8 - Saudade?

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Atendi o pedido de vocês e não demorei pra voltar, hein? Agora quero saber a opinião de cada um!



Estava saindo da terapia com a psicóloga que a Liz me indicou e por sorte, percebi que me identifiquei bastante com a mesma. A Ana era muito receptiva e empática. Não desabafei ainda sobre o último acontecido mas senti que futuramente poderia colocar isso pra fora.

Entrei no carro, coloquei a minha playlist favorita pra dar um gás na segunda-feira e dei partida novamente para o hospital. Entre um paciente e outro, consigo dar essas "fugidinhas". Ainda não tive oportunidade de ver a Duda e perguntar o que aconteceu com a Paula. Mas eu estava ansiosa pra isso.

Ao chegar no hospital percebo os olhares em volta direcionados pra mim, me pergunto se estou suja ou se meu cabelo está com touca, mas nada estava fora do normal. Ou... souberam que eu fui traída? Souberam que eu fui traída e a Paula foi amante? Souberam que ela foi demitida e estão achando que a culpa é minha? Eu vou matar a Eduarda!

- Luiza! - Senti uma mão em meu pulso e automaticamente ser puxada para o vestuário. Olhei e bingo: era a Duda.

- Eduarda. Eu. Vou. Te. Matar. - Falei pausadamente enquanto prendia minha respiração.

- Ih, por que mona? Fiz um favor e tu reclama, é? - Ela disse soltando uma cara de deboche que quase me fez rir.

- Favor? As pessoas estão me olhando e comentando, elas já sabem que...

- Para de ser doida, Luiza! Estão te olhando porque a Valentina veio atrás de você, e não sei se você lembra, ela é bem famosa.

Agora pronto.

- Daqui a pouco quem vai ser a paciente sou eu de tanto que estão me enlouquecendo! - Bufei.

- Que nada... Você também está famosa, amiga. Aproveita!

- Duda. Sério! O que você fez? - Perguntei com uma séria expressão no rosto.

- Basicamente contei os péssimos hábitos que ela tinha como enfermeira ao superior, que convenhamos, me ama profundamente. - Disse naturalmente.

- Hã? Que hábitos? Que superior?

- Olha, você sabe que ela era minha... colega, né? - Ela sussurrava - Amiga é uma palavra muito forte. Então, ela me confessou uma vez que errava diversas vezes a diluição de medicamento ou até mesmo as doses e tudo isso por... pasme: TDAH forte. Sorte que nenhum paciente teve algo grave.

- Ela tem TDAH? - Esbugalhei os olhos.

- Tem. E pior: não tratava. Eu sabia que era algo "grave" mas eu ajudava ela diversas vezes e nos últimos tempos notei que ela tinha melhorado. Porém... eu não poderia deixar passar dessa vez né, Lu? Ela mexeu com a minha doutorinha.

- Meu Deus, Duda! - Eu não conseguia formular nenhuma frase.

- Amiga, você tá bem? - Duda percebeu o meu semblante de choque e minha respiração ficar cada vez mais ofegante - Não fica lembrando de coisas insignificantes. Passado é passado.

- Uhum. Eu vou tentar. - Eu tentava controlar a minha respiração enquanto percebia minha amiga me envolver em seus braços e me abraçar forte. - Obrigada, amiga.

- Não precisa agradecer, quem ganhou foi eu... o Farane é gato, né? Uma áurea de homem mais velho, experiente, gostos...

- O Jorge Farane que é o seu superior agora? - Perguntei surpresa e ela assentiu em resposta - Menina, tu não é mole, né?

Eu não contive o riso ao observar a cara de sapeca da Duda. Mesmo com a situação do jeito que estava, ela sempre levava a parte boa daquilo. E de fato, levou. O Farane era um ótimo amigo e me ajudou num momento extremamente difícil da minha vida.

GAROTA DA VITRINEOnde histórias criam vida. Descubra agora