Quem diria, altos e baixos, cada dia provando que se um dia você tá no alto, no outro você tá lá embaixo, e hoje eu tô baixo pra caralho, perdi minha camisa e vou voltar pra casa de ônibus, minha moto foi levada e estamos dentro do ônibus em pé ouvindo o motorista me contar a impactante notícia de que a passagem de ônibus tá sete reais. Quando foi que a passagem aumentou? Isso saiu na televisão? Eu não vejo televisão, muito menos ando de ônibus. Pensei entregando minha última e única nota de dez reais pro motorista, recebendo três reais de troco.
- E a minha passagem? - o loiro perguntou tímido perto do meu ouvido.
- Shiii- fiz sinal de silêncio com o dedo e o posicionei de frente pra mim na catraca, o motorista estava distraído. - pode liberar motorista.
O motorista liberou a catraca e com muito esforço passamos os dois de uma vez só, é, eu nasci pobre mas não nasci otário. Tudo bem que quase voamos quando a catraca virou, mas entramos e é isso que importa.
- Tô me sentindo humilhado - Ele disse e então reparei que estávamos sendo encarados.
- Tá olhando oque? - falei pra uma velha que estava no nosso caminho - Se liga sua velha - segurei a mão do loiro e o levei até o fundo do ônibus, não me responsabilizo por minhas atitudes no momento, eu tô meio bêbado.
Sanji deu uma risada - Ela não fez nada, Marimo.
- Ela tava com uma cara de perversa.Sentamos e por ali ficamos até o ônibus passar em frente ao meu prédio, isso não foi rápido. Não lembrava que ônibus dava tanta volta desnecessária. Por isso as pessoas tem carros. Quando chegamos fiz questão de lembrar Sanji que se alguém perguntasse do capacete rosa, ele nunca viu mais gordo.
- Boa noite - acenei pro porteiro e ele acenou de volta. Entramos e fomos direto pra casa, aonde me joguei no sofá sentindo minhas energias sendo sugadas por pura magia do estofado macio.
O loiro se deitou em cima do meu corpo e então eu o abracei, e pegamos no sono ali mesmo, eu poderia jurar que hoje a gente iria foder, mas ninguém é de ferro, e e estávamos só a capa da gaita, dois bêbados esfarrapados e sem nada nos bolsos, além dos buracos por onde caem minhas moedas.
Acho que essa madrugada eu tive pensamentos libidinosos com o cozinheiro, sonhei que ele me servia um vinho, usando um avental vermelho, tipo, só o avental vermelho se é que você me entende. Acordei de barraca armada, e com dor de cabeça. Maldito eu do passado que não pagou trintão por cortinas descentes, e agora estou aqui acordando com essa luz forte cortando meus olhos.
Sanji não estava comigo no sofá, e eu agradeço por isso, imagine a cara dele se me visse nesse estado, sem bem que ele é muito cara de pau.
- Marimo? Já acordou? - falando no diabo.
- Acordei agora acredita - coloquei uma almofada no colo e disse rindo de nervoso.
- Fiz um chá pra ressaca - Ele me estendeu uma xícara e eu bebi devagar
- Hm, que docinho.
Ele ligou a televisão e colocou no canal de notícias. Revirei os olhos e pedi para que ligasse algum aplicativo de estremer, mas ele queria assistir o maldito canal cinco.
- Ih, ala é sua casa - Apontei pra televisão. Ele fez sinal de silêncio com o dedo e aumentou o volume.
"E para surpresa de muitos, houve uma mudança nos planos da família Vinsmoke. O herdeiro das ações da família foi riscado da lista de privilégios devido a envolvimento em polêmicas e brigas familiares, tornando Niji Vinsmoke o novo herdeiro. Esses milionários são tão confusos. Agora é com você, Jonathan."
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Meu Mundo - Zorosan
FanfictionPrólogo Assentado no balcão com uma expressão séria, antes mesmo das oito da noite, o moreno alto explorava o ambiente enquanto degustava um saquê. Nesse cenário, um homem loiro despertou sua atenção, contrastando com sua elegância em meio à simplic...