Capítulo 42

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Elizabeth Hayley

Eu nunca senti tanto dor em minha vida! Em algum momento na sua vida se você acha que sentiu a maior dor, é porque não passou por esse inferno! Eu estou sentindo que estou sendo dilaceda por dentro e que eu vou morrer no processo! Eu só quero isso que parece!
Era uma verdadeira tortura! Tem uma hora que você acha que acabou, mas aí vem um dor maior te dizendo " eu estou aqui sua vagabunda! Ninguém mandou você dar!"

Atena que estava no último ano de residência, tentava ajudar minha mãe como podia, mas com temporal la fora ela estava muito limitada. E pedi ajuda se tornou impossível!

- Eva sua desgraçada! - falo ajoelhando no sofá. Eu tentava agachar na esperança que isso diminuísse, andava de um lado para outro, mas nada adiantava. Comecei a chorar desesperada, me sentindo sozinha no mundo! A única pessoa que esteve comigo nesse processo não poderia me ajudar, porque está desmaiada no sofá sagrando muito e me deixando completamente nervosa! Esse, sem dúvidas, é o pior dia da minha vida!

A noite foi se passando! Minha dor não passava, pelo contrário, e o temporal la fora estava pior e para piorar tudo, a luz acabou!

- Ela está sagrando muito! Chegou a hora do bebê vim, mas ela não está dilatando. Eu acredito que o bebê está sentado! E a pulsação de seu coração está muito fraco! - Atena disse com ar profissional.

Eu passei a ficar com mais medo do que estava! O medo de perder minha mãe por um instante faz meu coração para, um frio na barriga e as palavras fogem da minha mente!

Mas a dor dos infernos me faz me curvar mais e gritar de dor! São como cólicas, mas 100x pior.

- Seu pestinha! Me alargando feito um Peru na ceia de Natal e matando no processo! Que tortura!

Atena vem tentar me ajudar, mas minha mãe começa a despertar.

- NÃO! AJUDA ELA! - me deito em posição fetal e começo a chorar! - ela precisa de ajuda... ela..

- Meu... bebê - ela diz fraca, agonizando em desespero e tocando sua barriga. - Meu lindo bebê!... esta morrendo... por quê?

Seus olhos estavam em um mar sofrimento, dor e desespero.

- Seu bebê vai ficar bem! - Atena tenta acalmá-la.

Minha mãe grita de dor! Seus gritos não são apenas pelo dor física, é um grito de dor na alma! Um grito que te arrepia e te toca no fundo, que te faz te vontade de chorar!

- Eu preciso tirar, ele já não esta se meche mais! Não posso mais espera por ajuda! Se eu não tirar os dois vão morrer! - Atena diz.

- Como? NÃO! - digo agonizando em meio às palavras

- A minha bolsa está no carro e lá está alguns matérias... entre eles meu bisturi.. - ela me olha e espera por um confirmação

- Tudo bem. - aceno.

Quando ela voltou, completamente coberta por neve, eu não queria olhar seus próximos passos. Mas a preocupação foi mais forte e observei ela esterilizar tudo e começar o corte. A quantidade de sangue fez minhas mãos começarem a tremer e a vontade de vomitar era enorme. Os gritos agonizantes era uma tortura, fechei os olhos e tampei os ouvidos!

- Para, por favor! Acaba logo! - implorei baixinho.

De repente tudo parou! Os gritos, os consolos de Atena.... tudo.
Abri os olhos para me depara com minha mãe desacordada e ensanguentada... E Atena com o bebê no colo e tentando acordá-lo.... Mas ela parou... e me olhou com pena.

- Eu sinto muito!

Meu mundo caiu! Mas não tive tempo para chorar e sofre pela morte do meu irmãozinho.

Áries: Senhor da guerraOnde histórias criam vida. Descubra agora