aquela mulher conseguiu o inimaginável: Me trair descaradamente.

Já dizia algum sábio: as aparências enganam.

Diana parecia ser a mulher certa para mim, ela era educada, inteligente e bonita. O tipo de beleza que faz pescoços virarem por onde passava, obviamente eu a quis assim que coloquei meus olhos nela. Foram 11 malditos meses juntos. Eu já tinha planejado tudo, o almoço para apresentá-la devidamente ao resto da grande família, uma vez que meus pais a conheceram logo que começamos a nos envolver e eu decidi que seria com ela o meu futuro.

Maldita hora que eu resolvi sentir falta dela e ir visitá-la em outro país. Por outro lado, se não tivesse ido sem avisar nunca a teria visto na frente daquela universidade beijando outro, não teria presenciado ela rejeitando a minha ligação porque estava ocupada demais me traindo. Eu só não consigo entender como ela pôde fazer isso depois das viagens, do pedido de namoro e de todos os momentos que passamos juntos?

Ela disse que me amava, mas esse não é o amor que meus pais me ensinaram a acreditar. Não é o amor que eu esperava.

Uma semana não pode ter sido tempo o suficiente para ela conhecer alguém nesse nível de intimidade e esse pensamento me fez perceber que talvez todas as vezes em que ela disse que estava ocupada estudando, na realidade estava conhecendo outro cara. Um cara que com certeza nunca a fará feliz como eu poderia ter feito... E isso não tem nada a ver com o meu dinheiro, ou com o quão gostoso eu sou, tem a ver com o fato de que eu realmente estava disposto a entregar meu coração a ela como nenhum outro seria capaz.

Naquele mesmo dia os segui durante o dia todo, era como se eu precisasse ter certeza e para isso tive que presenciar as trocas de carícias, os beijos... E no final do dia eles foram para a casa que eu comprei pensando no conforto dela. Sei que eu deveria ter ido embora sem me auto torturar, mas eu sou um homem teimoso e por mais que tudo estivesse bem óbvio, no fundo, eu tinha esperança de que fosse um mal entendido apenas. Com a minha cópia da chave eu entrei na casa silenciosamente e não foi preciso adivinhar em que cômodo estavam, as roupas espalhadas pelo caminho e os gemidos já foram o suficiente.

Sempre me orgulhei por saber controlar a minha raiva, por conseguir manter a minha mente sã em situações difíceis. Mas naquele momento queria ser impulsivo o suficiente para por para fora tudo o que estava sentido, interrompe-los e quebrar tudo, cobrar por explicações ou quem sabe até mesmo ser o corno manso e dizer que a perdoava. Mas eu não sou esse cara, não sou do tipo que expressa o que sente, pelo menos não antes de pensar muito bem em cada ação.

A situação atual é que eu preciso aceitar que a minha história não será como a dos meus pais ou do restante da família, o álcool tem se mostrado a melhor forma de esquecer tudo. Eu sou o cara que gosta de controlar tudo e saber de tudo, mas olhem que ironia, não ando sabendo nem da minha própria vida direito. Tudo o que eu sei é que Diana não me escolheu como eu a escolhi e se não for para ser ela, eu não quero outra.

VOCÊS NÃO IMAGINAM O PRAZER QUE É ESTAR DE VOLTA!

DEPOIS DE UM LONGO TEMPO LONGE, VOLTEI. E QUE RETORNO SERIA MELHOR DO QUE CONCLUIR O CICLO DA NOSSA GRANDE E LOUCA FAMÍLIA?

E PARA AQUELES QUE GOSTAM DE UM SPOILERZINHO: SINTO CHEIRO DE TIROS, PORRADA, BOMBA, RISADAS E UMAS COISINHAS MAIS.

CONTO COM VOCÊS COMO SEMPRE, PARA CURTIR E COMENTAR MUITO NESSA HISTÓRIA.

OBRIGADA PELA ANTENÇÃO, BJSS NA BUNDA!!!

Intocável Garcia - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora