◖ Capítulo 10 ◗

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Ao adentrar a cozinha, com Alexander logo atrás de mim, papai está sentado na mesa com uma caneca de café entre as mãos, enquanto mamãe estava tirando um bolo do forno.

Mamãe largou a forma de bolo em cima da bancada, correndo em minha direção, abraçando-me bem apertado, tanto que meu ar quase foi sugado, mas não me importava, eu também estava com saudade dela e retribui o abraço na mesma intensidade.

- Ah, querida, deixa eu olhar pra você - mamãe fala se afastando, me segurando pelos ombros - Oh, mais você está tão linda. Ela não está linda, Lucas? - perguntou virando o rosto em direção ao meu pai, que só nos observava.

- Esta sim - papai diz se levantando da cadeira abruptamente, fazendo o móvel produzir um barulho alto no piso, assustando à todos nós - Então é você que está namorando a minha filha? Como se chama? Trabalha com o quê? Quantos anos têm?.

- O pai...

- Está tudo bem, eu vou conversar corretamente com o seu pai - Alexander fala me interrompendo, segurando-me pelos ombros.

- Vem, filha, vamos levar as malas para os quartos - mamãe diz me puxando pela mão, tirando-me da cozinha.

- Mas... mãe...

- Vem, querida, temos muito o que conversar - ela interrompe meus protestos, me arrastando com ela escadas acima, com as malas.

Sem escolha a sigo, mamãe abre a porta do quarto de hóspedes e vejo que está preparado para Alexander, deixamos a mala dele lá antes de seguir para o meu, que continuava o mesmo, o piso forrado com carpete marrom claro, as paredes em azul bebê e o teto branco, as três janelas cobertas por cortinas nas cores cinza e rosa, a cômoda e o criado-mudo permanecem o mesmo, nas cores verdes, a poltrona continua no mesmo lugar, com a mesinha redonda azul escura com um abajur rosa com branco em cima, que foi palco de muitas leituras minhas.

Os quadros pequenos pendurados nas paredes, a cama de casal com a cabeceira de ferro preto, com colchas e fronhas coloridas, um banco rosa estofado no pé da cama. O espelho redondo, que acho lindo, acima da cômoda, com um abajur rosa com branco em cima dele.

- A senhora não mudou nada aqui - digo observando o quarto.

- Os relógios são novos, já que você levou o outro - ela fala apontando para o criado mudo, onde tinha dois relógios de ponteiro, nas cores azuis e rosa, ao lado do abajur branco.

Dou risada pelo seu jeito, deixo minha mala em cima do banco estofado, sentando-me no pé da cama junto com a mãe ao meu lado.

- Por que não me falou que ele é mais velho que você? Eu teria preparado melhor o seu pai - mamãe pergunta, apoiando as mãos nos joelhos, sobre o vestido florido que usava.

- E que diferença faz ele ser mais velho que eu? O pai também é mais velho que a senhora - digo imitando sua posição, com as mãos apoiadas nos joelhos.

- Acho que é mal de família gostar de homens mais velhos - mamãe diz por fim.

Não demorou nem cinco segundos para que começássemos a rir, mas eu logo parei ao me lembrar que Alexander estava lá embaixo com papai.

Sozinho.

Ah, meu Deus.

- Será que as coisas estão bem lá embaixo? Não deveríamos ter deixado os dois sozinhos, o papai vai acabar com o Alex mãe...

- Se ele te ama, seu pai não vai acabar com ele - mamãe diz, respiro fundo concordando com a cabeça, mas ainda assim preocupada - Por que não vai tomar um banho, hum? Eu vou terminar de preparar o almoço e ver como estão as coisas, não se preocupe, eu vou controlar o seu pai.

Coffee and WineOnde histórias criam vida. Descubra agora