VI - The Truth Untold

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Flores em Outubro enfim está de volta! ♡

Sejam bem vindos outra vez! Preparem seus lencinhos, o capítulo de hoje poderá causar uma mistura de sentimentos!

não esqueçam de VOTAR e COMENTAR ao longo do capítulo! Comentem nos parágrafos se conseguirem, é mais fácil para eu poder identificar as partes que vocês estão comentando. Isso é importante para eu poder entender que estão gostando e me motivar a continuar! 🎀

É isso, uma boa leitura!

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Jungkook

Eu só queria me jogar nos braços dele e simplesmente ficar ali sem ter que dizer nada, mas ao mesmo tempo eu queria dizer algo. Minha garganta doía como se eu estivesse com algo entalado, meu peito doía, tudo estava doendo e eu não conseguia simplesmente botar pra fora em palavras. Por mais que eu tentasse não chorar e não parecer fraco, todos os meus esforços haviam chegado ao fim e eu perdi o restinho de forças que eu tinha, então apenas chorei.

Eu realmente achei que Park ficaria confuso e começasse a me julgar silenciosamente, mas não. Ele se manteve em silêncio e apenas me abraçou, sem me fazer perguntas, sem oferecer o carinho, ele apenas fez e era exatamente disso que eu precisava. Ele me abraçou de uma forma delicada e me puxou para que eu me apoiasse em seu peitoral, então assim eu fiz, me aconcheguei ali e me permitir chorar um pouco como uma criança abandonada. Era como eu me sentia: uma criança abandonada, sem a mamãe para dar um beijo na minha testa e dizer "passou, tá tudo bem" ou sem o papai para dizer "se acalme, que tal brincarmos de super herói?". Eu me senti como um irmão mais novo por algum tempo, esquecendo um pouco das mil responsabilidades que eu já tinha com apenas treze anos.

Minha cabeça estava prestes a explodir, eu estava acabado, exausto, toda minha energia estava esgotada e para mim nada iria resolver, mas aquele abraço foi como uma pequena recarga porque era o que eu precisei por tanto tempo, o que eu pedi por tanto tempo e nunca pude ter. "Abraçar" e "ser abraçado" são coisas obviamente diferentes, e eu só experimentei o "abraçar" por quase minha vida toda, sem poder abrir a boca, sem poder fazer uma birra de criança para receber atenção por que tinha que cuidar da Ji Hwon enquanto minha mãe trabalhava ou saía para sei lá onde para voltar tarde da noite.

Eu realmente me acho patético por estar chorando, porque durante todos esses anos o meu choro sempre foi tratado como fraqueza e algo totalmente fútil, sem necessidade. E ser acolhido nesse momento é algo novo e estranho, mas também algo que eu não quero parar de receber. Não quero ter que voltar para a realidade de irmão mais velho responsável que não pode viver a infância e muito menos a adolescência, eu só queria poder viver um pouco, em vez de sobreviver. Eu queria poder ter amigos, sair para andar de bicicleta e visitar um karaokê, trocar mangás, fazer besteiras pelas ruas como pessoas da minha idade costumam fazer.

Minha mente é lotada de coisas, eu sinto todo o peso sobre mim, chego a sentir a dor fisicamente e têm dias que eu simplesmente preciso que a Ji Hwon se vire porque não consigo me levantar. Parece que estou afundando aos poucos, é uma sensação horrível. Eu não sou novo demais pra isso?

— Eu quero meu pai.. — Eu falei com a voz falha e completamente trêmula. Jimin me abraçou um pouco mais forte e passou a acariciar minha bochecha com seu polegar.

Eu odeio dar trabalho pros outros, mas era inevitável. Além de ter que cuidar de mim, Jimin ainda se certificou que Ji Hwon estaria sendo vigiada e em segurança, porque às vezes que tentei olhar para seu rosto, ou ele estava me observando ou atento por onde minha irmã andava e em como eu estava ao mesmo tempo. Park consegue sempre ser perfeito, eu admiro isso nele porque queria conseguir ser assim... assim, forte, esforçado, gentil. Eu não consigo me achar bom em nada e isso faz eu me sentir pior. O máximo que consigo fazer é ir bem em algumas matérias da escola, mas é o mínimo que tenho que saber fazer. Jimin é tão talentoso, bondoso, bonito, inteligente... e eu? eu sou eu. E eu odeio quem sou, odeio quem se esconde atrás daquela máscara idiota de bom moço forte que aceitou a própria realidade nada saudável e segue a vida como se tudo não estivesse desmoronando. Eu odeio o eu de verdade, acho que ninguém seria capaz de me amar também, deve ser por isso que nem papai quis me ter com ele.

Flores Em 𝖮𝗎𝗍𝗎𝖻𝗋𝗈 - 𝗃𝗂 𝗆𝗂𝗇 '& 𝗃𝗎𝗇𝗀 𝗄𝗈𝗈𝗄. | hiatusOnde histórias criam vida. Descubra agora