Capítulo 1

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"Bem Vinda"

Cruzo os meus braços no meu peito e fico observando a correria.

"Eu sei que não é seu dia favorito mas por favor nos ajude, ainda há muita coisa à fazer" oiço uma voz me dizendo atrás de mim e logo reconheço, tia Carmem, a mulher que cuidou de mim nos últimos anos, ela me ensinou muita coisa sobre vida, ela me aconselhou várias vezes nos bons e maus momentos, até no assunto 'mulheres', incrível como ela tem a reposta para tudo na ponta da língua, ela nunca escondeu que não gosta da minha maneira de tratar as garotas, ela nunca gostou de nenhumas delas, sempre diz que elas são muito assanhadas e evidentemente que elas só são interesseiras ou vadias, ela sempre às chama assim, ela é a única mulher que eu não trato mal e ela sabe disso, por isso sou tão apegado a ela, ela nunca mentiu para mim e nunca foi falsa comigo.

"Eu não posso, tenho coisas a fazer" eu brinco, não tenho nada marcado para hoje, minha tia fez a questão de convidar todos os meus 'amigos' para a festa na mansão Villaruel, então está todo mundo ocupado demais essa noite.

"Você está mentindo, mas eu não irei te obrigar a ficar aqui, saia e se distraia" ela diz acariciando minha bochecha com a sua mão, eu não sei o real motivo, mas eu amo quando uma mulher faz isso, eu acho que é porque me lembra a minha mãe mas nenhuma mulher nunca fez isso, nenhuma das mil e uma garotas com quem eu já fiquei.

"Valeu" agradeço e saio da sala. Quando pego meu celular na mão para ver que festa está agendada para hoje, uma das criadas vem até mim e diz que meu pai está me solicitando em seu escritório, o que você fez dessa vez, Nicolás? Meu cérebro tenta puxar a última merda que fiz mas não aparece nada então eu vou até ele.

"Olha só, o meu único filho, o herdeiro Alpha da Trípoles" ele diz assim que me vê e depois me abraça, faço uma cara de quem não entende nada mas quando ele sai do abraço ele vê a minha expressão e diz "eu sei que é estranho esse abraço, mas foi necessário, sente-se" ele ordena e eu obedeço, sento e olho para ele e assim continua "Quando a sua mãe ainda vivia ela queria muito que você casasse um ou dois anos depois que você herdasse a sua parte da empresa" merda "eu não estou te obrigando a casar, estou só te dizendo que você já tem uma prometida".

"Quê? De que merda você esta falando pai? Como assim eu já tenho uma prometida? Em que século estamos pai? XIV? Eu não vou casar com alguém que você escolheu para mim" faço mil perguntas para tentar entender o que está havendo aqui exatamente, eu não entendo, e não quero entender, isso é uma idiotice.

"Você não tem que entender, você só tem que aceitar e ponto, a partir de amanhã ela vai morar aqui na mansão com todos nós" seu tom de voz mudou, ele novamente deixou de ser o meu pai e voltou a ser o Senhor Villaruel, aquele que não demonstra nada desde a morte da minha mãe.

"Morar aqui?" Grito e me exalto sem querer, "por favor, senhor, não me obrigue a me casar com alguém que eu nem sequer conheço, alguém que provavelmente irei odiar e será culpa sua" eu peço humildemente, eu nem sequer consigo um relacionamento de verdade , imagine um casamento.

"Você irá conhecer ela e ponto, ela estará aqui amanhã para que você a conheça, então por favor se comporte bem, não haja que nem uma criança Nicolás, você amanha fará vinte e quatro então se comporte como tal" seu tom é rijo, e sem emoção nenhuma. Eu levanto e caminho em direção da porta, pego a maçaneta da porta e vira, mas antes de sair olho para ele por cima do ombro, quando sua voz estás-me pouco mais calma, ele diz "lembra-te que foi um pedido da sua mãe" e eu saio.

Você não tem que entender, você só tem que aceitar e ponto. As palavras do meu pai ainda coroem minha mente, eu não acredito que ele quer me obrigar a casar com uma pessoa que eu nem sequer conheço. Mando uma mensagem para o grupo dos meus amigos, eu praticamente obrigo a eles que me encontrem no bar, que é também do meu
pai, a gente praticamente vive nesse bar, saio da mansão e vou até a garagem, encontro o meu caro em fração de segundos e minutos depois já estou na estrada. Ele pode até ser meu pai mas não tem o direito de fazer isso.

A Ruiva que me pertenceOnde histórias criam vida. Descubra agora