GAROTA DA VITRINE

33 - Lei de murphy

N/A: Olá, pessoaaal! Voltei com atualizações e quero saber tudo o que estão achando, sugestões, teorias, tudinho! Vamos conversar nos comentários ✨ boa leitura!

Como dizia o filósofo Platão: Tente mover o mundo – o primeiro passo será mover a si mesmo. Era o meu momento. Assim como as borboletas, que têm a coragem de enfrentar metamorfose e serem livres, era a minha vez de realizar tal feito. Ali, enfrentando a pessoa que mais me decepcionou na vida, era possível perceber no meu rosto a raiva que estava escondida há anos. Toda a prisão que vivia com a minha mãe, iria acabar. Não terei mais que me submeter a contratos absurdos, a uma alta demanda de trabalho ou muito menos cumprir as suas ordens. Eu definitivamente estou livre.

- Como assim? Pra onde você vai com essas malas? - Perguntou tirando seu óculos de sol e me encarando.

- Ora ora, você é cega, Catarina? É isso mesmo que você está vendo, finalmente estou livre! Não mereço ficar aqui sendo explorada! - Eu respondi segurando as lágrimas.

- Maninha, calma! - Igor correu até mim e me abraçou de lado - Você não pode se estressar, vamos logo.

- Pra onde? Ela nem tem pra onde ir. Vai pra casa da namoradinha?!

- E se eu fosse? Qual o problema? - Falei nervosa.

- Valen... - Igor segurou o meu braço mas não me impediu.

- Não, Igor! Me solta, espera aí...

Foi como se passasse um filme na minha cabeça naquele momento, era como se não houvesse mais nada ao meu redor a não ser a minha mãe me olhando furiosa e a minha vontade de enfrenta-la. Pensei em toda a minha carreira suprimida por ela, por todas as vezes que ela me reprimiu e me fez ter medo do que fosse acontecer. Mas dali em diante, seria diferente. Respirei fundo ao olhar pra ela, as mãos de Igor no meu braço me segurando era o meu refúgio pra qualquer coisa que acontecesse. Meu coração acelerava e uma leve tontura tomava conta de mim. Mas eu não poderia e nem deveria recuar dessa vez. Catarina Albuquerque não irá me vencer.

- Sabe, durante três anos que sou influencer digital eu aceitei você me reprimir, me usar, me sugar... Sugar a minha mente, a minha alma - minha voz saía trêmula - Eu estou cansada disso! Você e a Serena conseguiram me transformar na minha pior versão e pasme, a "namoradinha" a qual você se refere quem me fez enxergar quem eu realmente sou, quem eu realmente quero ser. Você deveria ter vergonha em explorar a sua filha por dinheiro, afinal, você só se importa com isso, não é? Por isso o nosso pai... - Senti um aperto na garganta.

- NÃO OUSE EM FALAR DO SEU PAI! - Catarina se aproximou furiosa me fazendo rir sarcasticamente.

- Parem com isso vocês duas! Vamos, Valen. - Igor segurou em minha mão.

- Falo! Falo com todo prazer. E ah - cheguei mais perto dela séria - fique você sabendo que a partir de hoje, eu falo e faço o que quiser.

Caminhei até o carro ainda chorosa, coloquei o cinto e percebi Ariana me puxar até seu colo. Ao me deitar sobre suas pernas, coloquei as mãos em meu rosto e permiti que meu choro saísse pra valer. Era como se um enorme peso tivesse saído de mim, uma âncora pesada que foi solta e agora não irá mais fazer morada em mim. Nós três fomos até o apartamento em silêncio, terminamos de subir com as caixas e eu finalmente pude respirar. Olhei em volta visualizando aquelas inúmeras caixas de papelão e pela primeira vez em três anos, eu me senti livre do jeito que devo ser.