cap 16

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- Bela casa vitoriana, nem parece que estava largada - Robin disse ao entrar pela grande porta da casa de campo.

- Casa de rico não fica suja, é tipo uma magia - Ussop indagou, enquanto arrastava as malas para dentro.

- A magia vem toda quarta-feira, das oito às quatorze - Sanji falou por cima.

Ali estávamos nós: eu, Sanji, o bando e o irmão do Luffy que desconhece o vestuário de cima, vulgo camisa. Sinceramente, eu não gosto da ideia de dar abrigo a um bandido, mas eu matei e desovei corpos. Sou quase uma puta do destino, e sou constantemente fodido pelo mesmo.

- Cara, que casa grande - Ace disse, passando o braço por cima dos ombros de Sanji. - Por que você não me mostra os fundos?

- Claro - respondeu o loiro, me encarando de rabo de olho. - Me acompanhe.

Não transamos naquele quarto de hotel, e não nos falamos desde hoje de manhã, quando o loiro decidiu que ficaria emburrado por não receber o "pau nosso de cada dia". Não tô no clima, porra. Primeiro ele me puxa pro mundo dele, depois entra no meu mundo, daí ele bota uma coleira no meu pescoço e me arrasta com força de volta pro mundo dele.

- O que deu em você? - Nami disse quase sussurrando.

- O que? - Falei, sentando no sofá.

- Tá deixando seu homem de lado, você reparou que você tá um pé no saco?

- Não tô deixando ninguém de lado, ele quem está se jogando em cima do Ace. Quer que eu faça o quê? Ele nem se quer está falando comigo!

Nami se sentou ao meu lado, cruzando os braços.

- Você tá agindo como uma criança! O que foi? Molhou as calças no carro?

- O que você está insinuando? - disse sem entender a perseguição daquela bruxa.

- Tá fazendo birra porque não está mais na sua zona de conforto. Você é um cabeça-dura, olha em volta, até o Chopper tá feliz.

- Chopper é um cachorro, ele não sabe que nunca mais vai roer o pé da mesa da sala do meu apartamento.

- Bom, eu vou tomar mais vinho. Se você for burro suficiente, pode continuar a perder o seu homem, continue com as calças molhadas, seu bebezão.

Ela sempre consegue me deixar confuso e reflexivo. Poxa, que mulher do cão. Me levantei irritado, indo até os fundos da casa, seguindo a voz do loiro, e não pude deixar de reparar em como Ace não parava de cantar meu namorado.

- Você acredita em amor à primeira vista? - Ace disse, apoiando as mãos sobre uma mesa de madeira, e encarando Sanji.

- Acredito - ele respondeu, acendendo um cigarro, e tragando aquela fumaça.

- Eu também - falei, aparecendo logo atrás do moreno, que se assustou.

- Caralho, que susto! - ele disse, pousando a mão sobre o próprio peito.

- Aposto que você amou a garagem, né? Podemos colocar uma tigela com água, comida e jornais aqui. Então você pode dormir por aqui mesmo - falei com a feição séria.

- Temos quartos suficientes, não será necessário que faça tal barbaridade - Sanji falou por cima.

- Claro que tem quartos suficientes, e vocês? vão dormir de conchinha? - provoquei.

- Talvez você devesse trazer o jornal e ficar na garagem, não achei uma ideia tão ruim, você sempre tem ideias melhores que as minhas não é?- ele disse, se aproximando de mim, me encarando com raiva.

- Talvez eu faça isso, dormir em cima de um jornal parece mais confortável do que na cadeia.- falei, me aproximando ainda mais dele.

- Quem vai dormir em um jornal? - Ace perguntou confuso.

- Ninguém! - Sanji e eu falamos juntos, sem desviar o olhar um do outro-Sanji bufou.

- Você quer brigar?

- Não!

- Ótimo!

Nossos rostos estavam quase se tocando, e nossas expressões eram de raiva.

- Você tá agindo como uma criança - abaixei o tom de voz, ainda mantendo a agressividade nas expressões faciais.

- Você consegue ser pior - ele fez o mesmo.

Então ele puxou minha gola, nossos rostos a centímetros um do outro. Senti uma nuvem de tensão sexual pairar sobre minha cabeça. Puxei a gola da sua camisa, beijando sua boca, e ele permitiu; passando os braços ao redor do meu pescoço, deixando o cigarro cair no chão. Eu o pressionei na parede. Nossos corpos se encontraram em puros hormônios, aquela pressão toda que eu sentia no meu corpo se descipava a cada segundo, e eu senti aquela garagem esquentando.

- Beleza, eu tô ... Saindo - o homem saiu tão rápido quanto o vento.

Sanji afastou o beijo por um segundo - Talvez, você não precise trazer nenhum jornal. - falou ofegante encarando meus olhos.

-Talvez você queira trazer, porque a gente vai fazer uma bagunça - Levantei as pernas do loiro, erguendo o mesmo no meu colo, o colocando em cima da mesinha de madeira. Ele tirou a camisa e então eu não perdi tempo e fui direto para os seus mamilos.

- Espera - ele me afastou; franzi o cenho confuso. Ele colocou as mãos no bolso tirando as alianças - Eu me esqueci de te devolver - Ele colocou a aliança no meu dedo e depois no próprio dedo; confesso que aquilo me tirou um sorriso, talvez o primeiro em dias.

- Eu te amo, te amo pra caralho - Disse beijando as mãos do loiro.

- Eu sei! Eu também te amo pra caralho.

- Me desculpe, por molhar as calças no carro.

- Oque?

- Eu não entendi também, mas minhas calças estão secas - Ele deu risada - É uma expressão - Ele começou a gargalhar - porra eu não fiz xixi nas calças, foi inteligente quando a Nami disse.

- Tá tudo bem amor, não precisa explicar - Ele me deu um selinho - Mas não molhe as calças de novo.

- Nenhuma calça foi molhada, droga! - Falei envergonhado. Nami conseguiu estragar nossa reconciliação romântica.

Ele me abraçou, e eu retribui, e num piscar de olhos, todos os problemas se tornaram uma bola de sabão que se estourou, devolvendo o ar para os meus pulmões que se sentiram aliviados.

- Vamos, vou te fazer uma comidinha gostosa, você deve estar com fome - Ele se levantou da mesa, colocando a camisa.

- pensei que você fosse me dar de comer aqui na garagem.

- Você é um sem vergonha! - ele disse se virando, então dei um tapa de leve na sua bunda - Sempre cheio de modos, não é?!

- Você sabe que eu sou um homem de classe - Falei em ar de deboche.

Meu Mundo - ZorosanOnde histórias criam vida. Descubra agora