Capítulo 50

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Liderados por Laevir, o grupo ascendeu de volta à superfície saindo de frente para o jardim central do santuário. Guardas, pacientes e monges corriam apressados, todos convergindo para a saída principal.

Uma vez do lado de fora, o grupo avistou um grande número de pessoas reunidas ao redor do rombo que Val'Er havia criado ao escapar do calabouço.

Um dos guardas notou a aproximação do sacerdote e caminhou em sua direção, parando no meio do caminho e após olhar para o buraco uma última vez, atentou-se então a ele e aos demais integrantes do grupo

- Mestre Laevir, o que...É isso? – O guarda, respirava com pressa, absorto enquanto olhava para o rombo – Esse lugar, sempre esteve aqui embaixo?

- Qual é o seu nome? – Perguntou Laevir

O soldado franziu o cenho, mas acabou respondendo

- Lucas, capitão Lucas, senhor – Respondeu o soldado

- Pois bem, capitão, estes homens estão sob seu comando? – Perguntou Laevir ao garoto que confirmou com uma mesura – Faça-me o favor de escoltá-los para longe daqui, e leve os pacientes e quaisquer curiosos com você, preciso isolar esta área.

O capitão barnavariano engoliu em seco e uma última vez olhou para o buraco.

- Minha mãe está sendo tratada no santuário. Ela está bem? O que causou este buraco? Ela está a salvo!?

Laevir hesitou. Sem dizer nada, organizou seus pensamentos com um olhar inquieto e respondeu

- Qual é o nome dela, meu jovem?

- Claudia, Claudia de Zania – Respondeu

- Lucas de Zania deve ser seu nome então? – Perguntou Laevir, forçando um sorriso amistoso. O capitão, confirmou com um aceno preocupado.

Rapidamente, o sacerdote fez um aceno para um monge que passava por ali, disse-lhe o nome da mãe do soldado e ordenou que buscasse saber em qual quarto ela estava.

- Ele irá trazer notícias de sua mãe. Agora...Escolte os outros para longe do buraco, sim?

- O senhor ainda não me disse o que causou este buraco. E o que é aquele lugar lá embaixo? Isso sempre esteve aqui? – Reiterou o soldado.

Valggor, que observava em silêncio, avançou até ladear o sacerdote e o capitão o reconheceu no mesmo instante e sua postura combativa, logo esmaeceu.

- Filho, você recebeu uma ordem, obedeça e escolte-os para fora – Disse o general fitando o soldado com um ar incisivo.

- Perdoe-me general – Retesou o capitão, empertigando-se diante de Valggor e com a voz um pouco trêmula, falou - Você não possui autoridade nesta cidade, eu sigo as ordens de...

- Vilmar? – Interrompeu Valggor, citando o nome do general-mor de Barnva e ao perceber os olhos afoitos capitão, avançou até ficar de frente com o garoto. Com ênfase na voz, então, inferiu – Eu treinei Vilmar, um dos meus melhores pupilos. Ele tem total confiança em minha palavra, mas dado o que está acontecendo aqui, talvez eu tenha que reportar a ele o desacato de um soldado em particular.

O capitão hesitou, recuando quando estava prestes a dar uma réplica. Baixando a cabeça, suspirou retraindo os ombros numa pose submissa e com uma meia mesura, deu de costas. O jovem capitão então ordenou que os demais soldados deixassem o perímetro, levando consigo quaisquer outros presentes.

Quando estava apenas o grupo de frente para o buraco, Laevir inspirou aliviado e de soslaio, fitou o general e falou

- Obrigado.

Herdeiros  de Karlari - A bússola de Holdra  (Beta)Onde histórias criam vida. Descubra agora