A Obsessão do Faraó - Mattheo Riddle

Décimo Terceiro

• Olá olá, cobrinhas egípcias •

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• Boa leitura •

Piar.

Ela ouvia o piar de passarinhos em seus ouvidos, um canto matinal do qual ela normalmente já se acostumara, seu corpo doía como nunca ao tentar mover seu braço, céus, doía horrores.

Abrindo seus olhos por completo, as tempestuosas orbes acinzentadas analisa o teto da onde quer que ela estivesse, certo, ela se recordava perfeitamente de que adormecera nos braços do homem, O homem, ela deveria dizer, a vergonha se apossa de seu ser, se recordando de tudo o que o havia dito, sabia perfeitamente de que ele poderia tê-la matado por blasfêmia, sabia perfeitamente de sua atual situação, ele a trouxera para um cômodo onde...ela não conseguia reconhecer, o teto era oval e possuía desenhos, desenhos que Nerissa se esforçara arduamente para compreender, um faraó...uma sacerdotisa e crianças e então, Nerissa claramente captara o que a pintura representava, seu corpo desperto se impulsiona para cima, a fazendo se sentar.

Ela estava...ela estava no quarto da rainha, aquilo não estava certo, ela não era a rainha do Egito e se fosse vista dentro daquele cômodo daquela forma, ela seria condenada a morte, muito mais cruel do que isso, ela não tinha qualquer vínculo com o faraó para que estivesse naquele lugar, principalmente no palácio em que acreditava de que ainda se encontrava.

- Merda - xingara ao sentir seus braços dormentes, era agonizante, forçando suas pernas a se moverem, ela se permite analisar o cômodo, era amplo e antigo, não era como estava em sua maquete dos museus era como, um cenário perfeito para um filme sobre múmias e pirâmides, seu risinho fora automático, Nerissa estava encantada, mesmo assim, se forçara a se levantar, seu corpo brevemente se perde em seu equilíbrio, ela se segurara nos lençóis sedosos da sua cama, uma cama gigantesca deve-se ser ressaltado, a loira era acostumada com luxos, mas, aquelas estruturas com ouro e pedras preciosas em todos os cantos era algo incalculado de valores de sua época.

Se aproximando das janelas imensas, ela captara o sol raiando sob o solo, ela via perfeitamente a cidade de Mênfis, todos trabalhavam arduamente em um ritmo normal, era uma privilegiada visão, experimentando das sensações de estar presente naquele em que fora seu cenário ideal desde sua infância, impressionante.

- Isso está tão confuso - analisa suas vestes da noite anterior, estavam estranhamente como novas, como se ela não tivesse corrido pelo jardim do palácio e nadado no Rio Nilo, sua noite se faz presente em sua memória, corada, abertamente corada com a situação em que se submetera e no final, ela estava...presa ali? Não, ele não faria tal coisa, ela era uma princesa, e se aprisionar uma princesa...aquilo era visto com maus olhos, a punição divina seria aterrorizadora.

- Alteza - uma voz grossa se faz presente em seus ouvidos e a jovem se volta para seu locutor, encontrando um moreno de cabelos levemente cacheados e alto, era bonito, no entanto, sua mente já havia o sentenciado ao seu segundo lugar do podium, besteira, mordera seu lábio inferior contendo os pensamentos avulsos que vinham a sua mente - me apresento a vossa alteza - a reverencia solenemente - sou o vizir de vosso faraó, Thedor, é uma honra conhece-la devidamente - seu sorriso era modesto, Nerissa acena brevemente, não sabia dizer se Thedor seria um aliado ou um inimigo, não se recorda das poucas histórias sobre esse período de um vizir, logo todo cuidado era pouco.

- O que desejas vindo até os aposentos de uma dama, vizir? - sabiamente pontua da etiqueta, bem, um homem não poderia adentrar os aposentos de uma dama se este não fosse seu conjugue ou seu pai.

- Princesa Cleópatra - seu sorriso de canto era de alguém que puramente achara engraçado seus dizeres - ficaria surpresa se eu a dissesse de que a permissão de adentrar vossos aposentos fora dado unicamente a minha pessoa - complementa para o total choque da jovem loira, ele estava brincando, certo? - suas vestes se encontram no local a parte em que preparamos para vossa alteza, se prepare, estarei a esperando no lado de fora - assim partindo e a deixando só no cômodo, certo, era estranho de que uma princesa fosse tratada como um ser individual, princesas tinham ao menos 4 ou 5 servas para suas demandas e talvez, talvez Nerissa não duvidasse das palavras do vizir.

Seu banho fora breve, assentada na banheira de água quente feita de um material da qual ela não conseguia identificar, se vestira com destreza ao levar o tecido leve em seu corpo, era como um rosa claro, e seus acessórios eram todos do mais puro ouro, ela estava pronta ao findar o penteado sutil em seus cabelos, abrindo as portas enormes, Nerissa visualiza o imenso palácio em que se encontrava, tudo era estranhamente grandioso com escritos em hieróglifos, era a coisa mais linda que seus olhos já contemplaram anteriormente.

- Permita-me acompanha-la, alteza - o vizir a indica, Nerissa logo visara a quantidade de homens que a seguiam em seu encalço, mais de cinco homens a seguiam em seu caminho junto ao vizir - estarei lhe mostrando mais tarde todos os aposentos do palácio, princesa, no entanto, neste instante o faraó solicita vossa presença em suas orações - a loira se assusta, em suas orações? As orações do faraó eram algo sagrado em que apenas o próprio junto ao sacerdote deveriam conduzi-las para o reino dos Deuses.

Vários corredores, a mente da Malfoy viajava sem rumo, ela não sabia o que sentia, apenas se permitia ser conduzida até uma sala cercada de estatuas, Thedor a deixara perto da sua entrada onde sussurros se faziam audíveis, ele a incentivara a adentrar o cômodo enquanto mantinha certa distância.

Seu primeiro passo em direção a sala...

- 'Anubis, eardi bayn yadayk - sussurra ao alocar vossa oferta sobre o altar, sussurrando do feitiço antigo que os transformava, o transformava na fera brutal, seus olhos vermelhos ganham a tonalização preta, seu rosto, se modificando em uma armadura dourada, o homem se assenta em seu trono mais a frente - dami - fincara sua adaga em seu peito, um pequeno corte jorrava o vosso sangue em um dos cálices, a fumaça preta inundava o ambiente. Ele estava presente.

Nerissa adentrara as cortinas grossas, seus olhos se fixam na bizarra cena em sua frente, uma corça estava sobre o altar, viva, amarrada, mais ao lado, Amenhotep estava assentado em um trono de ouro, uma máscara dourada em forma de um possível gato, e havia aquilo, a fumaça negra que se movia livremente pelo espaço, ela poderia se sentir aterrorizada, poderia se em seu mundo, ela não fosse uma antiga praticante da magia das trevas.

Aquilo não eram preces, era um ritual de troca, sabia perfeitamente o que era aquilo, Amenhotep havia feito um contrato com alguma divindade obscura.

- Venha - ele a estende sua mão, Nerissa até mesmo tentara negar, mas, era como se seu corpo movesse instintivamente para o homem, suas pernas se aproximam e ele a assenta em sua coxa, o sentimento era diferente, ali tão perto do monstro em forma de homem, sua mão pincela o cálice com o líquido desconhecido, e desliza sobre seus braços pálidos - ahmi malakati, walitahtadin zalamaha bibarakat 'anubis - Nerissa sufoca o horror em suas cordas vocais, ela vira quando a sombra se aproximara de seu corpo, o adentrando, lágrimas em seus olhos, ela tremia.

- O que está fazendo comigo? Eu não quero, por favor me deixe ir - ela choraminga em seus braços, o faraó a segura contra si, não a permitiria sair de seus braços, jamais sairia de seus braços.

- Será minha eternamente, minha pequena corça - afirma segurando seu lindo rosto de porcelana entre seus dedos, a armadura se desfaz, Nerissa esbugalha seus olhos com a visão do homem de olhos vermelhos - sua alma me pertencerá no descanso eterno - seu sorriso era perverso ao ver de que em sua pele brilhosa aparecia um pequeno pontinho preto como uma pintinha.

Sua rainha. Sua obsessão.