capítulo 1

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Senhoras e senhoras, eu adiantei o primeiro capítulo porque não queria ser lixada por um certo animal revoltado 🦝. Espero que gostem do primeiro capítulo. A fic não é só tristeza, ela é bem equilibrada. Então, sem mais blablabla, boa leitura e aproveitem.

Rebecca

Minha mãe sempre me disse que eu nunca chegaria a lugar nenhum com "essas pinturas" e "essas músicas" ou até mesmo com "esses livros". Meu pai, por outro lado, ouvia comigo "essas músicas" que minha mãe tanto desprezava. Apesar de que eu não me importava nem um pouco com o que minha mãe, Rawee, pensava. Nascida de um pai britânico e uma mãe tailandesa, assim como meu pai Mike, sempre que ela ficava brava, ela começava a me repreender em tailandês e meu pai sempre fugia nessas situações para a garagem, onde tinha sua moto e seu violão.

Eu realmente não sabia de que tipo de coisas minha mãe gostava, talvez ler revistas de fofoca, ir à praia ou fazer mil penteados em minha irmã, mas como o meu pai, eu fugia para o meu quarto.

Meu irmão Chris era o capitão do tipo de futebol americano da escola, típico, não? Muitas vezes a conversa na mesa era baseada em: "E o Packer? Ele vai jogar o próximo jogo?", "a última jogada que pegou o quarterback do outro tipo desprevenido foi incrível." Ou também outras pérolas como: "O que eu faço se todas as garotas estão em cima de mim?" E minha resposta sempre foi: "Uau, não me admire que eu goste de garotas."

Taylor era minha irmã, a mais nova dos três. Ela era líder de torcida do colégio, típico também, não é? O que me surpreendia era que com o frio que fazia o ano todo em Vancouver, ela não tinha congelado a...

Enfim, e então havia eu. Julgando minha família inteira do outro lado da mesa, mentes superficiais e banais e então havia a minha. Eu me considerava inteligente, mas nada poderia estar mais longe da verdade, a verdade era que eu era a ovelha negra da família, e não é porque eu me vestia sempre de preto, mas porque eu não me encaixava nada entre eles. Nem com meus pais, nem com meus irmãos, nem com meus tios e nem com meus primos. A única coisa que me tirava dessa rotina diária era a escola. Embora eu não faça realmente nada lá, pelo menos o caminho até lá de ônibus me inspirava.

Vancouver era uma cidade linda, ainda mais se nevasse, o que costumava acontecer todos os dias. Eu gostava do inverso, e isso era o que eu realmente estranhava da minha família. "Mas somos tailandeses!" me diziam, "você gosta do inverno?" Então, senhora que eu não via há dezoito anos que me dizia "quando te vi você era um bebê" que não para de apertar o meu rosto e também só vem no natal, eu gosto do frio.

Mas esta é apenas uma introdução à minha vida, o que é o menos relevante nesta história. O que realmente importa sou eu. Desculpa, sou um pouco egocêntrica, mas essa família banal e supérflua me dá nos nervos.

Como eu disse, o caminho para a escola era ótimo.

- Rebecca, você tomou seu café da manhã? - peguei um simples suco e coloquei na mochila de cor preto e cinza.

- Era pesado, mãe. - eu também coloquei meu caderno, uma caneta e coloquei nas costas.

- Pesado!? Você não comeu! Eu te conheço. Eu te conheço porque eu dei à luz a você! Mike, olhe para ela, saindo outra vez sem café da manhã. - meu pai olhou para mim muito sério.

- Você tem que tomar café da manhã, Rebecca. - ele me disse, e eu balancei a cabeça.

- Sim, sim, quando eu chegar eu compro um sanduíche naquelas máquinas.

- Você acha que aquela máquina vai estar lá nas férias!? Rebecca Patrícia venha aqui agora. - ela pegou o sanduíche, abriu minha mochila e colocou dentro.

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