Oficialmente, o fim

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Eu podia facilmente colocar todo o meu café da manhã para fora do tanto que estava nervosa. Nem mesmo quando fiquei carregando o ovo na barriga me senti tão enjoada como agora, prestes a estragar todo o trabalho de Aurora com a maquiagem e meu cabelo. Quem foi o sádico que inventou que esperar a noiva num altar é algo bom? Claro, eu podia sentir a presença dela na cidade, mas o medo ridículo de que ela pudesse fugir e me abandonar a qualquer instante nunca esteve tão gritante na minha cabeça. E se ela se arrependeu e mudou de ideia?

Snow e David quem iriam escoltá-la até o altar, onde eu continuava esperando, ao lado do juiz de cerimônia. Aurora estava na primeira fila de cadeiras com a sua família e com Selene no colo. Regina e Emma também estavam ali, junto de grande parte da cidade, até mesmo Rumple com a sua família foram convidados e compareceram.

Tudo estava lindo, mesmo eu não conseguindo prestar atenção nos detalhes. O altar era próximo do mar, com um arco repleto de flores e laços com bilhetinhos coloridos, contendo os desejos de todos para a minha família. Foi ideia de Jackie, minha garotinha crescida, que também participou de toda a organização da cerimônia. Ajudou a montar a tenda, onde seria servido o buffet, fez a playlist que todos seriam obrigados a dançar, e organizou as cadeiras para os convidados de frente para o altar. Ela estava em pé, junto de Henry, próximos do altar, conversando e trocando olhares, como um casalzinho apaixonado que acha que ninguém está percebendo. Regina e Emma tinham aquela cara de tontas, chegando à conclusão de que seu garotinho cresceu e estava de namorinho com a minha garotinha. O tempo passava rápido mesmo.

Talvez reparando meu nervosismo, ela subiu no altar e segurou minhas mãos, com aquele sorriso bonito e cativante que ela tinha, uma gracinha.

─ Ela já deve estar nos últimos ajustes, tão nervosa quanto você, mas vai chegar. ─ Ela me assegurou. ─ Sei que não vai adiantar te dizer para relaxar, mas pensa que daqui a pouco vai chamá-la de esposa, e eu vou poder chamá-la de mãe também.

─ Aposto que ela está ansiosa por isso. ─ Apertei sua bochecha e me inclinei para beijar sua testa. ─ Eu te amo, um montão, sabia?

─ Eu sei mãe. ─ Ela revirou os olhos. ─ Você disse isso umas cinquenta vezes hoje.

─ E você não me disse nenhuma. Aposto que só fala para o Henry agora, o tempo inteiro.

─ O Henry? Mas o quê... ─ Ela ficou imediatamente vermelha, até gaguejou na tentativa de elaborar uma frase, mas falhou, pois eu a peguei de surpresa propositalmente.

─ Eu quero aquele garoto me pedindo sua mão em namoro lá em casa.

─ Pedindo minha mão? Mãe, de que mundo você veio? Não vamos nos casar não, só estamos nos conhecendo.

─ Então se conheçam com preservativos, porque eu ainda estou na fase de esperar filhos, não netos. Não tenho idade para isso não.

─ Mãe!

─ Eu estou falando sério. Já pensou? A Ruby tendo nosso bebê, e você carregando nosso neto? Não, Jackie. Não estou preparada para você unir a nossa família com Emma, não faça isso com a sua mãe, não.

─ Meu Deus, que drama! Relaxa, mãe, não estou planejando te dar netos tão cedo. Estou mais concentrada em brincar com todos os meus irmãozinhos. Quem diria que eu seria irmã mais velha de três?

─ É uma grande responsabilidade, não é? E você está sendo uma irmã incrível, todos vão te amar.

─ Você e a Zelena não se suportam, mas são tão melosas com os elogios! ─ Ela estava me provocando, mas acabei rindo, sem argumentos para retrucar.

Ascensão das ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora