Fênix

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─ Como eu nunca te vi lá ou soube da sua existência? ─ Regina questionou enquanto dirigia o carro para a casa de Zelena.

─ Eu sabia me esconder, mas também sabia me disfarçar de outras pessoas quando ia a público. Não se preocupe, não direi à Salvadora que você já teve outra loira na cama antes dela. Ou que vou trazer sua ex de volta. ─ Para isso ela me olhou com cara de poucos amigos, e eu sorrio. ─ Foi graças a você que eu soube que Malévola roubou meus poderes. Claro que você não tinha as melhores intenções, mas foi o pontapé para eu cair na realidade.

─ E você acha que trazer de volta a pessoa que deixou claro que iria te matar vai te fazer algum bem? Digo... Você está grávida.

─ A visão dizia que eu não viveria para ver o meu primogênito, mas estou justamente contando com essa gravidez para conseguir sobreviver a esse encontro.

─ Você quer a empatia de Mal, acha que ela tem alguma para te oferecer, depois de tudo o que lembrou?

─ Depois de tudo o que fiz ao lado de Pan, você ainda tentou me ajudar. Talvez Mal só precise de alguém que a incentive a mudar.

─ Espero que tenha razão, mas estaremos preparadas para a provável resistência dela com essa ideia.

Por fim chegamos na casa de Zelena, onde ela estava sozinha, bom para não sermos interrompidas para o que faríamos. Regina tomou a frente e foi até a porta, tocando a campainha, sendo recebida de maneira mais amistosa do que eu, que logo recebi a acusação nos olhos claros da ruiva.

─ Isso é tudo sua culpa. ─ Ela me culpou. ─ Ela estava segura em casa, mas saiu quando achou que recebeu um recado seu para se encontrarem. Ou achou que eu não descobriria os encontros secretos?

─ Você deixou claro que não me queria perto dela, eu não ficaria parada esperando sua permissão. ─ Pontuei. ─ Se você não fosse aliada de Lilith, Jackie não teria fugido de você para me encontrar.

─ Não temos tempo para isso agora. ─ Regina falou em tom cortante e uma expressão dura. ─ Se querem se acusar, façam isso depois, Jackie não pode esperar.

─ E você acha que não sei disso? ─ Zelena bufou. ─ O que vieram fazer aqui, afinal?

─ Talvez eu tenha uma forma de a salvar. ─ Aleguei. ─ É a única ideia que tive. Então a menos que tenha resolvido o problema, vai ter que me deixar entrar.

Claramente contra a vontade dela, pude entrar após a retirada do feitiço em sua porta. Era a primeira vez que via por dentro do lugar que Jackie vinha tendo uma família no último ano, o que me fez considerar se ela realmente era feliz ali. Havia um misto de bagunça com coisas de criança nos cômodos e uma organização dos móveis que abrigavam a família. Cheirava a rotina, algo que só vim a entender nas últimas semanas com Red; pelo menos antes do lugar que conhecíamos como lar ser destruído nas últimas horas.

─ Ela está no quarto. ─ Zelena alegou.

Foi só quando senti a energia de Jackie, tão fraca, o que justificava o motivo de eu não ter podido sentir antes. Minha menina estava morrendo, e isso logo iria se concretizar se eu não fizesse nada. Subi as escadas e a encontrei sobre a cama, o rosto pálido e os lábios rachados e vermelhos. Sentei perto e segurei sua mão, sorrindo para a rebeldia dos cabelos azuis. Já fazia algum tempo que não nos víamos, pois Zelena proibiu visitas e escoltava a garota para todo lugar. Eu sequer sabia o motivo de tanta cautela se nunca a machuquei.

─ Qual a sua solução para isso? ─ A ruiva questionou. ─ Não temos tempo, ela está morrendo a cada segundo.

─ Se a colocarmos sob a maldição do sono, e então a acordarmos, ela será curada. ─ Expliquei.

Ascensão das ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora