Ignorei seu pedido e continuei olhando pela janela do carro, no rádio Time After Time da Cindy Lauper tocava bem baixo, mas realmente não tinha música melhor para tocar num momento como esse, não?
Aquilo era sim um pedido de socorro, era sim o meu colapso, era sim o momento em que eu queria sair correndo e voltar para casa com a minha irmã, queria voltar para a Califórnia e ver minha mãe lá, minha mãe viva, minha mãe na cozinha fazendo um sanduíche de pasta de amendoim pra mim, o meu favorito.
— Mini Andreev, olha pra mim!
— O que você quer? — falei irritada.
— Vai ficar tudo bem, Mini Andreev.
— Só vai ficar bem quando eu tiver meu irmão ao meu lado, falando que eu sou dramática demais e me abalo com situações superficiais...
— Mas você não é dramática...
— E você não me conhece, Billy Hargrove; Eu só consigo pensar que meu irmão tá morto e se ele não estiver morto ele tá desesperado e quer sair de lá! Eu to desesperada também, minha irmã também tá e meu pai tá pouco se fodendo pra nós três! — falei em tom firme, falar tudo aquilo foi como tirar facas das minhas costas — Não quero que você sinta pena de mim, não quero que você fique apreensivo, não quero que você se preocupe em como eu me sinto ou no que eu sinto, eu só quero paz em um minuto da minha vida, eu só quero saber se minha família tá bem depois de tudo o que tá acontecendo.
Hargrove ficou em silêncio, e logo deu outra virada na chave, ligando o motor que logo fez um barulho bem grande.
— A gente vai pra onde? — limpei algumas lágrimas.
— Comer, já me falaram que comida alivia...
E ele saiu daquele bequinho em que estávamos, indo atrás de algum McDonalds para comprar algum lanche que deixasse ambos felizes. Ele estacionou no primeiro que viu e saímos do carro assim entrando no estabelecimento, pegamos os dois lanches e voltamos para o carro, decidimos que comer ali seria melhor. Abri a embalagem que envolvia meu lanche e dei uma mordida nele, arregalando meus olhos.
— Tá gostoso, Mini Andreev?
— Demais!!! — sorri e o olhei.
Ele sorriu de volta, mas dessa vez não foi um sorriso canalha como foi na porta de casa, foi um sorriso singelo, um sorriso que veio do coração.
— Sinceramente... obrigada pelo lanche, foi bem gentil da sua parte...
— É que a Max também come quando fica mal, então eu pensei que fosse uma linguagem universal pra ficar "feliz".
— E você? Tá feliz, diarreia? — falei e arregalei meus olhos novamente, eu realmente falei aquilo? ah não...
— Espera... diarreia? — ele me olhou com uma das sobrancelhas arqueadas.
— É que... quando você me olha você sempre tá com... cara de quem tá com diarreia...
Ele caiu na risada, parece que foi a coisa mais engraçada que ele já ouviu.
— Preciso confessar uma coisa também...
— O quê?
VOCÊ ESTÁ LENDO
My Worse Romance - Billy Hargrove
FanfictionYekaterina Andreev é uma jovem californiana de 17 que se mudou para Hawkins junto com seu pai, seu irmão e sua pequena irmã de 4 anos. Tudo corria "bem", até seu irmão desaparecer e assim Kate entrar numa sede insaciável de descobrir o que de fato a...