Que conforto incrível, sinto-me como se estivesse deitado numa nuvem, tão... macia e agradável. Abri os olhos lentamente e me vi deitado numa cama imensa. Que vida é essa que estou levando? Levantei-me da cama sem a mínima dor nas costas ou cansaço. Não senti que havia trabalhado por horas; é assim que chamam um berço de ouro.
- Você tem um sono tão pesado, cabeça de Marimo.
- Você estava me observando dormir? Seu pervertido.
- Eu estava me arrumando; você vai me acompanhar hoje num jantar beneficente.
- Não quero.
- Como assim não quer? Você vendeu sua alma pra mim ontem.
- Está falando do acordo que fizemos? Eu não vendi minha alma; concordei em te dar uns pegas na frente das câmeras.
- Você vai para esse jantar comigo sim e vai me fazer parecer que tive uma noite intensa contigo.
- Que linguagem suja.
Ele usava um roupão branco, com uma textura macia de algodão; ele retirou os braços de dentro, deixando-o pendurado, tampando apenas da cintura para baixo.
- Me marca.
- Está sugerindo que eu te encha de chupões?
- Chame como quiser.
- Você é divertido, mimado.
Levantei-me, deixando-o de costas para mim, enquanto passava as mãos sobre a parte de trás do seu pescoço. - Aqui? - Ele se arrepiou com o meu toque e soltou uma afirmação manhosa. - Você é uma gracinha.
Aproximei meu rosto da pele pálida do nobre, que colocou as mãos sobre a parede para melhor apoio. Uma aura erótica envolvia o quarto inteiro; não estávamos fazendo nada demais, mas sentia como se pudesse tê-lo ali mesmo. Deitei os lábios, mordendo-o devagar, fazendo-o gemer baixo em resposta à pequena dor que fiz ele sentir. Comecei a marcá-lo por toda a extensão do pescoço até as costas. Mordiscadas e chupões, o pintei como uma tela, uma obra de arte, uma noite estrelada de Van Gogh pintada de roxo e vermelho. Sentia-me quente; aquilo tudo sem dúvida me deixou excitado.
Ele se virou contra mim e suspirou; podia ver o quão envergonhado ele parecia. Se eu olhasse com atenção, poderia jurar que ele estava ofegante. - Acho que já está bom. - Ele passou a mão nos cabelos e levantou seu roupão, sorriu de canto para mim e me olhou de cima a baixo. - Você parece ter gostado.
Passei a mão pelo seu rosto fino, até a raiz de seus cabelos atrás da nuca, dei um leve puxão, levantando seu olhar para mim. - Acho que nós dois gostamos. É divertido te ouvir choramingando com tanta graciosidade, majestade.
Devo admitir que sou fã de suas expressões faciais. Ele gosta de parecer estar no comando, mas sei que é uma ovelhinha assustada tentando tomar as rédeas da sua própria vida. Ele fica com as bochechas rosadas quando aproximo meu rosto do dele. Ele ainda não sabe, mas nós vamos quebrar essa cama um dia.
- Vista-se. Deixei algumas roupas na mesinha de centro. Tomei a liberdade de escolher uma gravata vermelha; acredito que destaca bem sobre a roupa preta, e com certeza você fica elegante com ela.
- Consigo imaginar essa gravata tampando sua visão enquanto nos divertimos.
Ele arregalou os olhos, corando como um tomate. Talvez tenha exagerado, mas às vezes as palavras escapam, como passarinhos de suas gaiolas. Por isso, não se dá asas a cobras.
Ele riu e saiu do quarto proferindo palavras inaudíveis. Estava com vergonha, talvez pelo que fizemos e falamos, enquanto eu ainda estava de samba-canção.
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Meu Mundo - Zorosan
FanfictionPrólogo Assentado no balcão com uma expressão séria, antes mesmo das oito da noite, o moreno alto explorava o ambiente enquanto degustava um saquê. Nesse cenário, um homem loiro despertou sua atenção, contrastando com sua elegância em meio à simplic...