Capítulo 7

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"Eu estou menstruada"

Nicolás Villaruel

"Vanessa por favor eu preciso trabalhar porra" grito pela milésima vez, a última vez que isso aconteceu eu entrei no meio do seu banho e ela detestou, mas eu o fiz na mesma.

"Entra porra" ela grita e eu obedeço, mas ela ainda está na banheira, ela estica seu braço pra alcançar a toalha, mas eu acabo por entregar. Ela sai e finalmente tomo meu banho quente, mas eu preciso aquecer a água porque como sempre a Vanessa toma banho frio e desliga o aquecedor, assim que saio ela se vira de costas pra que eu feche o zíper de sua saia e eu o faço.

"Porquê você toma tanto banho frio?" Pergunto limpando meu cabelo, e ela olha feio pra mim.

"Porquê é necessário" ela responde.

"Necessário é comer, o resto é só um detalhe" digo.

"Eu vou te fazer engolir essas palavras, hoje eu vou pra casa da minha tia então se precisar..." ela começa.

"Porquê eu precisaria de você?" Pergunto sarcasticamente.

"Vai se foder" ela levanta o dedo do meio pra mim e sai do quarto vestindo uma saia justa e uma camisa um pouco mais grande que seu corpo e eu gostei. Assim que acabo de vestir meu terno, pego minhas coisas e duas chaves do carro, procuro Vanessa e encontro ela na cozinha.

"Por favor, não destrua meu carro" entrego a chave pra ela, ela olha pra mim e para a chave, e para mim, e de novo para a chave.

"T-Tem certeza?" Ela gagueja.

"Claro, se não eu.." ela salta nos meus braços e beija meu pescoço, bem na minha tatuagem. "Tia Carmen seu sorriso é tão grande que eu consigo contar todos os seus dentes daqui" brinco, "bem, eu tenho que ir" dou um beijo na testa de Vanessa e saio da cozinha. Dirijo até o trabalho e antes mesmo de chegar, oiço meu celular no bolso, "Alô?".

"Bom trabalho gato" ela diz e desliga antes mesmo que eu possa responder. Sorrio comigo mesmo e entro no prédio da Trípoles. Estou sentado na mesa atendendo ligações e resolvendo problemas de senhores mais velhos que eu.

***

Parece que hoje estou meio preguiçoso, deixo o Martinez no comando e saio do prédio, se eu fôr pra casa meu pai irá descobrir, decido ir para um lugar que vou desde que a puberdade, não sei porque insisto se nunca funciona.

"Nicolás Villaruel, não marquei mas é uma urgência" digo a secretária que imediatamente pega no telefone fixo e liga pra sua chefe.

"Olha só, se não é o meu paciente favorito" ela grita assim que abre a porta, ela não mudou nada, sempre em saias justas, blusas de grife e sapatos altos. Seus cabelos loiros estão preso em um coque com um lápis.

"Boa tarde, Doutora Rita" digo e ela abre espaço para que eu possa entrar, na sua porta tem uma enorme placa com o seu nome, 'Rita Rodriguez, psicóloga e Terapeuta' brilham em sua porta.

"Então, o que o trouxe até aqui, você nunca mais apareceu desde antes da sua festa de vinte e quatro anos" ela começa, "e desculpa eu não ter ido, eu estava meio lotada aqui no trabalho" e eu estava nervoso demais pra notar a sua presença.

"Problema nenhum" digo secamente e ela sorri.

"Você não parece bem" ela começa, "eu conheço essa cara, parece apreensivo ou com medo" ela diz.

"Eu não estou nem apreensivo e muito menos com medo" começo, "meu pai criou um casamento arranjado pra mim" digo e ela não parece perceber a ideia, "um dia antes do meu aniversário, meu pai me disse que eu tinha que me conhecer uma garota que ele mesmo havia escolhido para mim, mas aí ele mudou e disse que não foi ele e sim minha mãe, ela se mudou pra minha casa no dia do meu aniversário" digo e ela se levanta imediatamente.

A Ruiva que me pertenceOnde histórias criam vida. Descubra agora