cap 11

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Quando voltamos à praia, todos estavam no mar, exceto Sanji, que se encontrava sentado na sombra do guarda-sol. Sentei-me ao seu lado e ele revirou os olhos.

- O que foi?

- Você sumiu por quase duas horas, onde estava? - ele cruzou os braços fazendo bico.

- Fui com a Nani ajudá-la a comprar um presente para a namorada - menti.

- Hm.

- Que cara é essa? Eu voltei, desfaz esse bico - falei, abraçando com um braço só.

- Por que não me chamou para ir junto?

- Sei lá - ele parecia chateado. - Você quer ir para casa? Botar uma roupa bonita e ir ao parque comigo? Hein, amor? - ele sorriu fracamente e então afirmou com a cabeça.

Levantamos e saímos dali, voltamos para casa e começamos a nos arrumar. Sanji estava lindo, usando uma camiseta florida estranha que, por alguma razão, só tinha cores que combinavam com ele. Chegou até mim e começou a passar um creme no meu rosto, disse que era um pós-sol, ele não queria que minha pele doesse, ele é muito cuidadoso.

Eu ainda tinha a caixinha da aliança no bolso, e como era a única bermuda com bolso que eu tinha trazido, apenas botei uma camiseta de botão preta que tinha na mala do loiro, deixei aberta mostrando meu corpo, e uma correntinha prateada para dar um charme.

- Gostei da sua roupa - ele disse, puxando-me fracamente pela corrente, até próximo ao seu rosto. - Você fica bem de preto.

- Você fica bem com qualquer coisa - sorri. - Prefiro você sem roupa, mas a sua camisa é estranhamente bonita.

- Obrigado - Ele corou e então segurou minha mão.

Passei o tempo todo me perguntando qual seria o momento certo de pedir a mão do loiro. Quando chegamos no parque, pensei em fazê-lo, mas seria rápido demais e não senti que era o momento adequado. Jogamos alguns jogos, e no jogo de medir força, ganhei um urso para ele. Novamente, pensei em pedir, mas também não senti que era o momento certo. Enquanto andávamos no carrossel, ele sorria, e novamente considerei, mas não era o momento apropriado. Na roda-gigante, com ele deitando o rosto em meu ombro e uma vista deslumbrante da paisagem ao pôr do sol, pensei em pedir, mas novamente senti que não era a hora certa.

- Podemos pegar mais um algodão doce? - Ele perguntou, enquanto eu só conseguia pensar em como pedir sua mão.

- Não é o momento.

- Momento para quê?

- O que?

- Não é o momento para quê? - ele repetiu, confuso.

- Você quer o azul ou o rosa? - Falei, assustado, tirando a carteira do bolso desajeitadamente.

- O azul, por favor. - Ele segurou meu braço, abraçando-me com força.

- Me vê um azul, por favor - disse ao vendedor, comprando um algodão doce e entregando nas mãos do loiro.

- Obrigado, amor - ele me deu um selinho, e eu retribuí com dois.

O sol se pôs, a noite caiu, mal se viam as estrelas por conta das luzes coloridas piscantes do parque. O tempo esfriou, e Sanji começou a reclamar do frio. Levei-o para casa e pensei em pedir sua mão em namoro, mas ele pegou um casaco e me puxou rapidamente para fora, dizendo que estávamos atrasados para o show do Brook, que começaria em uma hora. Então, me acomodei e pensei que não era o momento certo.
Chegando no local do show, encontramos todos esperando por nós na entrada. O lugar parecia cheio, com muitas pessoas animadas; não sei por que não podia entrar com bebida alcoólica, quem se diverte sem cachaça?

O show começou, e pensei em pedir sua mão. Droga, já estou ficando cansado, já estávamos na metade do show, e eu não sentia que era o momento certo. Agora estou ficando impaciente, pensei em pedir, pedir agora, bem agora. Me ajoelhei com um joelho só no chão e senti um olhar animado de Nami nas minhas costas.

- O que foi, amor? - Sanji perguntou, abaixando-se na minha altura - perdeu alguma coisa no chão?

- Han? Ah, sim, minhas chaves - falei envergonhado, fingindo procurar algo no chão.

- Entendo, você deixou cair, foi?

- Sim - tirei as chaves do bolso e fingi encontrar - achei - me levantei, e ele também. Deitou o rosto no meu ombro e continuou sorrindo. Ele estava tão animado, parecia se divertir tanto. Quero por logo essa aliança nele.

Sanji tirou um maço do bolso e começou a fumar. Por um momento, pensei de onde ele havia tirado aquilo, já que pensei que a entrada de bebidas e tabacos fosse restrita. Comentei em voz alta, recebendo um sorriso do loiro, que apenas soltou a neblina no meu rosto.

- Não gosto quando você faz isso - falei tossindo - como você passou com isso?

- Eu guardei na meia - olhei para sua meia e então olhei de volta pra ele.

- O que mais tem aí?

- Chiclete - ele sorriu - você tá doidinho pra beber né?

- Nossa, se a água do mar fosse feita de álcool eu não deixaria uma gota sobrando - falei bufando.

- Quer um? - Ele levantou o maço de cigarro na altura do meu corpo e então eu franzi o nariz.

- Sai fora - falei e então ele gargalhou, deu uma tragada no cigarro, segurou a gola da minha blusa e me beijou. Eu ia retribuir até sentir a fumaça entrando pela minha garganta. "Filho da puta." Me afastei tossindo sem ar. - Que porra?? - Ele riu alto.

- Se eu soubesse que você era tão engraçado - Falei em tom irônico.

- Você fica lindo quando tá bravo - Ele me deu outro selinho, mas dessa vez eu prendi a respiração desconfiado.

- Vocês dois vão mesmo ficar de love na minha frente? - Ussop disse com uma expressão impaciente.

- Espero que seu quarto não seja do lado do nosso, narigudo - Falei sorrindo de canto, recebendo um tapa leve do loiro que ficou envergonhado.

O show continuou e eu fiquei pensando que o momento tão esperado não chegaria. Também não sei se ele gostaria de ser pedido em namoro em público. Acho que isso deveria ser particular, né? Ou será que ele quer que seja um evento? Não sei, nem comprei flores. Estragaria a surpresa. Caralho, que pedido de namoro é esse que nem tem flores? Sou muito incompetente. Não posso pedir a mão dele aqui. Todos vão pensar "só isso? E as flores?" Merda.

- Amor, você está bem? - Ele me lançou um olhar doce. Senti borboletas no estômago e então sorri, sentindo vontade de derreter ali mesmo.

- Tô bem - o envolvi com o braço esquerdo e continuamos o show agarradinhos até o final.

Meu Mundo - ZorosanOnde histórias criam vida. Descubra agora