Cap 7/1

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- Deixaram umas coisas no seu nome, um tal de Geremias -disse o porteiro assim que chegamos.

- Geremias é o segurança que te contei hoje mais cedo - Sanji me disse, segurando meu braço.

- Ele deixou aqui na portaria? -perguntei, e o porteiro respondeu que estava em frente à minha porta.

Gostaria de dizer que, ao chegarmos à porta, havia umas três ou quatro malas, mas a verdade é que tinha tantas caixas que eu não sabia se aquilo caberia em casa. Demoramos para conseguir arrumar tudo; meu guarda-roupa agora tinha mais roupas do loiro do que minhas, e eu acho que ele se mudou mesmo para minha casa. O lençol da minha cama é dele; aparentemente, ele tem um gosto peculiar para lençóis. A cozinha estava cheia de vidros de temperos e panelas novas, coisas que não sei para que servem, e o banheiro estava cheio de produtos caros, rotinas capilares e skincare.

Depois de todo aquele trabalho de organizar as bagagens da majestade, eu me sentei no sofá e ali fiquei desmaiado de cansaço até acordar com um cheirinho gostoso no ar. Não me aguentei e fui até a cozinha ver o que o loiro estava aprontando.

Lá estava ele, com um maldito avental vermelho, infelizmente vestindo suas roupas. O abracei por trás, pousando meu rosto em seu ombro e dando uma espiada na bancada.

- O que você tá cozinhando?- perguntei perto da orelha dele, que se estremeceu todo.

- Risoto trufado, e de sobremesa, suflê de chocolate - ele parecia orgulhoso.

- Parece gostoso, mas pensei que a sobremesa seria você.

- Deixa de ser idiota- ele disse se virando para mim, levemente irritado e envergonhado. Coloquei meus braços envoltos, o prendendo na bancada.

- O que você acha? A gente come sua comida, depois toma um banho, bebe umas taças daquela garrafa bonita ali na mesa, fica avoados e brinca um pouco?

- Você tá fazendo planos desde quando, Marimo? Está ansioso pra provar um pedaço de mim?

- O plano eu arquitetei agora, mas aceito sugestões -disse, beijando seu pescoço.

- Eu tenho uma sugestão - ele colocou a mão sobre meu peito e me afastou de leve - Você me ajuda a lavar os pratos, e então comemos a comida que preparei. Depois, lavamos os pratos novamente. Então, talvez podemos beber aquela garrafa de saquê kobuta. Se ficarmos avoados o suficiente, talvez eu deixe você pôr as mãos em mim - Empurrou minha mão, se desprendendo da minha armadilha, e me deixou em pé ali mesmo.

- Adoro quando você se faz de difícil - disse, pegando um pano de prato, seguindo o loiro até a pia.

- Você me adora de qualquer forma -ele disse, e eu sorri.

- Talvez seja isso mesmo.

Ele lavava os pratos, e eu secava. "Toma, Zoro," "Aqui, Zoro," "Zoro." Acho que ele quer me deixar estressado. Após terminar a louça, a comida já estava pronta. Ajudei a levar as coisas até a mesa, e então ele começou a servir. O prato era tão lindo que parecia um quadro. Ele pediu para que eu me sentasse e aproveitasse a viagem. Ele retirou o avental e se sentou à minha frente na mesa.

- Por que não se senta ao meu lado?- perguntei, arqueando a sobrancelha.

- Quero ver sua expressão ao provar a comida mais gostosa da sua vida.

- Você é tão humilde - disse, pegando um garfo e pegando uma porção do tal risoto trufado. Aproximei do rosto, sentindo um cheiro tão bom quanto a aparência. Comi e então o encarei. Ele sorria, e eu salivava, enquanto comia, ele esperava ansioso por uma resposta.

- Dá pra comer - ele sorriu e então apoiou seu rosto no braço.

- Não é o que seu prato diz.- Sim, eu não sei como, mas eu já tinha comido tudo.

Meu Mundo - ZorosanOnde histórias criam vida. Descubra agora