Capítulo 7 - Sem Conclusões

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 Aconteceu. Eu não achei que ia acontecer tão cedo, mas aconteceu — o sr. Degenhart foi assassinado. Desde que entrei na Sharp Critics, imaginei que algo do tipo iria se orquestrar, uma vez que as críticas dele nunca foram tão leves e ele não se importava muito com a segurança dele ou da empresa.

Beckmann pediu permissão da polícia — ou, pelo menos, foi o que ela disse — para que investigássemos a cena de crime. Nada muito surpreendente, na verdade. Estava claro que ele fora envenenado, conforme indicava a densidade da espuma jogada no tapete e as marcas do copo de uísque.

— Envenenamento é uma forma muito eficaz de se livrar de um inimigo — comentou Beckmann. — Não podemos saber muito sobre esse caso, na realidade. Degenhart não tinha vizinhos e não sabemos quem eram os transeuntes na hora do assassinato.

— Mas alguém entrou na casa dele.

— Sim. Você sabe se ele tinha família?

— Não. Odiava mulheres, era contra a adoção e seus tios eram todos foragidos.

— Mas com certeza tinha alguém.

— O pai dele. Mas é um velho ranzinza que não se mantinha de pé. Provavelmente foi um dos criticados mesmo.

— Então, o assassino entrou com a permissão do próprio Degenhart, uma vez que o assassinato aconteceu de tarde.

— Como você sabe?

— É noite e a espuma ainda está fresca. Foi essa tarde, confie em mim.

— Tudo bem — Anotei essa informação. — Esse caso é interessante, mas inconclusivo.

— Nada é inconclusivo. Só não podemos tirar conclusões precipitadas.

— Tem razão.

— Alguém interessante que foi criticado pela Sharp Critics?

— Muitas pessoas! Henry Howard. James Appleton, Suzanne Opel...

— Suzanne Opel?

— Ah, Beckmann, você não pode achar que...

— Eu não acho nada, Dolores. Eu não acho nada. Mas também não tenho certezas, dessa vez. Todos são suspeitos...

Sem TestemunhasOnde histórias criam vida. Descubra agora