𝐍𝐈𝐍𝐄𝐓𝐄𝐄𝐍.

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No dia do pedido de namoro, Kazuha decidiu que iria para casa contar a notícia para suas mães, e chegando lá, ele se deparou com as duas no sofá vendo algo na TV. O loiro contou tudo direitinho, desde o início. Sobre a ligação de Kunikuzushi na festa, sobre eles terem sido trancados na sala do grêmio, a conversa que tiveram, e obviamente, sobre o pedido de namoro, mostrando até a aliança em sua mão esquerda.

O único problema era que, enquanto Beidou parabenizava o filho e dizia estar muito feliz por ele, Ningguang esboçava um claro descontentamento com a notícia, e o Kaedehara percebeu isso de imediato, considerando que sua mãe não era muito boa em disfarçar expressões de incômodo.

━ Meu bem, eu sei que você está muito feliz com isso, mas se dependesse de mim, vocês não teriam reatado. ━ A loira começou a falar e Beidou suspirou, imaginando que aquelas palavras poderiam iniciar uma discussão. ━ Você passou tanto tempo chorando e comendo mal por causa dele, eu não quero que isso se repita.

━ Mas, mãe! ━ Kazuha exclamou, meio mal pela reação da mulher. Ele esperava tudo, menos que Ningguang desaprovasse seu relacionamento.

━ Kazuha, você vai perceber que eu estou certa uma hora ou outra. Eu não quero você ficando no dormitório mais. Sempre que as aulas acabarem, você vai vir pra casa. ━ Ela exigiu com tom de ordem e Beidou cruzou os braços, revirando os olhos.

━ Ningguang, não é pra tanto. Deixa eles namorarem, a gente já teve essa idade, por acaso você esqueceu das merdas que eu vivia fazendo? ━ Beidou questionou a mulher, negando a cabeça em discordância com a situação.

━ Mas eu nunca passei dias trancada no meu quarto porque você me decepcionou, é diferente. ━ Ning argumentou, insistente em sua decisão. Kazuha sabia que aquilo era ruim, pois sua mãe não era do tipo que mudava de ideia quando colocava algo na cabeça.

As duas começaram a debater, e o loiro não viu alternativa senão ficar em silêncio. O que ele poderia dizer? Nunca foi o tipo de filho que batia de frente com as mães, e não seria agora que ele prestaria tal papel. O loiro suspirou, de cabeça baixa, pensando seriamente em como resolver aquele problema.

━ Filho, você não percebeu? Desde que esse garoto entrou na sua vida, parece que tudo ao seu redor ficou uma bagunça. Olha a situação com o Heizou, vocês nunca tinham tido brigado em tantos anos de amizade. ━ Ningguang disse e Kazuha franziu o cenho, encarando a mulher com um olhar de quem estava “quebrando a quarta parede” devido às palavras que acabara de ouvir.

━ Mãe, o Heizou é transfóbico, e de quebra ele tentou me assediar. Olha o que você tá falando, ficou doida? O problema nunca foi o Scaramouche. ━ O Kaedehara respondeu, sua voz contendo uma mistura de desgosto e confusão.

Beidou encarou Ningguang, como se insinuasse em silêncio que o filho havia acabado de explicar o óbvio. Nem ela entendeu porque a esposa achou que seria uma boa ideia meter o Shikanoin naquela conversa, mas tudo bem, talvez ela só estivesse se sentindo contrariada e precisasse de um bom motivo para justificar a atitude que tinha tomado.

━ Kaedehara Kazuha, eu não vou mudar de ideia, e eu acho bom você vir pra casa todos os dias ao fim das aulas se não quiser ficar de castigo. ━ A loira disse séria e se levantou, subindo as escadas que levavam em direção ao quarto que ela dividia com Beidou.

Kazuha e Beidou se olharam sem saber o que dizer, tendo a noção de que Ningguang estava no mínimo irritada por ele tê-la respondido daquela forma. O Kaedehara coçou a nuca, evidentemente chateado com o rumo que as coisas tomaram.

━ Mãe, eu não vou terminar com o Scaramouche. ━ Kazuha disse, olhando nos olhos da mulher sentada à sua frente. Ele sabia que podia ser sincero com ela, já que a mesma não era tão sistemática como Ningguang.

꧑ꦸ𝗒 𝖻𝐥𝗈𝗇𝖽𝗂ᦸ, 𝗸𝗮𝘇𝘂𝗌𝖼⍺𝗋⍺. ❜Onde histórias criam vida. Descubra agora