Capítulo 34 - Enquanto isso, do outro lado

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De volta ao quarto, Laevir ao dar-se conta que havia retornado, vacilou ao ponto de quase tombar devido ao desnorteio. Brevemente enquanto olhava ao redor a fim de garantir que estava realmente de volta, notara Ulgrad a seu lado. O mago havia acabado de baixar o braço e entrara em torpor, o sacerdote logo apressou-se para agarrá-lo pelas costas antes que caísse no chão e o sentou em uma poltrona de couro do outro lado do quarto. O mago respirava profundamente em um ritmo constante, o corpo totalmente amolecido.

Ao deixar o quarto, o sacerdote chamou por alguns monges que caminhavam pelo corredor e ordenou que um dos mantos negros fosse chamado, este, ao chegar, foi orientado a dar instruções a todos no santuário que ninguém, sob qualquer circunstância deveria bater à porta daquele quarto, muito menos, adentrá-lo.

Recebidas as instruções, o monge de mantos negros trancou a porta com uma chave e entregou-a a Laevir que, ao dirigir-se ao andar de baixo quando avistou ao longe, andando em direção ao saguão de entrada, o comerciante Thomus acompanhado de dois novos guardas. Ao chamá-lo, o homenzinho cessou seu andar e volveu, o rosto rosado exibia um esgar contrariado e os olhos escurecidos com olheiras.

- Vejo que o senhor vai nos deixar, tem certeza de que não precisa de mais nada?

Thomus resfolegou, apertando o pequeno baú de madeira contra a anca direita, o ato não passara despercebido pelo sacerdote, mas ele, no entanto, optou por fingir não ter visto o objeto.

- Já tive a minha cota de cuidados nesta...Espelunca! Minhas costas doem, tudo dói!

Laevir apertou os lábios, esforçando-se para não esboçar um nojo latente no rosto, então logo, suspirou e respondeu

- Lamento que nossos aposentos não lhe foram de total agrado, meu senhor. Espero, contudo, que esteja curado de suas mazelas, sim? Tem certeza de que não esqueceu de nada?

- Sim, sim! Bem... – Resmoneou o homenzinho que antes de dar meia volta, inspirou com desgosto enquanto fazia um gesto para um dos guardas abrir uma caixa que carregava consigo. Dela tirou dois sacos com moedas, um maior, que jogou no chão e outro que entregou na mão de Laevir.

- O que seria isso? Meu senhor?

- Isso – Apontando para o saquinho na mão de Laevir – É o pagamento pela estadia, dê bençãos á minha generosidade pois tem mais aí do que você merece e isso... – Disse, apontando para o saco maior no chão – É o pagamento de Valggor e da trupe dele diga aquele...

Thoumus deu um passo à frente enquanto averiguava seus arredores então, continuou

- Diga àquele generalzinho sujo que aí está o pagamento como ele bem pediu, quinhentas contas de ouro, isso dá um total de cinquenta mil contas de cobre caso queiram trocar em alguma casa de moeda, é isso! Minha parte aqui está paga...Aliás, Ulgrad, onde está aquele mago?

- Ocupado – Redarguiu Laevir de bate pronto

Thomus rosnou contrariado

- E quando ele vai estar disponível?

- Não há um prazo.

- Como assim não há um prazo? Ele está metido com algo tão importante assim que não há como...

- Sim.

O homenzinho ergueu uma sobrancelha e bufou, tagarelando algo quase inaudível. Thomus mirou os mosaicos do chão de pedra enquanto pensava numa resposta até eventualmente, dar de ombros em conformidade.

- Que seja, avise-o que quando ele estiver livre, vou precisar dele. Fale que é sobre a mercadoria, A mercadoria – Disse com ênfase – Ele vai saber do que se trata.

Herdeiros  de Karlari - A bússola de Holdra  (Beta)Onde histórias criam vida. Descubra agora