ᴇ ɴ ᴏ ᴜ ɢ ʜ ᴏ ғ ᴛ ʜ ɪ s ɴ ᴏ s ᴇ ɴ s ᴇ

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Eu não podia mais ficar naquele lugar. Era como se algo me corroesse. Eu sabia que tinha algo acontecendo, algo de errado.

—Bom dia. — Vinnie murmurou assim que acordou.

— Bom dia. —- Suspirei. —Vamos sair daqui! — Me levantei.

—O quê? —Ele se sentou rapidamente na cama.

—Tem alguma coisa errada com esse lugar. É perfeito demais. E eu não posso simplesmente fechar os olhos pra isso.— Expliquei enquanto me vestia. 

—Tá legal. — Vinnie levantou-se já se vestindo também.

—Chame os outros e sejam o mais discreto possível.

—Pode me contar o plano?

—Vamos voltar, Vinnie. Vamos acabar com isso, consertar a Arcade e deixar com que apenas a próxima geração volte. — Eu ri com sarcasmos. — Não tivemos um minuto de paz desde que descemos para a terra.

—E como sabe que vai dar certo? — Ele franziu a testa.

— Eu não sei. — Molhei os lábios encarando o chão. — Mas trm que dar.

—Se der certo, me promete que vai parar de se sacrificar por todo mundo sempre. E promete que vamos focar na gente?! — Ele segurou meu rosto com as duas mãos. — Já perdemos tempo demais.

—Eu prometo. — Falei. Eu não sabia se podia prometer. Eu não sabia o que viria pela frente.

Vinnie selou nossos lábios em um selinho demorado e murmurou um "Eu te amo", e logo saiu porta afora.

Eu precisava falar com o garotinho de ontem. Ele sabia de alguma coisa concreta. Mas pra isso eu precisava voltar a enfermaria.

Removi os curativos do meu braço e encarei os pontos, pensando se valia apena.

Peguei uma das taças de vinho e a quebrei. Juntei seu maior caco de vidro e não pensei duas vezes antes de rasgar os pontos do meu pulso com ele. O sangue começou a escorrer logo em seguida e eu saí do quarto, caminhando em direção ao salão de jantar. Todos olhavam estranho para meu pulso escorrendo sangue.

—Está tudo bem? — Uma mulher aleatória perguntou.

—Eu... eu me machuquei  — Fingi uma tontura pelo sangue exagerado que saia, mas eu não estava sentindo nada. Estranhamente, nem mesmo dor.

—Você precisa ir para a enfermaria. Vamos. —Ela pôs um dos meus braços por cima de seu ombro e fez todo o esforço para me carregar até lá.

Gwen estava na sala. Ela olhou assustada assim que entramos. Bingo! O garotinho ainda estava lá.

—O que aconteceu?— Gwen perguntou

—Os pontos abriram. — Forcei uma expressão exagerada.

—Vamos cuidar disso.

𝑨𝒓𝒄𝒂𝒅𝒆 ~ 𝑽𝑯 🕷Onde histórias criam vida. Descubra agora