Killer Queen

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As botas pesadas do coturno preto pisaram no chão cinza opaco da cela. Do lado esquerdo daquele pequeno espaço, havia um vaso sanitário e uma pia. Que estavam limpos e sem nenhum cheiro de urina ou fezes. Do lado direito era possível ver a ponta da cama de solteiro de ferro, bem cuidada sem ferrugem. Aos olhos de Giovanni, o chão daquela cela, com toda certeza, era o mais limpo daquele lugar. Seus olhos negros percorram todo o quadrado cinza sem graça, e com luminosidade baixa. E pairou sobre a cama.

Os olhos frios e opacos, ganharam um brilho de surpresa ao ver o detento. Sua imaginação no caminho criou uma imagem horrenda e nojenta de um rapaz extremamente repugnante. E sentiu-se surpreso diante do que via. Nathan Russel estava sentado sobre a cama, olhando diretamente ao oficial McCarthy. O olhar sádico e frio analisou o rapaz à frente de cima a baixo. O jovem tinha cabelos pretos levemente longos formando um pequeno mullet, seu rosto tinha bochechas levemente rosadas naturalmente, olhos pretos e grandes trazendo a impressão de que ele era ainda inocente e puro. Lábios carnudos e rosados que formam um pequeno bico natural, mesmo quando permanecia com aquela expressão séria e fria. O corpo do detento era generoso em curvas, mesmo com aquela roupa laranja sem graça, ele podia ver o tamanho das coxas grossas do detento, com os músculos se destacando nos tecidos ásperos. Seus olhos conseguiam enxergar além das roupas, imaginando uma estrutura da sua musculatura não muito definida no abdômen, mas uma cintura fina irresistível. A estrutura de um bailarino que treina incansavelmente era realmente fascinante.

O detento e o sargento se encaram por longos segundos. E tudo à volta parecia desvanecer, apenas sobrando a escuridão que ambos carregava, sussurros diabólicos passavam entre eles, com as sombras de cada demônio que ali habitava. Seu olhar é desviado para os soldados. Ambos os oficiais estavam com expressões de medo e angústia diante do detento. Eles apressadamente pegaram a chave da cela e lhe entregaram, e saíram rapidamente deixando Giovanni sozinho com Nathan.

Sem dizer uma palavra, o detento se levantou caminhando lentamente até McCarthy, e estendeu os pulsos para ser algemado. Estava na hora do banho de Russel. O olhar frio de McCarthy percorreu as pequenas mãos gordinhas do detento. Sua mente reagiu em sobressalto, quase soltando um riso irônico. Mas manteve sua postura autoritária, arrogante e fria.

Mas não pode deixar de ficar admirado e cada vez mais surpreso com o detento em sua frente. Ele se perguntava, como alguém com a aparência de um jovem de 17 anos, mãos pequenas como as de uma criança, altura de um adolescente que acaba de passar pela puberdade. Poderia fazer um cenário diabólico, sádico, cruel e insano? Como poderia manchar aquelas pequenas mãos de sangue? Giovanni poderia considerar aquilo uma brincadeira, não conseguia ver ameaça alguma vindo daquele jovem a sua frente. Mas se sentia intrigado, com aparência encantadora sendo transformada em um monstro sem piedade e empatia com o próximo. Aqueles olhos inocentes profundos como um fosso que o levava diretamente ao inferno, mostravam, no fundo, a crueldade insana, à beira da loucura.

Puxando as algemas gélidas e pesadas, a mão livre de McCarthy envolveu os pulsos do detento à sua frente. A pele, macia e delicada, revelava pulsos finos, destacando levemente o osso que ligava seu antebraço e suas mãos. Com firmeza, virou o detento de costas, passando as algemas em ambos os punhos e apertando propositalmente, vendo a pele branca ser pressionada implacavelmente pelas algemas. Entre a pequena corrente que ligava as duas mãos, ele segurou com força, puxando Nathan com brutalidade, fazendo-o dar alguns passos para trás. Com seu braço forte, passou por dentro do braço direito de Russel, ele levou a mão até o ombro do detento, forçando-o a ficar desajeitado, com um ombro mais alto que o outro, causando desconforto enorme e uma pequena dor. Sem nenhum pingo de empatia, McCarthy conduziu o corpo do detento para fora da cela de maneira rude.

Giovanni pode escutar um pequeno resmungo sobre o desconforto que Nathan estava experimentando. E com grosseria ele o levava até o banheiro isolado do presídio. Os passos eram rápidos dificultando a locomoção do detento, ele andava entre trópicos e quase caindo ao chão.

Sombras da PrisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora