Capítulo 43

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Elizabeth Hayley

Eu achei que.... Era a melhor escolha a ser tomada. Eu pensei que estava sendo altruísta pela primeira vez em minha vida, colocando os Interesses de alguém a cima dos meus. Mas por que aquele sentimento egoísta não me deixa,? Como eu queria voltar no tempo e ter sido a maior egoísta filha da puta que eu sou!

Mas quando ela me disse aquelas coisas eu me senti tão pequena e incapaz. Naquele momento eu era tudo, menos mãe. Eu imaginava que Áries iria odiá-la, eu não teria forças para vê meu bebê sendo desprezado pelo próprio pai. Na minha mente medrosa e distorcida eu seria horrível para ela, me arrependi pelas coisas que havia dito antes de seu nascimento, me arrependo amargamente pelas vezes que sintia angustia em tocar meu ventre, que sentia raiva daquele ser inocente.

E tudo isso para no fim eu me sintir pior que o começo. Estou vazia, carregando o peso da culpa nas costas, não consigo encarar a dor que Áries carrega no olhar, não consigo segura a inveja e o arrependimento quando olho minha mãe carregando o que era para ser meu bebê. Mas também não tenho coragem de contar a verdade, tenho medo. Medo de trazer tamanha dor para meus pais, medo do ódio que Áries vai sentir por mim. Eu acabei com ele e juro que não tinha essa intenção, mas eu não posso mais voltar atrás...

- O que está fazendo, Áries ? - pergunto assustada com cena que estou vendo. Áries com um garrafa praticamente seca, sentado na ponta do parapeito, não é um cena nada agradável. Meu peito trava quando ele se virar e quase entro em desespero.

- Não se preocupe, querida. Não pretendo te causar mais nenhuma dor enquanto eu estiver vivo.

Já faz uma semana que ele está assim. Se afundando nesse mar de tristeza e se culpando por algo que apenas eu tenho culpa. Tenho muito medo de deixá-lo sozinho e acontecer novamente....

Seis dias antes

Eu estava muito cansada, fisicamente e mentalmente, meu corpo em pós parto e tudo que aconteceu depois me esgotou.

Meu pai me trouxe para casa deles e me colocou em minha cama antiga. Eu queria voltar para minha casa, naquele momento a casa dos meus pais só me traziam memória ruins. Porém, estava tão exausta que não tinha forças para discutir...

Apaguei em um sono profundo e pela primeira vez fiquei em paz. Tive sonhos incríveis com a minha parente e estava maravilhosa.

- Você tomou escolha precipitadas, Eliz. Como tempo vai poder se redimir, mas agora você tem correr não tem muito tempo.

- Tempo? Pra que? - pergunto e sou tomada por uma sensação de medo que nunca senti antes. Me desespero com essa sensação ruim e acordo com falta de ar.

Me levanto e apenas deixo meus instinto me guiarem. Quando vejo estou na garagem roubando um carro do meu pai e logo após indo em direção a minha casa. E cada vez que fico mais próximo mais de desespero, meu coração acelerar e só ouço uma voz na minha cabeça dizendo " Você tem pouco tempo" mesmo não sabendo o que tudo isso significa a adrenalina me toma.

E quando finalmente cheguei, tento abrir a porta, mas minha mão treme tanto que não consegui colocar a chave na fechadura.

- Meu Deus, me ajuda! - respiro fundo e tento novamente. - Consegui! Obrigado meu Deus!

Entro correndo ainda procurando uma incerteza!

- ÁRIES!! ÁRIES!!! - grito desesperada pela casa toda. Entro nos quatro, nos banheiros, no escritório... e nada. Mesmo não o vendo, eu sinto que ele está aqui!

Fico rodando se sentido, não sei o que fazer para acabar com essa sensação! E quando paro, olho para porta de vidro que dá de frente para o jardim e como um estralo em minha mente, vou pra fora. A cada passo que dou, sinto que meu coração irá sair pela boca e, de fato, quase sai quando vejo seu corpo buiando na piscina. Sem dar espaço para nenhum pensamento, eu pulo gritando seu nome desespera sentindo uma das maiores dores da minha vida. Com muita dificuldade tiro seu corpo pesado da água e arrasto para a borda da piscina.

- Áries, acorda!! Por favor!! Não fez isso comigo! - choro desesperadamente enquanto faço massagem em seu peito. - Você não pode morrer, me ouviu? Eu... eu não permito. Agora eu que não deixo você me deixar, me ouviu ?

Faço respiração boca boca, faço tudo e mesmo assim seu corpo continua imóvel.

- Me desculpa, Áries. Me desculpe... eu te amo tanto, mas estava com tato medo... - choro abraçando forte seu corpo e me sinto esgotada de tanta culpa. Quando de repente, ele começa a tucir e a sair água da sua boca. Pela primeira vez em tanto tempo um sorriso de alegria se forma em meu rosto.

Encaro seu rosto sentindo uma emoção genuína de felicidade. Passo minha mão trêmula em seu rosto, agradecendo mentalmente a Deus por sua vida e por ele não ter me castigado dessa forma pelas minhas mentiras.

- O que faz aqui, Elizabeth? - Seu olhar não era raivosa, mas com certeza não era de felicidade. Seus olhos estão vermelho e fraco, a boca inchada, a voz lenta e turva.

- Eu que te pergunto. O que aconteceu, Áries? - pergunto em um tom acusador.

- Nada. - ele se levanta com dificuldade e caminha tropeçando em direção a casa. Noto uma quantidade absurda de garrafas espalhados pela quintal.

- Áries, você podia ter entrado em coma alcoólico. - digo irada e ele apenas dá de ombros. - Você não pode beber assim.

- Acho que você não é a melhor pessoa para falar desse assunto.

- EU NÃO SOU ALCOÓLICA, PORRA. - grito e jogo um copo em sua direção.

- Me desculpa. Não quis dizer isso...

- O que aconteceu aqui, Áries? Você me assustou para um caralho... - não consigo terminar minha frase e começo a chorar.

- Xiu. Já passou, meu bem. Não precisa se preocupar com isso! - ele passa suas mãos pelo meu quadril e afunda seu rosto na curva do meu pescoço. Eu inalo seu cheiro e fico tão grata por ainda sentir o calor do seu corpo.

[...]

Áries: Senhor da guerraOnde histórias criam vida. Descubra agora