Capítulo 5

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"Eu já te odeio"

Nicolás Villaruel 

"Eu já disse que não estou no clima" digo pra cortar o barato da minha 'amiga' mas nada parece resultar.

"Qual é o seu problema?" Ela começa, "faz muito tempo que a gente não transa" ela diz, bem, errada ela não está, faz muito tempo que eu não transo, nem com ela e nem com ninguém. Desde que a Nessa chegou eu simplesmente parei de o fazer, não sei o motivo. Desde que ela me disse aquelas palavras, eu tentei tirar ela da minha cabeça, já tentei transar com qualquer uma no bar mas nada resulta.

"Quer ver um filme?" Digo, tentando fazer ela esquecer da discussão.

"Não, eu quero transar com o grande Nicolás Villaruel, já transamos várias vezes porquê não podemos fazer agora?" meu coração acelera.

"Vista-se, eu vou deixar você na sua casa, ou se preferir, também posso deixá-la no bar, é sábado e ainda não deu meia noite, você pode transar com outro cara" digo rijamente, ela me olha com desprezo e obedece, saímos do quarto e minutos depois estamos na estrada. Ela está tão zangada que consigo ouvir ela cerrar os dentes. Deixo ela no bar e depois volto pra casa, me deito na cama e durmo.
Ela está te esperando, você viu que não funciona com outra garota, porquê insisti?
Porquê a que você escolheu não tem nenhum interesse em mim.
Deixa de ser idiota, ela gosta de você mas você dificulta as coisas.
Ela dificulta, não eu.
Acordo, xingo a mim mesmo vezes sem conta, xingo a vida por me fazer isso, xingo essa casa e tudo que há nela, mas acima de tudo xingo a Vanessa por não sair da minha cabeça e me deixar em paz.

"Pra onde você vai?" pergunta tia Carmen, "meia hora pra meia noite e você vai sair?" Pergunta ela.

"Eu já volto" digo e saio. Quando dou por mim estou de novo no bairro da Vanessa, não tem lugar pra estacionar, então preciso descer e caminhar até sua porta. Enquanto caminho vejo de tudo, aprecio a festa e a alegria de todo mundo, estou vestido um terno pois ainda não troquei de roupa desde que voltei do trabalho, a garota que estava em meu quarto despiu-se enquanto eu estava no banheiro, peguei no sono ainda vestido, e agora estou aqui, com a mesma roupa, deveria tirar o casaco.

"Você? De novo?" Diz o garoto, Pablo, acho que é assim que a Vanessa chamou ele.

"Onde está a Vanessa?" Pergunto rijamente para tentar assusta-lo e ele deixar de encher o meu saco.

"Ela está na festa, óbvio" ele diz sarcasticamente.

"Você pode me levar até lá?" Pergunto e ele dá gargalhada, merda, quantos anos ele acha que eu tenho.

"Eu tenho hora pra estar em casa, oito da noite em ponto" ele diz cruzando os braços.

"Oito? Na sua idade eu tinha que estar em casa as cinco da tarde" admiro e reclamo, "então posso ficar aqui esperando por ela?"

"Poder você pode, mas ela não vai voltar agora" ele diz e eu quase perco a esperança, mas eu sei que se eu fôr pra casa, eu não conseguirei dormir.

"Eu espero na mesma" digo finalmente, Pablito dá de ombros e me dá espaço pra passar e eu agradeço.

"Quer jogar?" Ele oferece assim que nos sentamos no sofá da sala, não tenho nada a perder, seguro no joystick, e assim começamos a jogar.

"Você perdeu pra uma criança" ele diz sorrindo e gargalhando. Sua mãe chega e pergunta o motivo de eu ter voltado, "ele quer falar com a Vanessa, de novo" ele diz e sai da sala, traidor.

"A Nessa está na festa, pra alguém que não queria vir ela está se divertindo demais" fico feliz por ela, "quer que eu te leve até ela?" Finalmente! Digo a mim mesmo. Faço que sim com a cabeça e vamos até ela.

A Ruiva que me pertenceOnde histórias criam vida. Descubra agora