48. Gosto muito de você.

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Eu gosto de você, Bella. — As palavras saíram de sua boca naturalmente, como se fossem fáceis demais de dizer.

Aquelas palavras foram o suficiente para me fazer puxar o ar em surpresa. Estava tão surpresa que levei a mão ao meu peito, em uma tentativa de fazer o meu coração bater mais baixo. Porque do jeito que ele estava batendo, certamente Thomas conseguiria escutar do outro lado da linha.

Eu não sabia o que dizer, não sabia como reagir até ele tomar a frente e continuar com suas palavras tão doces, como nunca antes.

Eu gosto mesmo de você. — Repetiu outra vez. — Como nunca gostei de ninguém antes. Penso em você como nunca pensei antes. Me imagino com você, como nunca me imaginei com ninguém antes. Estou... — Levou um tempo para completar. — Estou apaixonado por cada detalhe seu e não consigo mais negar isso. Por cada piadinha, cada sorriso, cada intromissão sua... O seu rosto redondinho, com esses olhos que quando um sorriso surge nos lábios, ficam pequeninhos. Com seus cabelos charmosos e essa sua boca que eu sinceramente... — Suas palavras foram levadas pelo ar mais uma vez, até ele prosseguir. — Não consigo parar de pensar... Achei que dessa sua boca só saía confusão, mas não. Essa boca também é responsável pelo beijo mais viciante que eu já experimentei. Eu... Nossa eu gosto tanto de você. — Sua confissão fez um pequeno sorriso surgir em meus lábios.

De alguma forma, aquilo aqueceu o meu coração. Me impedindo de manter uma postura séria, porque eu não estava séria. Eu estava muito feliz de saber que aquela atração que ele sentia, eu sentia na mesma intensidade.

— Se declarar por telefone não é muito romântico, Thommy. — Brinquei, soltando uma leve risada.

Se quiser eu apareço aí na sua frente agora e repito todas as frases. — Eu soltei uma risada, observando quando encostou sua cabeça na janela enquanto me encarava de longe.

— Não foi você quem disse que nunca se apaixonaria por mim? Deixe-me lembrar exatamente o que você disse. — Levei a mão ao queixo, ouvindo sua leve risada. — "Tem cor demais", não é? "As cores doem os olhos". E, Ah! — Me lembrei. — Não foi você que disse que era proibido se apaixonar durante o contrato? — O acusei, vendo que ele ria ainda mais.

Eu quebrei todas as regras e não me arrependo. — Falou com uma firmeza na voz, e até gesticulou de que estava certo daquilo.

Passamos longas horas conversando. Conversamos sobre como eu me sentia depois de tudo que aconteceu com a minha avó; conversamos sobre seus próximos compromissos como modelos; sobre as crianças no orfanato; sobre o quanto a mãe dele estava feliz por me conhecer e falei sobre como o meu pai também ficou feliz; comentei sobre o que vi na cozinha e ele riu daquilo e conversamos até mesmo sobre o beijo, onde eu precisei ouvir piadinhas do tipo "eu sei que você gostou" ou "se quiser mais, sabe onde me encontrar". O que foi suficiente para me fazer rir.

Ele também me disse que eu não precisava ficar pensando na modelo chata que fazia questão de ficar em cima dele. Me disse que sua mente só tinha espaço para pensar em uma pessoa, e essa pessoa era tão teimosa que nem da mente dele se rendia a sair. Me contou sobre as fotos que tiramos juntos que já foram enviadas para ele, e que daqui a algumas semanas, finalmente seriam postadas.

Olhei as horas notando que já eram duas da manhã, ou seja, precisávamos dormir se quisessemos chegar na escola daqui a algumas horas. Thomas contestou um pouco mesmo estando com a voz carregada de sono, mas logo se rendeu quando eu disse que nos falaríamos mais depois.

Olha... — Ele chamou a minha atenção quando nos despedimos. — Eu gosto mesmo de você, tá bom? Não se esqueça que eu realmente gosto de você. — Sua voz estava arrastada de tanto sono. Sua cabeça ainda encostada na janela revelando o quanto ele parecia cansado, mas mesmo assim, insistia em ficar cada segundo falando comigo.

— Eu também gosto, Thomas. Gosto muito de você. — Quando percebi que ele ergueu a cabeça ao ouvir aquilo, desliguei o celular e acenei antes de fechar a cortina.

Alguns segundos depois, pude receber uma mensagem dele.

Não pode dizer isso e simplesmente desligar!

Eu abri um sorriso e deitei em minha cama, levando o celular ao peito enquanto encarava aquele teto do meu quarto. Ontem, parecia um dia tão cinza pela manhã. Na verdade, encarar aquele teto a semana inteira foi cinza demais. Não conseguia pensar em outra coisa além de como estava triste.

Mas encarar aquele teto na madrugada de hoje foi o suficiente para me fazer sorrir. Mas o motivo do sorriso não era aquele teto que absorvia todas as minhas emoções.

O motivo do meu sorriso é Thomas Castellani.

O que antes, era motivo da minha raiva excessiva. Era motivo do meu desgosto toda vez que eu o encarava e lembrava o que fez com o meu pobre girassol.

Agora, para mim, era como no livro que ainda estava me esperando para terminá-lo. Sobre o famoso fio vermelho.

Talvez o fio do destino seja responsável de fazer as almas se encontrarem da maneira que conseguir. E sinceramente, a forma que me fez encontrá-lo não importa muito, já que eu o encontrei.

E que bom que trouxeram ele para mim em um momento que eu tanto precisava encontrá-lo.

Porque por mais que eu dissesse não precisar, o destino sempre sabe quando enviar o amor na hora certa.

O Fio Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora