capítulo 5

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Mina finalmente tomou coragem para sair dos fundos da academia, mas se arrependeu quase que na mesma hora quando deu de cara com um Christopher Bang sorridente por olhá-la. O tatuado estava apoiado na parede branca, os braços cruzados sobre o peito e aquele sorriso irritantemente lindo que a Kim odiava.

— Finalmente decidiu aparecer, gatinha. — Brincou, fazendo o sangue de Kim ferver de raiva. Odiava aquele apelido, odiava quando ele brincava consigo daquela forma. — Tu me ama, não é?

Os olhos de Kim se arregalaram e ela quase se engasgou com a própria saliva por ouvir aquela questão. Como ele ousa pensar que Mina a amava? Mina apenas a odiava e apenas isso.

— Como é? — Questionou incrédula, as sobrancelhas erguidas de forma indignada, a boca entreaberta e os braços cruzados sobre o peito também. A posição e as expressões dela chegavam a ser épicas para Bangchan.

— Você me ama, só pode. — Riu, convencido. Mina quis socar a cara dele por isso.

— Acho que está sonhando demais, porque nem nos seus sonhos irei te amar. — Rebateu séria, arrancando uma risada divertida do tatuado.

— Então qual é o seu problema comigo? — Questionou, mudando de humor quase que de imediatamente quando mudou o rumo do assunto. A Kim percebeu que ele ficava incomodado com aquilo, mas ela não se importava nem um pouco. — Por que me odeia tanto?

A Kim ficou em silêncio por alguns segundos, pensando no que responder sem ofendê-lo, mas aquilo parecia impossível para si.

— Talvez seja porque você fica enchendo a porra do meu saco? — Aquela pergunta retórica fez um sorriso pequeno surgir nos lábios de Chris. Ele estava se divertindo com aquela conversa, pois sempre se divertia quando tirava a morena do sério.

— Você é burra ou se faz? — Aquilo a deixou mais indignada. O queixo dela caiu com a ousadia dele, sentindo uma vontade avassaladora de socar a cara bonita do tatuado.

— Acho que eu deveria ter jogado a bola de vinte quilos em você... — Refletiu baixo para si, vendo o moreno sair de perto da parede e se aproximar da mesma, esta que deu alguns passos para trás como reflexo. Aquilo fez a expressão do australiano endurecer um pouco, afetado com aquela reação automática da mais nova.

— Às vezes parece que você tem medo de mim, Mina. — Comentou, olhando a mais baixa dos pés à cabeça. — O que eu te fiz?

A Kim não sabia o que responder, não sabia o que pensar. Não conseguia proferir uma palavra sequer, muito menos expressar algo.

— Eu só perguntei se podia entrar para o clube e você simplesmente saiu correndo de mim, por que fugiu de mim? — A voz dele era carregada de seriedade, mas no fundo, Mina conseguia sentir a mágoa e amargura em sua língua. Aquela questão a fez salivar e sentir um gosto amargo na própria boca, descendo por sua garganta e a deixando enjoada. O estomago se revirando e a cabeça girando.

— O que eu te fiz?

Reforçou aquela questão que ele tanto queria uma resposta, se aproximando mais da morena que fugia de si dando passos para trás no automático.

— Apareceu na minha vida, Christopher.

Um sorriso pequeno surgiu nos lábios do jogador, demonstrando que já esperava aquele tipo de resposta. No fundo, ele tentava controlar a confusão em seu peito e mascarava qualquer incômodo com aquele sorriso cafajeste na boca.

— Me desculpe, mas não tem mais volta. — Deu de ombros, sorrindo convencido com aquilo. Mina não estava gostando nadinha daquela reação. Ela esperava vê-lo desistir e ir embora, mas ele estava ali na sua frente, deixando bem óbvio que sua vida não teria paz nunca mais enquanto ele estiver por perto. — Apareci na sua vida e não pretendo ir embora nem tão cedo, gata.

— Para de me chamar assim, idiota! — Cerrou os punhos, rangendo os dentes e arrancando uma gargalhada exagerada do tatuado. — Por que não para de encher o meu saco e me deixa em paz? — Questionou séria e ele se aproximou mais de si, inclinando o corpo para frente e deixando os rostos de ambos pertos o suficiente para deixar a Kim nervosa.

— Você não está entendendo, Mina. — Ele riu divertido. A Kim estava se sentindo nervosa diante do tatuado, mas tentava ao máximo esconder isso dele. — Você é a garota mais linda que eu já vi na vida, a única que não se atira para cima de mim e abre as pernas para mim. A única que tem bom senso e noção.

— Tá, e daí? — Questionou indiferente, uma das sobrancelhas erguidas como se estivesse o julgando por estar falando aquele tipo de coisa.

— Porra, Mina! Eu gosto de você, pra caralho! — Bateu o pé no chão, se afastando um pouco da morena e a permitindo respirar normalmente de novo. — Você pode fazer o que quiser comigo; me bater, me xingar, me ameaçar, qualquer coisa, mas eu não vou desistir de você até ceder, mesmo que isso demore dias, semanas, meses ou anos. — A morena continuou do mesmo jeito, o encarando com aquela cara de julgamento que tanto mexia com Bangchan. — E eu não vou desistir de entrar nesse clube, mesmo que eu tenha que ir até a coordenação e entrar nessa merda a força.

— Olha aqui! — Mina rosnou, apontando um dedo na cara do tatuado, rangendo os dentes. — Vai se foder, ok? Se continuar com essa palhaçada toda, eu vou fazer uma reclamação na direção!

— Vá em frente! — Aquela resposta foi tão imediata e convicta, que fez Mina cambalear para trás e vacilar. A expressão mudando repentinamente enquanto ela tentava ao máximo reprimir qualquer tipo de reação. — Faça o que quiser, mas saiba que eu estou tentando te ajudar para não perder o seu clube.

Aquilo a pegou de surpresa. Ele sabia da situação arriscada que seu clube se encontrava? Mina estava começando a ficar agitada, começou a andar de um lado para o outro, puxando os próprios cabelos curtos e bufar.

— Pense melhor nessa proposta, Nana. Aposto que isso vai te ajudar, a não ser que queira perder o seu clube que sempre quis abrir na escola desde que me entendo por gente. — Ergueu uma sobrancelha, convencido. Ele sabia que estava ganhando na argumentação, mas Mina não o deixaria vencer. — A escolha é sua.

A Kim bufava, encarando Bangchan com fogo nos olhos, querendo estrangulá-lo ali mesmo e o tirar de sua frente. Ela engolia em seco um tipo de nervosismo amargo que descia sua garganta ardendo, a deixando mais alterada e incomodada com a situação.

— Caralho, eu te odeio! — Esbravejou entre dentes, cerrando o punho.

— E eu te amo, gatinha.

Amor, músculos e cestas | BANGCHANOnde histórias criam vida. Descubra agora