Gritos por todos os lados, uma mulher irritada segurando uma prancheta, impaciente, enquanto demonstrava sua falta de elegância nas palavras. Recém-saída do vestiário, vestindo uma calça social preta e uma camiseta branca, ela me aborda.
- Que confusão é essa? - Ela se aproxima, encarando-me de cima a baixo. - Está no lugar errado, fora da minha cozinha.
- Desculpe?
- Ouviu o que eu disse? Não quero alguém como você na minha cozinha. Os seguranças ficam nos aposentos do outro lado do salão.
- Estou aqui para ser garçom.
- Você mal cabe na roupa dos magricelas que estão aqui para servir os nobres. Vista um terno e vá para o salão; você é um armário, e é disso que precisamos lá fora. Inclusive, o cachê é até melhor.
- Melhor quanto?
- Quinhentos.
- Poxa, acho que confundi o uniforme. Onde posso conseguir esse tal terno de segurança?
Ela me arrasta até um vestiário, entregando-me um terno preto e um rádio, deixando-me no meio do salão, onde fotógrafos e flashes capturam o cenário de elegância e riqueza.
- Você por aqui? - Um loiro do bar se aproxima, encostando as mãos no meu terno. - Você fica tão bem de terninho.
- E aí, o que faz aqui?
- Não poderia faltar, adoro bailes de gala.
- Você combina com o salão.
- Você quer conhecer a casa?
- Que casa?
- A minha casa. Lá em cima no meu quarto, dá para ter uma vista linda da cidade.
- Pera, o quê?? Isso aqui é uma casa??
Olho ao redor desacreditado; ele mora aqui? Isso está errado, estou em uma fanfic? Mas se eu sou o pobre da história, então quem sou o passivo?- Eu ainda nem sei seu nome, bonitão - ele pergunta, segurando minha mão.
- É Zoro, Roronoa Zoro.
- Prazer, Sanji, você parece inquieto.
- Eu tenho muito trabalho pra fazer.
- Ah, você está aqui para trabalhar? Que chato.
- É, é foda. - Ele solta minha mão e acena.
O vejo desaparecer pela multidão, andando para longe com aquele rebolado provocante. Era tentador, mas meu foco está no trabalho.
Me colocam na entrada da mansão, vendo carros luxuosos passarem enquanto penso na estranheza de tudo isso. Começa a chover, obrigando-me a entrar. As horas passam, e ele aparece de vez em quando, rindo e conversando com os convidados.
O relógio anda.
O vejo sentado em uma poltrona bebendo Martini e rindo.
O relógio anda.
Não o vejo em lugar algum.
O relógio anda.
O vejo de longe acenando, me chamando com um sorriso provocante.
O relógio para.
- Preciso da sua ajuda. - Ele segura meu braço como uma noiva.
- O que precisa? - Pergunto com as mãos suadas, cansado de ficar em pé e começando a sentir calor no terno.
- Você precisa vir comigo lá em cima.
- Tudo bem.
Ele me faz subir até o segundo andar. Meus pés doem. O relógio anda. Está quente, cansativo.
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Meu Mundo - Zorosan
FanfictionPrólogo Assentado no balcão com uma expressão séria, antes mesmo das oito da noite, o moreno alto explorava o ambiente enquanto degustava um saquê. Nesse cenário, um homem loiro despertou sua atenção, contrastando com sua elegância em meio à simplic...