Ascensão das Chamas

A Maldição. Parte II

Regina~~~

Tive que levar o corpo de Samantha para a minha casa, uma vez que achei mais seguro a manter lá, longe de todos, e assim, longe de qualquer perigo. Eu não sabia o mal que ela tinha causado em Neverland e em outros possíveis reinos, então não podia garantir sua segurança sem saber se alguém na cidade havia algum rancor dela. Isso também significava assumir responsabilidade pela sua filha, como havia dito que faria, o que não era uma tarefa fácil, não naquela cidade, e muito menos com uma garota que eu mal conhecia.

Mal tive tempo de devolver o coração de Samantha e deixar Jackie confortável num quarto até ter Emma batendo na minha porta. Não era possível ter um minuto de paz naquela cidade, não como eu tive em Nova York, com Sam, ainda que eu soubesse que era um caso com prazo de validade, pude ter uma noite sem precisar pensar em nada. O que não era fácil de ter em Storybrooke.

Quando atendi a porta, os olhos verdes de Emma se abriram um pouco a mais, como se mostrasse seu alívio em me encontrar na minha própria casa.

─ Não estava esperando uma visita em plena madrugada, srta. Swan. Alguma coisa aconteceu dessa vez? ─ Questionei.

─ Henry mandou mensagem avisando que tinham chegado, então vim ver como vocês estão... pessoalmente.

─ Você podia ter esperado o amanhecer. Por que vir de madrugada?

─ Fiquei preocupada. ─ Ela suspirou e se mostrou incomodada. ─ A garota... Samantha, está mesmo amaldiçoada?

─ Sim, ela está. Estava inclusive instalando a filha dela.

─ Você? Se for um incômodo, estou certa de que Mary Margaret não se incomodaria em abrigar a garota lá.

─ Só se eu quisesse arranjar mais confusão para a minha cabeça quando Samantha acordar. Ela foi bem enfática quando disse que não queria a filha próxima de Mary Margaret.

─ Minha mãe falou sobre o passado entre elas... e o encontro contigo. Confesso que não entendi muito bem a mudança de lealdade, mas acho que chegamos longe demais para julgamentos.

─ Você não precisou saber sobre o nosso passado para julgá-la.

─ Agora você a defende? ─ Suas sobrancelhas ergueram, surpresa.

─ Que mudança, não é? Achei que fosse seu trabalho ajudar as pessoas nessa cidade, e não se basear no passado.

─ Então você acredita que ela mudou?

─ No que eu acredito ou não, não importa. Ela está amaldiçoada e a filha está sem mãe. Então eu tenho mais o que fazer, como descansar, para variar. Você deveria fazer o mesmo.

─ Espera. ─ Ela segurou meu braço. ─ O que sabe sobre a maldição dela? Talvez assim eu possa começar a ajudá-la, de verdade.

─ Agora você quer ajudar?

─ Minha mãe e Ruby pediram muito que a tirasse dessa condição. E eu também acredito que não seja o melhor destino ficar amaldiçoado.

─ Como eu imagino que sua família vai querer vir aqui vê-la, então amanhã nós conversamos sobre a maldição dela. Não há nada que possamos fazer agora além de esperar.

─ Tudo bem, vou conversar com eles e amanhã nós conversamos. Me liga se precisar de algo.

─ Não vou precisar. Boa noite, srta. Swan.

Felizmente ela foi embora e eu pude descansar, pelo menos um pouco, antes de enfrentar toda a família Charming dentro da minha casa, enchendo-me de perguntas.