Capítulo 26

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Capítulo 26
"Mulheres e seus hormónios"

Vanessa Ortega

"Já sabem onde será a festa de despedida da Mariza?" Pergunta Nicolás me tirando do meu pensamento. Provavelmente ele já percebeu que eu estou mais estranha que o normal, é verdade.

"Eu não sei, a Camila deve estar preparando uma festa" ele franze o sobrolho, "o quê?".

"Não é possível que seja tão ingênua" ele senta na beirada da cama, "ela é a madrinha mas você ajudou com o vestido" sim, "ela é a madrinha mas você ajudou com os convites" sim, "ela é a madrinha mas você é que vai fazer o bolo".

"Continue" digo assim que percebo que ele pretende parar por aí.

"Ela é a madrinha mas quem você acha que ela espera que faça a festa de despedida?" Ah merda. Pego meu celular e ligo para Camila.

"Oi lábios vermelhos" ela atende no terceiro toque.

"Você preparou a festa de despedida de solteira da Mariza?" pergunto indo directo ao assunto.

"O que é isso?" Não é possível. Desligo a chamada e atiro o celular na cama. Tento manter a calma mas não consigo, me sento no chão e começo a chorar, é demais, eu não aguento.

"Vanessa" Nicolás volta a realidade e vem até mim, "hey, o que foi?" Ele me tira do chão e me leva até a cama, olho fixamente em seus olhos. Desculpa, penso comigo mesma.

Chego em casa da minha tia e converso com ela e com minha mãe, faço minha mãe provar uma das minhas receitas originais.

"Isso é frango mas é bem diferente do normal, pode provar" digo e assim que ela morde uma vez com tanto gosto eu sinto algo subindo, rápido, merda, enjoo. Corro para o banheiro e enfio minha cara na privada. Toda vez que a imagem daquele frango me vêm à mente, sai mais e mais.

"Você está bem?" Ouço a voz da minha tia e levanto o polegar para ela.

"Jovens" ela bufa com os lábios e vai embora. Minutos depois me recomponho e volto a sala onde minha mãe já terminou de comer. Grata.

"Você está bem?" Pergunta minha mãe e eu levanto o polegar para ela, em resposta ela abre um sorriso gigante e me passa um copo de água.

"O que foi, mulher?" Pergunto me sentando em frente dela e levando o copo de água até meus lábios.

"Desde quando você está grávida?" Cuspo toda a água que estava em meus lábios.

"O quê?" Pergunto assustada.

"Eu perguntei, desde..." ela tenta repetir.

"Eu entendi o que você quis dizer mas porquê a senhora disse isso? Foi só um enjoo" digo e bebo outro gole de água.

"Tem que ser besta para não perceber" ela diz enquanto se levanta, minha mãe passa por mim e vai até seu quarto. Segundos depois ela volta com um pacote. "Aqui tem".

"Porquê que a senhora tem um teste de gravidez nas suas coisas?" Pergunto ignorando o facto de que eu posso estar grávida.

"Tenho também algo que você deveria aprender a usar, proteção" ela fala em voz alta.

"Oh mãe" repreendo.

"Nunca pensei que teria que conversar com a minha filha de quase vinte e dois anos sobre proteção, sinceramente" ela diz revirando os olhos. Eu e ela ignoramos esse acontecimento e conversamos sobre coisas aleatórias, mas isso não sai da minha cabeça. Eu não posso estar grávida do Nicolás, não posso.

A Ruiva que me pertenceOnde histórias criam vida. Descubra agora