capítulo 23

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Senhoras e senhoras, quero avisar que vai ter um assunto pesado nesse capítulo. Vai ter um aviso de quando o assunto começar e quando acabar. Vocês podem pular se quiserem, não vão perder nada. Boa leitura!

Rebecca

Os momentos antes de acordar eram sempre um tanto confusos, uma perplexidade total. A primeira pergunta que você se fazia era: estou acordada? Sim, Rebecca, você acordou. A segunda era, onde estou? Esse é o meu quarto? Na minha cabeça a imagem do meu quarto estava desenhada, mas eu tive uma sensação estranha, pois então lembrei que não estava lá, eu estava na casa de Freen. Todos e cada um dos momentos com Freen começaram a vir à minha memória. A terceira era, se isso realmente aconteceu, onde ela estava?

- Bec... - ouvi sua voz e senti seu queixo pousar em meu ombro, depositando um beijo suave e carinhoso ali.

- Como sabe que eu estava acordada? - pigarreei, fechando os olhos novamente, mas virei a cabeça para olhar para ela.

- Sua respiração é mais pesada e profunda quando você dorme. - senti o beijo de Freen em meu ombro e abri os olhos. Eu a achava perfeita, mas naquele momento acho que supera qualquer coisa, qualquer adjetivo que eu usasse para descrevê-la. Seu cabelo estava ondulado, não estava mais completamente liso, talvez devido ao suor e ao roçar no travesseiro, suas bochechas estavam levemente rosadas, e quando seus olhos estavam fechados, seus cílios pareciam maiores. Seus lábios, mais úmidos e macios.

- Se você pudesse se ver agora, não acreditaria em como você é bonita. - Freen torceu o nariz esboçando um sorriso tímido, mordendo meu ombro com ternura.

- Eu não posso te dizer isso. Posso te dizer que... - ela ficou em silêncio, passando a mão lentamente pelas minhas costas. - Você é um pedacinho de pão.

- Ao que se refere? - dei a volta para ficar de frente a ela, afastando o cabelo que caía sobre suas bochechas e coloquei atrás de sua orelha.

- Minha avó sempre dizia "você é um pedacinho de pão" para as pessoas que eram bonitas, e você é. - passou sua mão por minha bochecha até chegar na minha orelha, e ali parou. Nunca tinha tocado naquela zona, e seus dedos, com delicadeza, tocaram o lóbulo, subindo até chegar na parte superior da minha orelha, onde parou. - Você tem piercings.

- Sim. - eu respondi deixando que ela continuasse a dedilhar as argolas de prata com cuidado, e Freen umedeceu seus lábios.

- Eu não sabia. Tem mais? -me deu medo de responder aquela pergunta. E se ela não gostasse, e se ela ficasse chateada por ter "escondido" isso.

- Sim, um pequeno, muito pequeno no nariz, como se fosse um grão de areia. - Freen esboçou um sorriso fraco, colando sua testa na minha para me dar um beijo carinhoso nos lábios.

- Não se assuste. Não me importo como seja. - ela sussurrou com a voz mais suave que pôde, colocando sua cabeça bem perto da minha no travesseiro. - Posso te perguntar algo?

- Claro. - eu disse sem mais delongas, sentindo seus dedos descendo pelas minhas costas, e minha pele estava absolutamente arrepiada.

- Por que você me disse que era virgem quando claramente não é? - ela notou, e a verdade era que não esperava. Mas como ela não ia saber? Ela conseguia perceber qualquer coisa, até mesmo o meu humor, e essas coisas me assustavam. - Quer dizer, eu não estou chateada com isso, só... Não tinha o porquê de mentir para mim só para que eu me sentisse melhor.

- Eu não fiz por querer. Essa na verdade é a minha primeira vez. - beijei sua testa para tranquilizá-la, mas ela não parecia relaxar com as minhas palavras, na verdade, isso a deixou ainda mais inquieta.

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