Cap 13

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Vamos supor que, naquela noite, o pessoal chegou em casa, contamos para todos e vivemos felizes para sempre. Seria um final perfeito, tudo como planejado, tudo que todos esperavam. Desculpe, não foi bem isso que aconteceu. Naquela noite, o que tínhamos estava por um fio, e não sabíamos nem de perto que isso iria acontecer.

Por alguma razão, Sanji não havia ficado sem contato com sua família; todos os dias ele recebia ligações, apenas não me contava. Naquela noite, depois do banho, ele se trocou, botou uma roupa comum e desceu para a cozinha. Disse que prepararia uma refeição inesquecível. A galera estava toda reunida na sala, comendo amendoins; alguns nem sóbrios estavam. Eu estava muito feliz, mas estive esperando Sanji sair da cozinha para que contássemos juntos a grande notícia... Mas ele não saiu da cozinha.

Naquela noite, Sanji saiu pela janela e não voltou mais. Deixou apenas um bilhete com a aliança por cima: "Eu te amo com todas as minhas forças, mas não poderia te afundar como se você não fosse importante. Me desculpe por te envolver nesse lamaçal. Preciso voltar. Com amor, Seu."

Minha história de amor realmente acabaria de forma tão confusa? Meu coração se encheu de desespero. Corri pela porta da cozinha, passei pela sala ignorando todas as perguntas sobre a minha pressa, fui até o quintal de trás, mas não o encontrei. Corri pelas ruas e nem sinal de Sanji. Chorei como uma criança, soluçava e não entendia nada. Corri até a estação de ônibus e comprei passagens de volta para a cidade. Foram quase duas horas de viagem.

Eram quase cinco da manhã e eu ainda corria até a porta de sua casa. Pulei o portão e pisei por todo o jardim, bati na porta com força, e ninguém abriu. Não se ouvia som algum. Toquei a campainha, mas não produziu nenhum sino. Arrebentei a maçaneta e encontrei tudo vazio, sem sinal de presença alguma, nenhuma alma viva. Corri pelos corredores, subi as escadarias, abri cada porta que encontrei. "MAS QUE PORRA! Onde você está? Onde todos estão? O que está acontecendo, caralho?"

Saída. Foi na saída, na parte de trás, na garagem, que encontrei cacos de vidro por todas as partes, móveis quebrados e buracos de bala atravessando o portão. Não havia carros ou limousines, apenas bagunça, marcas de muitos sapatos diferentes com manchas vermelhas. Não me sinto bem.

Visão turva, cheiro de gasolina, cheiro de cigarro, cheiro de... pólvora, gás... Que porra. Cambaleei até a saída, afastando-me daquele inferno. Dor de cabeça, enjoo; caí na grama e me arrastei o mais longe que pude. Toda aquela merda pelos ares, a casa inteira, as cortinas vermelhas, os vidros das janelas, tudo em um grande borrão vermelho e quente.

— Como se sente, senhor Roronoa?

— Onde estou? — Luzes fortes adentrando meus globos oculares e um forte cheiro de dipirona no ar.

— No hospital. — Um homem de jaleco me disse enquanto aferia meus sinais vitais.

— Por quê?

— Você sofreu um desmaio após a explosão da mansão branca. Houve uma espécie de vazamento de gás. Não sabem ainda ao certo. Que bom que não havia ninguém em casa na hora, mas por alguma razão você estava lá.

— Onde está o Sanji?

— A polícia me fez a mesma pergunta três dias atrás. Eles estão esperando desde então para conversar com você.

— Ele está desaparecido ou algo assim?

— Desaparecido não é exatamente o termo certo. A esse nível de inconsistência de provas, ele está mais para foragido.

— Foragido? — disse, levantando-me e removendo os lençóis, tentando sair da cama.

— Não se esforce tanto. Você tem fratura em uma das costelas. E também... Tem isso aí. — Não conseguia me levantar, pois estava com a canela algemada.

— Me tira daqui, caralho.

Homens fardados entraram pela porta. Um deles usava um terno preto e falava por um radinho: "ele está acordado. Já podemos começar o processo."

— O que está acontecendo?

— Rorona Zoro. Por que esteve na mansão branca três noites atrás?Por que você estava lá? O que aconteceu naquela noite?

— Eu estava procurando meu namorado.

— Você está se referindo a Vinsmoke Sanji, correto?

— Apenas Sanji. Por que essas perguntas?

— Você não tinha nenhum tipo de ligação com essa família até pouco tempo atrás, e não encontramos nenhum registro de chamadas de áudio entre você e a família Vinsmoke. No entanto, você ainda é uma peça crucial para as investigações.

— Desembuche logo.

— A família Vinsmoke está envolvida em lavagem de dinheiro e corrupção. Até um mês atrás, isso era apenas uma suspeita. Uma investigação foi aberta sobre essa família, até que foi descoberto um vínculo estranho entre Vinsmoke e um grupo de contrabando, aparentemente tráfico humano.

Cada palavra que saía de sua boca me fazia desacreditar ainda mais do fato de que eu realmente estava acordado; aquilo tudo não estava entrando na minha cabeça, tudo parecia mentira.

— Não sabemos exatamente onde Sanji se encaixa, mas o último registro de chamada de voz entre os Vinsmokes e o grupo de contrabando foi entre ele e um dos responsáveis pelo tráfico humano.

— Sanji nunca faria algo como tráfico humano, ele é uma pessoa sensível; ele literalmente tem alergia a glicerina.

— Como sabe dessa informação?

— Somos namorados; ele não pode tomar banho com sabonete de glicerina, isso dá coceira nele.

O homem se virou para o cara que estava logo atrás segurando uma prancheta e disse: "Procure laudos médicos; quando isso for confirmado, retire o nome dele da lista de suspeitos por trás da explosão. Um homem alérgico a glicerina não explode nitroglicerina."

— Você esteve dentro da casa naquela noite?

— Eu... Arrombei a porta; estava tudo fechado, eu estava desesperado porque não o encontrava em nenhum lugar, a casa estava vazia, e a garagem estava destruída.

— Destruição como?

— Marcas de tiros, vidros pelo chão... Marcas de sapatos, manchas de sangue.

Ele se virou novamente para o homem: "Houve algum tipo de conflito, talvez algo que tenha dado início ao fogo; o vazamento foi um pretexto para apagar as provas."

— Seus amigos estão lá fora; podemos te liberar depois de fazer uma coleta de DNA.

Meu Mundo - ZorosanOnde histórias criam vida. Descubra agora