— Aonde você vai vampirão? — Disse Nathan tombando a cabeça para o lado olhando para as costas de McCarthy.
— Não te interessa! — Disse ríspido pegando as chaves da cela abrindo logo em seguida saindo pela porta em sem olhar para trás.
— Me trás um donut por favor. — Provocou Nathan do lado de dentro.
Com brutalidade McCarthy fechou a porta com força, e deu uma ultima olhada em Nathan que agora estava deitado em sua cama olhando diretamente para a pequena janelinha. Seus olhos se encontraram e o detento apenas um sorriso brincalhão de travesso no rosto.
McCarthy apertou a mandíbula, reprimindo a vontade de responder à provocação. Ele odiava aquele sorriso arrogante de Nathan, mas havia algo na atitude despreocupada dele que o incomodava profundamente — como se Nathan soubesse de algo que ele não sabia.
Virando-se rapidamente, McCarthy seguiu pelo corredor, o som das botas ecoando nas paredes frias da prisão. Ele precisava de um momento para se recompor. Giovanni saiu da área de celas com passos pesados, o som das botas ecoando pelo corredor de concreto. A raiva fervia em seu peito, e a última coisa que queria era dar atenção às provocações de Nathan. Ele empurrou brutalmente um detento que passava a caminho do refeitório, fazendo o homem tropeçar e olhar para trás com uma mistura de confusão e medo. McCarthy apenas continuou, sem se importar.
Ao chegar no estacionamento, sentiu o ar fresco da manhã bater em seu rosto. Respirou fundo, tentando acalmar o turbilhão de emoções que Nathan sempre conseguia despertar. McCarthy não entendia como aquele preso, com seu sorriso desdenhoso e piadas infantis, conseguia mexer tanto com ele, na verdade ele sabia o porque, no hospital, no estacionamento...
Com um suspiro, ele tirou um cigarro do bolso do uniforme, acendeu-o e encostou-se no capô de sua viatura.
Enquanto tragava o cigarro, seus pensamentos vagavam pelo dia que já parecia arrastado, apesar de ainda estar no início. A prisão estava agitada como sempre. O refeitório cheio, brigas que precisavam ser separadas, detentos armando confusões, e ele, como sempre estava na porra da cela do Nathan o vigiando, para que o Netuno não tirasse a própria vida ou tentasse escapar. Mas a parte que mais o irritava era Nathan. Todo santo dia, aquele homem conseguia penetrar suas defesas, provocando com palavras aparentemente inocentes, mas que carregavam algo mais sombrio.
McCarthy tragou profundamente o cigarro, tentando afastar a memória que insistia em voltar. Aquela cela, o cheiro de metal frio e concreto úmido, o eco constante das vozes e dos passos pesados dos guardas. E Nathan. Sempre Nathan.
— Como vai, vampirão? Dormiu bem? — Nathan zombava, a voz casual, mas carregada daquele humor ácido e provocador.
McCarthy se mantinha em silêncio, observando-o com olhos estreitos. Ele não deveria dar corda para as provocações, mas, de alguma forma, Nathan sempre conseguia extrair algo dele.
— Tá tenso hoje? — Nathan continuou, recostando-se na parede da cela, seus olhos escuros fixos em McCarthy. — O que foi? Pesadelo com morcegos? — Ele sorriu, a insinuação clara, enquanto deixava as palavras pairarem no ar.
McCarthy apertou a mandíbula, tentando ignorar. Mas Nathan não desistia. Ele parecia ter um prazer especial em empurrar seus limites, como se soubesse exatamente onde cutucar.
— Eu sei que você adora isso, sabe? Ficar me vigiando... Passar tanto tempo aqui dentro, só nós dois... Você não cansa, né? — Nathan disse, inclinando-se para a frente, os cotovelos apoiados nos joelhos. — Me diga, McCarthy, você já parou pra pensar que é só uma questão de tempo até você ceder? — O sorriso malicioso reapareceu, mais provocativo que nunca.
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Sombras da Prisão
HororGiovanni McCarthy Sargento das forças tática sombrio e perigoso. Foi designado para ser agente penitenciário, para lidar com um detento ardiloso. A história segue sua jornada por uma prisão de segurança máxima enquanto ele luta contra seus próprios...