Capítulo 11

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"Ela é ruiva"

Nicolás Villaruel

Minha cabeça está latejando, meus olhos mal conseguem abrir, só consigo depois de colocar os óculos, não me lembro muito bem da noite passada. Só me recordo de estar chateado com o universo por ter trazido Vanessa Ortega até mim, me recordo de dirigir até o bar, me recordo de beijar uma garota e ver Vanessa chateada com isso, me recordo da repreensão do meu melhor a amigo e de sua namorada, me recordo de ter pedido uma garrafa inteira de Whiskey, me recordo da sura que levei de JJ e Max e depois fica tudo em branco. Mas, cabelos ruivos dirigindo meu Volvo, eu reclamando sobre isso, ela me ajudando a tomar banho, me colocando na cama, acho que até aí eu já não estava assim tão embriagado. Me sento na beirada da cama e algo me chama atenção no criado mudo, um copo com água e um frasco de analgésico, e um papel me chama ainda mais atenção: Aposto que vai precisar disso, Vanessa. Ela literalmente pensou em tudo, é meio dia e eu estou só acordando, eu quero vê-lá, preciso vê-la, preciso me desculpar por ter beijado aquela garota no bar, mas eu fiz isso com um propósito e fracassei miseravelmente. Como eu fui capaz de fazer isso? Merda, eu só faço merda. Ela deixou tudo que tinha e tudo que sempre quis para ficar comigo naquele hospital depois da reação alérgica à amendoim, eu não podia ficar chateado com ela, mas eu não soube como reagir, isso nunca havia acontecido antes, então foi estranho. Mas nada justifica o que eu fiz, eu preciso recompensa-lá por tudo isso, não só pelo que eu fiz de errado mas pelo que ela fez de bom por mim e eu já sei como.

***

"Por favor, se fôr preciso façam um teste, eu tenho certeza que ela passa" imploro para três velhos, eles se entreolham, assentem com a cabeça, e eu sorrio, "Valeu" termino e eles me dão as instruções. Saio correndo do escritório e faço uma ligação. "Preciso que você venha até o prédio da Trípoles, rápido, pegue um dos carros" desligo antes mesmo dela poder reclamar ou perguntar.
Meia hora depois vejo Vanessa entrar em minha sala, corro até ela e depois pego sua mão e puxo ela até a sala de reuniões. Dou um breve resumo do que vai acontecer e então eu tecnicamente jogo ela lá dentro. Fico do lado de fora pois estou proibido de entrar, JJ e Max tentam me acalmar mas é inútil, só ela pode fazer isso agora. Passaram dez minutos e depois quinze e agora vinte, vinte minutos intermináveis até ela finalmente sair da sala com um sorriso no rosto, nossos olhos se encontram e então ela corre mim e se joga em meus braços, agora sim eu estou calmo.

"Obrigada gato, de verdade" ela sussurra em meu ouvido, sua voz está trêmula, assim nós quatro caminhamos até minha sala, Vanessa senta em meu colo e os dois idiotas sentam nas cadeiras de frente pra nós. "Eles disseram que eu vão precisar de um evento pra me apresentar a todos os amigos, funcionários, sócios e tal, que será no mês que vem, por isso eu tenho que preparar muita comida pois o cardápio será todo feito por mim" termina Vanessa ainda sorrindo.

"Eu estou orgulhoso de você mamacita" digo e ela agradece beijando meus lábios, e não para, cacete como isso é bom.

"Está bem, JJ melhor a gente sair e deixar eles festejarem a conquista" JJ concorda com deboche das palavras de Max e só ouço a porta fechar, assim que isso acontece, carrego Vanessa em meu colo e a coloco na minha mesa, sem parar de a beijar, fico entre suas pernas, nosso beijo está tão intenso nesse momento, ela puxa meu cabelo algumas vezes, incrível como ela me deixa tão eufórico numa fração de segundos, ela abraça minha cintura e me puxa pra perto, desço o beijo para o seu pescoço e então mordo ele sem querer, Vanessa solta um gemido e eu sorrio por isso. Mas então ela me afasta, desce da mesa e depois caminha até a cadeira e senta nela.

"Não, quero manter distância desse seu rosto lindo, seus lábios maravilhosos e seus beijos ainda mais perfeitos" ela coloca as mãos na cintura e eu sento na poltrona.

A Ruiva que me pertenceOnde histórias criam vida. Descubra agora