29 - Três verões atrás

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Oi, Yoongi me escreve na noite anterior à nossa viagem para a Toscana.

Oi, escrevo de volta.

Podemos conversar por um instante? Só quero resolver umas coisas.

Imediatamente, acho que ele vai cancelar. O que não faz sentido.

Pela primeira vez em anos, esta deve ser uma viagem livre de tensões. Nós dois estamos em relacionamentos sérios, nossa amizade está melhor do que nunca e jamais estive tão feliz em minha vida.

Três semanas depois do desastre da pneumonia, conheci Bangchan. Um mês depois disso, Yoongi e Namjoon voltaram. Ele diz que desta vez está melhor, que eles estão se entendendo. Quase tão importante quanto isso, desta vez parece que Namjoon finalmente está começando a gostar de mim, e, nas poucas vezes que Yoongi e Bangchan se encontraram, eles também se deram bem. Então, de novo, como sempre, estou naquele ponto de me sentir muito, muito agradecido por Yoongi e eu nunca termos deixado nada acontecer entre nós.

Começo a escrever a resposta, mas decido que é melhor telefonar da cadeira dobrável na varanda de meu apartamento, já que estou sozinho em casa. Bangchan ainda está no Good Boy Bar, subindo a rua do meu novo apartamento, mas eu vim para casa mais cedo depois de sentir náusea, um sinal de alerta para uma enxaqueca que preciso evitar que aconteça antes de nosso voo.

Yoongi atende no segundo toque.

— Está tudo bem? — pergunto.

Ouço o som da seta. Certo, talvez ele tenha voltado a falar comigo do carro, indo da academia para casa, mas as coisas realmente parecem melhores. Para começar, eles me mandaram um cartão conjunto de feliz aniversário. E um cartão de Natal. Namjoon não só passou a me seguir no Instagram como curte minhas fotos — e até comenta com coraçõezinhos e rostos sorridentes em alguma delas.

Então, eu achei que tudo estava indo bem, mas agora Yoongi pula o Alô e vai direto para:

— Nós não estamos cometendo um erro, estamos?

— Ahn... o quê?

— Sobre a viagem em casais, eu quero dizer. Isso é meio intenso. Eu suspiro.

— Como assim?

— Não sei. — Ouço a ansiedade em sua voz e o imagino fazendo uma careta e passando a mão no cabelo. — O Bangchan e o Namjoon só se encontraram uma vez.

Na primavera, Bangchan e eu pegamos um avião para Daegu para ele conhecer meus pais. Meu pai não ficou muito impressionado com as tatuagens ou os buracos nas orelhas dos alargadores que Bangchan usou quando tinha dezessete anos, ou pelo fato de ele responder a suas perguntas com outras perguntas, ou por não ter um diploma.

Mas minha mãe se impressionou com seus bons modos, que realmente são de primeira linha. Embora eu ache que, para ela, teve mais a ver com a combinação da aparência dele com seu jeito natural e afável de dizer coisas como: "Excelente bolo de marshmallow, sra. Park!" e "Posso ajudar com a louça?"

No final daquele fim de semana, ela havia decidido que ele era um jovem muito simpático, e, quando fui à varanda para ouvir a opinião de meu pai enquanto Bangchan e minha mãe estavam lá dentro servindo um bolo com confeitos caseiro, ele me olhou nos olhos e fez um movimento solene de assentimento com a cabeça.

— Acho que ele parece certo para você. E é evidente que ele te faz feliz, Jimin. Isso é tudo o que importa para mim.

Ele realmente me faz feliz. Muito feliz. E ele é certo para mim. De um jeito assustador. Quer dizer, nós trabalhamos juntos. Passamos praticamente todos os dias juntos, seja no escritório ou pelo mundo, mas também somos independentes, temos nossos próprios apartamentos e nossos próprios amigos. Ele e Taehyung se dão bem, mas, quando Bangchan e eu estamos na cidade, ele quase sempre sai mais com seus amigos sKatistas enquanto Taehyung e eu experimentamos um lugar novo para o brunch, ou lemos no parque, ou temos nossos corpos esfregados até ficar vermelhos em nosso spa favorito.

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