Capítulo 10

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Cinco minutos.

Vinte minutos.

Trinta minutos.

Uma hora.

Duas horas.

Depois de quase três horas esperando o Yoongi, eu desisto. Afasto para frente o copo vazio, é o terceiro milk- Shake que peço. A atendente me olha com pena, posso até imaginar o que se passa na mente dela, " Olha só, a garota que levou um bolo. "

Checo minhas mensagens, mas não há nenhuma dele. Respiro fundo, frustrada. O que será que aconteceu? Por que ele não veio?

Será que passei o endereço errado?

Desbloqueio o celular na intenção de verificar, mas sou interrompida pela a atendente.

— Precisa de mais alguma coisa? — encaro a garçonete que sorri para mim, balanço a cabeça negando.

— Não, pode trazer a conta por favor.

Ela assente se afastando.

Alguns minutos depois a mulher volta segurando um bloquinho, pago os exatos três mil wons e saio da lanchonete.

Caminhar pelas ruas de Seoul é quase como uma terapia para mim, o vai e vem das pessoas sempre apressadas da a sensação de que o mundo está fluindo. Que a vida está seguindo. Sem querer esbarro em uma senhora, sua bolsa cai no chão. Me abaixo para pegar.

— Me desculpa.

Comprimento ela, a mulher apenas balança a mão em minha frente.

— Não precisa se desculpar, senhorita.

Ela franze os olhos, enrugando seu rosto.

— Algum problema?

Prendo a respiração, meus olhos ardem.

— Sim, estou. Obrigada por perguntar.

A senhora nega quase que no mesmo instante.

— Não está, aconteceu alguma coisa querida?

Engulo em seco, olhando para os lados. Como vou fugir daqui?

— Não, só estou cansada.

Falo, tentando transparecer o mais calma possível.

— Eu conheço esse olhar perdido. Sei quando se sofre de amor.

Abro a boca para responder, mas ela prossegue.

— Seja quem for que ocupa seus pensamentos, deve ser verdadeiro. Deixa que as lágrimas caíam, é natural. Deixe que lave sua alma, — sinto uma deslizar por minha bochecha, a seco rapidamente — A cura para um coração partido é encaixar de volta os pedaços. Procure o caminho que te guie até a cola. — ela sorri gentilmente. — Mas cuidado para não usar uma que seja resistente demais e nunca se partir. As vezes, precisamos sentir como nunca, para saber que sentimos.

...

— Mais uma. — grito para o garçom que trás a vigésima ou seria trigésima? Não faço ideia. Começo a rir para o nada, depois de me despedir daquela senhora, entrei no primeiro bar que encontrei e estou aqui desde então.

— Aqui, senhorita.

O rapaz que deve ter aproximadamente a minha idade, pousa o copo sobre a mesa.

— Você já amou?

Pergunto, ele arregala os olhos.

— Er, não!

Responde hesitante.

BTS: AS MUSASOnde histórias criam vida. Descubra agora